𝑴𝒚 𝒅𝒂𝒏𝒄𝒆𝒓 {𝘑𝘪𝘬𝘰𝘰𝘬}

Capítulo 20

• Jungkook •

Eu tinha convencido ele de se deitar, mas não quis ficar na cama. Eu me lembrei do que fazia naquela época, quando a morte e a culpa estavam tão recentes nele. Eu ligava meu vídeo-game e ele me assistia jogar ate seus olhinhos começarem a pesar. Eu não era egoísta, eu oferecia o controle pra ele, mas o bobinho dizia que não sabia jogar e não queria passar vergonha na minha frente. Então ele se deitava perto de mim do jeito que dava e esperava o sono vir. Eu não percebia na época mas ele só precisava que eu o esquentasse, que eu o tocasse pra ficar tranquilo. Eu digo isso porque eu também precisava. Então eu fiz o que podia fazer

— Eu vou jogar um pouco, esta a fim? — ele continuava junto de mim, mas não chorava mais. As lágrimas dele foram embora junto com a angústia em meu coração. Ele assentiu com a cabeça mas eu já sabia que ele não iria jogar. Era incrível como, no fundo, ele continuava sendo o meu menininho. Eu não sei se eu continuava sendo um "menininho" mas eu sei que dele eu era, com certeza

Levei ele até o sofá e o sentei, querendo continuar abraçado a ele. Eu me esforcei e consegui me distanciar por um segundo. Essa dependência era normal? Eu não sei, mas eu preciso tanto dele que me assusta

— eu vou jogar aquele que você gosta — ele não gostava de jogar, mas já tinha me dito que adorava me ver jogar. Foi fofo quando ele disse que achava uma graça quando eu ganhava uma partida e me sentia superior só por ter passado de nível. Ele disse que achava lindo como pequenas coisas me deixavam tão feliz. E aí eu senti vontade de beija-lo mas não podia me dar esse luxo, era o meu melhor amigo e ele namorava

Eu me deitei no sofá e jimin, como um pequeno gatinho, se deitou a minha frente antes de se aninhar em mim, tentando ficar o mais próximo possível. Eu não disse nada, mas ele poderia ficar mais perto se quisesse. Eu queria, eu precisava

— aquele é quem você precisa matar? — ele perguntou inocente e com a voz baixinha e mansa, tão carinhosa que eu podia sentir o quão macia era pelos meus ouvidos

— Príncipe, aquele é o filho dele — eu ri nasalado pela sua inocência mesmo depois de eu ter dito tantas vezes a história do jogo pra ele — eu já te contei sobre isso tantas vezes, por que vive esquecendo

— Eu me distraio toda vez que você me conta, me desculpa — parecia uma boa oportunidade pra fazê-lo rir um pouco

— se distrai com todo o meu conhecimento sobre jogos ou com os meus lábios? — fiquei feliz quando vi que alcancei meu objetivo, ele riu pra mim mas as pontas de suas orelhas se tornaram vermelhas

— por que você faz isso? — ele estava de costas pra mim, não podia ver como estava seu rosto mas eu tinha noção sobre sua reação aos flertes, eu sabia o deixavam meio desconsertado e era por isso que eu gostava de flertar. O sorriso era um grande e lindo bônus

— gosto de ver sua reação, seu rosto fica vermelho e você faz uma carinha linda de bravo — ele tinha sido honesto comigo até agora, eu escolhi ser com ele também

— Está fazendo de novo, pare

— Me desculpa, às vezes sai sem querer. E eu não prometo nada sobre parar, é precioso demais — ele era precioso demais, foi o que eu quis dizer. Talvez ele não tenha intendido, eu adoraria fazê-lo entender com alguns gestos

— depois dessa parte vai pra aquele bosque que você não consegue passar, não é? — era só o Jimin tentando mudar de assunto. Sua orelhinha já estava vermelha demais, eu deixei passar só por isso