A morte da Vovó

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Após meus pais se separarem, eu resolvi me mudar, ir para o interior onde minha avó mora. Por quê? Bom... A raiva que eu tenho por eles falou mais alto depois do divórcio.

Aqui estou eu... Na estação de trem, observo as pessoas com mentes vazias, cheias de gritos que não podem serem ouvidos, e são abafados pelo medo e insegurança.

O trem finalmente chega.
Sento em um lugar me mostrando conforto e privacidade.

A viagem durou 1 hora e 30 minutos.

Cheguei lá, havia montanhas e a estação era simples.

O ar era puro, totalmente diferente do ar da cidade.

Ao chegar na casa da minha vó, sou recebido a beijos e abraços. Vovó me acompanhou para dentro da sua casa.

A casa era típica de senhorinhas que moram nas montanhas, mas diferente das outras vovozinhas, a minha tinha coleções de porcelana espalhados pela casa, sejam pratos, vasos de flores, abajus... Essas coisas detalhavam bem a casa, trazendo um pouco da elegância e sofisticação.

Tudo estava limpo, havia 2 gatos na sala, um preto e outro cor branco.

- Ah! Esses são Dim e Fim. Meus companheiros.

O gato branco era um pouco debochado, e a gata preta era mais simpatica. Os gatos só ficavam deitados, aparentemente, o dia todo.

Vovó me mostrou a cozinha, os quartos, inlusive o meu, que ficava na parte superior da casa.

- É muita gentileza sua querer me ajudar na loja nessas condições...- diz ela massageando seu ombro. - Bom, vamos conhecer meu ateliê?
- Claro.

Descemos um degrau e formos para a loja- que ficava ao lado da casa.

Ao abrir a porta de vidro, um calafrio me subiu. Eram prateleiras lotadas de bonecas, todas eram magníficas e bem feitas, com olhos grande e expressivos.

- Aqui a fundo é como eu faço as bonecas.
- Vovó, as pessoas compram essas bonecas?
- Não, querido, todos amam essas bonecas, mas detesto ter que vender essas obras primas por notas vazias. Por isso, vendo roupas e assessorios para quem gosta de colecionar, esses tipos de bonecas, mas as minhas eu não vendo.

Aí entendi o porque minha avó pedir ajuda com a loja que estava desandando.

Ao entramos no ateliê, era pior. Havia não só bonecas, como também partes de bonecas; rostos, olhos, perucas, partes do corpo e roupas.

Meu espanto só crescia quando olhava para cada centímetro da sala.

Depois da Vovó preparar a janta, fui me deitar na minha cama. Fitei o teto por muito tempo, até que ela me chama para jantar.

Quando desci, vi algo que me paralisou por completo. Minha vó estava no chão com um bule de chá quebrado e o líquido derramado pelo tapete branco.

Algumas coisas na vida acontecem de forma "des-planejada".


A Garota de PorcelanaOnde histórias criam vida. Descubra agora