A Garota de Porcelana

Determinação

Quando tomei coragem, me aproximei da vovó, chequei seu pulso e não senti nada.

Isso não ta acontecendo!!! Não ta acontecendo!!

Estava desesperado, liguei imediatamente para a polícia.

No interrogatório, mal conseguia responder as perguntas. Eu estava muito chocado. As palavras saiam tremidas e ecoava de forma seca na sala fechada.

Os detetives anotaram algumas coisas e me liberaram.
Meus pais estavam esperando na porta da delegacia.

Minha mãe veio diretamente me abraçar preocupada e chorando muito.

Quando voltei para morar com minha mãe, fiquei pensando sobre a morte da vovó.

Como ela teria morrido? O que aconteceu?

De acordo com a perícia, ela morreu de um ataque cardíaco. Mas isso não entrava na minha.

No interro, várias pessoas na qual ela conhecia estavam ali, a maioria velhinhos.
Foi tudo silêncioso, ninguém falava nada naquele dia chuvoso.

Uma senhora, que disse ser a melhor amiga dela, me deu a chave da lojinha das bonecas. Era uma chave muito bonita, com um cordão -dava para pôr no pescoço.

Mamãe chegou no meu quarto e me chamou para uma conversa.

- Wesley eu preciso te dizer uma coisa. - ela tremia as mãos, já imaginava que ela queria que eu morasse sozinho.
- Fale.
- Eu estou namorando com um homem...

"Era só o que faltava" Pensei.

- ... Ele é da cidade, e marcou um encontro comigo... Por isso eu vou sair agora. - ela se levanta pegando sua bolsa. - Desculpe não avisar mais cedo, eu estava tentando ver uma forma mais conveniente pra você saber.
- Tudo bem mãe... - digo com a cabeça baixa.

Ela se despede e fecha a porta do apê.

O silêncio dominou a cozinha, 1 minuto parecia 20 minutos.

Não pensei duas vezes. As sede por saber o que aconteceu de verdade com a Vovó e a raiva que tive dos meus pais só me dormiram.

Decidi ir embora...

Arrumei minha mochila, peguei a chave da vovó e peguei o trem para a cidadezinha.

Eram 19:20...