09 | Erysimum

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Notas Iniciais

• Edit (28/07/2019): correção geral de erros encontrados com o tempo;

• Edit (28/07/2019): correção geral de erros encontrados com o tempo.


Eu odeio Park Jimin com todas as minhas forças por ter quase me beijado na sexta-feira e por estar me obrigando a fazer isso agora. Depois de ter cedido completamente à fome dolorosa que me fez acordar cedo no domingo, já que eu estava a mais de vinte e quatro horas sem comer, eu acabei me surpreendendo com o fato de que olhar para a cara redonda de Jimin não havia me irritado completamente, como de costume. Pelo contrário, eu tinha achado sua expressão de surpresa até que fofa ao me ver ali, semiacordado, sentando ao lado de sua mãe. Fofa o suficiente para me fazer sorrir e sentir aquela calorosa sensação de gratidão que nunca aparecia em um contexto que não envolvesse Namjoon e Yoongi, já que aquele mesmo garoto que estava me encarando tão assustado também havia ficado comigo por todo o tempo em que eu precisei chorar na noite anterior.

E aquilo foi tão estranho para mim, junto de todas aquelas interações casuais na mesa de café da manhã, que eu não ousei botar meu pé para fora do quarto pelo restante do dia, porque era difícil demais pensar na possibilidade de eu realmente não estar querendo destruir o rosto daquele garoto, mesmo sabendo da atitude grotesca que ele teve para cima de mim enquanto estava bêbado. Isto é, até nós estarmos nessa situação.

Em que momento as coisas ficaram assim?

Depois de descobrir que Jimin era muito sensível e sentia cócegas com tanta facilidade, eu não consegui evitar o forte impulso de provocá-lo. O modo como ele gargalhava era realmente contagiante, ainda mais vendo seu corpo pequeno se contorcer daquela forma nas minhas mãos, o que serviu apenas de incentivo para eu continuar. E, então, quando ele começou a se debater na cama em busca de liberdade, minha reação natural foi prendê-lo com meu corpo, porque é assim que eu, Namjoon e Yoongi sempre brincamos nos momentos de distração.

Mas, porra, nenhum daqueles dois idiotas é tão... fofinho.

Quando percebe minha seriedade, depois de tentar se desvencilhar pela última vez, Jimin fica igualmente sério. Percebo que ele está um pouco nervoso por não saber o que vou fazer a seguir e a ideia inicial, para ser sincero, era apenas sair de cima dele e continuar com a maldita limpeza que me convenceu a fazer. Mas, então, aquelas memórias recentes voltam para me infernizar e tudo o que eu consigo pensar é:

Ele não lembra mesmo? Qual seria sua reação se eu me aproximasse dele? Se eu chegar perto o suficiente, vai lembrar? O que ele faria, se lembrasse? Ele, com certeza, ficaria vermelho... Ah, eu quero ver seu rosto vermelho.

E antes de realmente ter consciência do que estou fazendo, meu rosto já está perto demais do dele.

O que está fazendo, cara? Você vai ficar parado enquanto eu me aproximo?

É sério? Você nem mesmo lembra do que aconteceu e, mesmo assim, vai me deixar chegar tão perto?

O que aconteceu com aquele papo de não gostar de homens?

Você quer me beijar? Você realmente quer?

E quando eu estou surpreso demais com sua falta de reação, Jimin espreme os olhos com força e suas bochechas ficam coradas, do jeitinho que eu queria ver, fazendo meu corpo todo sentir o impacto de estar presenciando a provável cena mais adorável do mundo.

Puta que pariu, eu quero tanto, tanto, tanto matar você, Park Jimin!

Eu aproximo minha boca de sua orelha e digo o que está fixado nos meus pensamentos desde ontem:

ASTER • jjk + pjmOnde histórias criam vida. Descubra agora