11 | Salvia

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Notas Iniciais

Voltei e deixo registrado aqui que eu só vou corrigir os capítulos de novo (talvez) quando eu terminar a fic, porque MEU JESUS AMADO QUE TRABALHEIRA DO INFERNO. Só que agora está tudo certo (meu coração tá aliviado) e eu também organizei todo o desenvolvimento da história, então só pra vocês saberem: a fic vai ter por volta de 40 capítulos, não exatamente isso, mas algo próximo.

Não esqueçam de votar no capítulo e comentar bastante, pra eu saber o que vocês estão achando. Vocês são todos maravilhosos. ♡♡

Minha boca está formigando.

Ainda — muito tempo depois de ter deitado debaixo dos edredons e ligado o som dos aparelhos embutidos no teto do quarto, que inunda o ambiente com uma melodia tranquilizante em uma tentativa ineficiente de me acalmar — sinto a língua macia e úmida de Jungkook deslizar pelos meus lábios com delicadeza, a boca quente me devorando com muito desejo. A boca que agora está muito longe da minha.

Foi o meu primeiro beijo. Com Jungkook, um homem.

Até mesmo os poucos momentos passados em que tive meus lábios tocados pelos de outra pessoa, mesmo que por breves segundos, essa pessoa era Jungkook. E apesar de naquele momento, escondidos na escuridão da lateral estreita de um bar, eu estivesse completamente entregue ao impulso de querer beijá-lo, eu jamais imaginei que ele, de fato, o faria. Depois do segundo beijo roubado que tive a indecência de começar — o terceiro, se eu for considerar aquele de um mês atrás —, eu achei que estava acabado; pensei que Jungkook me bateria de uma forma muito pior do que a primeira vez, já que, agora, eu não tinha mais nenhum álcool para usar como justificativa de minhas ações impuras.

Não só isso, mas no instante em que bati com força contra a parede depois de ter sido empurrado novamente por Jungkook, tudo o que eu consegui fazer foi pedir perdão e chorar. E eu até gostaria de dizer que meus pedidos de desculpa foram unicamente motivados pela esperança de não apanhar, mas a verdade é bem diferente. Eu estava com vergonha. O peso da culpa me atingiu em cheio, como dardos pontiagudos acertando com precisão o centro do alvo, e o centro do alvo era o meu coração.

Depois daquele dia da limpeza em que Jungkook tentou me beijar, apesar de eu ter colocado na minha cabeça que foi tudo em função do plano de se aproximar de mim, eu comecei a me questionar sobre o tipo de pessoa que ele gosta. Sim, eu havia apanhado depois do beijo infeliz que tentei lhe dar quando eu estava bêbado, mas, ao mesmo tempo, ele pareceu se esforçar nos próximos dias para não tocar no assunto e continuava se mantendo perto de mim na medida do possível. Mesmo que ele pudesse estar fazendo aquilo para se aproximar de mim com algum objetivo em mente, aquele quase beijo que Jungkook me deu simplesmente não parecia justificável, não importa o quanto eu tente encontrar alguma explicação racional.

Que homem hétero tentaria beijar outro homem apenas com a desculpa de que "precisa se aproximar"? Se esse fosse o caso, ele poderia tentar se aproximar de mim com uma amizade em mente, sem envolver contatos físicos íntimos demais. Por isso, inevitavelmente, eu comecei a me questionar sobre sua sexualidade, o que me pareceu bastante pertinente, até um assunto ainda mais importante se sobrepor àquele: a minha sexualidade. Durante alguns dias eu estive tão absorto nos meus próprios pensamentos a respeito de Jungkook possivelmente ser bissexual ou homossexual, que eu me esqueci completamente do pequeno detalhe de que eu é que tive a primeira atitude de beijá-lo e, não só isso, mas no dia da limpeza, eu realmente estava esperando pelo seu beijo.

O que isso fazia de mim? Bissexual? Ou... gay?

Eu não tinha nenhuma experiência física ou romântica para usar como comparação e, apesar de eu também nunca ter olhado para alguém com segundas intenções, seja homem ou mulher, todos os meus planos de vida envolviam mulheres. Eu iria casar com uma bela mulher, provavelmente uma filha inteligente e bonita de algum colega do meu pai, e teria com ela lindos filhos para preservar o meu sangue. Só que eu nunca tinha sentido interesse algum pelas filhas dos colegas do meu pai, mesmo sempre as encontrando nos jantares e eventos que participava; o problema é que nenhuma parecia bonita ou legal o suficiente, então eu me limitava a sorrir e cumprimentar, sem nunca dar abertura para uma conversa.

ASTER • jjk + pjmOnde histórias criam vida. Descubra agora