Remédio maldito

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As vezes me pergunto o que o universo tem contra mim, não é possível alguém ser tão azarado assim na vida.

Em todas as vezes — e quando eu digo todas, são todas mesmo — alguém vinha atrapalhar quando eu estava sozinho com o Jungkook.

Já faz mais de três semanas que sempre surge um ser das profundezas do inferno pra atrapalhar a gente.

Aí você deve estar se perguntando — ou não — "Mas Taehyung, por que você não trancou a porta?!"

E quem disse que eu já não fiz isso? Mesmo quando eu trancava alguém vinha bater na porta e encher o saco.

Está sendo algo tão impossível que eu até desisti de tentar. Não que eu queira algo além de beijos, eu só queria um tempo só nosso, um tempo que nós possamos nos curtir sem ter ninguém pra atazanar.

Deixando minhas frustrações de lado, hoje é o dia em que o Jungkook irá tirar o negócio do pé e nesse momento estou comendo uma maçã na cozinha enquanto espero meu bebê se arrumar.

— Filho, tem certeza de que não vai almoçar agora? — Minha mãe pergunta enquanto guardava a comida na geladeira.

Meu pai sai pra trabalhar na empresa bem cedo, no período da manhã. Minha mãe só vai depois do almoço, depois do meio dia mais ou menos.

— Tenho, mãe. Talvez eu coma algo no shopping lá perto.

— Mas você só comeu na hora do intervalo da faculdade, não está com fome?

— Não sinto fome fácil, essa maçã aqui dá pro gasto. — Dei de ombros e fui até a sala, me acomodando no sofá.

— Está bem, qualquer coisa me liga. Estou quase em cima da hora. Tchau… — Ela deposita um beijo na minha testa e sai de casa levando consigo sua maleta cheia de relatórios e coisas chatas sobre negócios.

Terminei de comer a maçã e comecei à procurar algo que preste na televisão — o que é meio difícil hoje em dia.

— JUNGKOOK! JÁ SE ARRUMOU OU TÁ DIFÍCIL?! — Gritei. Já fazia um bom tempo em que pedi pra ele ir trocar de roupa e até agora a criatura não deu o ar da graça.

— Aish, hyung! Quanta presa, nem demorei tanto assim. — Reclamou enquanto descia as escadas. Agora ele consegue fazer isso sozinho, mesmo que desça de um jeito estranho por conta da tala que impede que ele se movimente melhor. — Já estou pronto!

— Demorou mais que o suficiente! Você vai ir no médico, Jungkook, não em uma festa. Já estava quase subindo no quarto pra te arrastar.

— Não importa, só porque não existe nenhuma ocasião especial não significa que eu precise sair de casa igual um mendigo!

— Tudo bem, princesa da moda… Aguenta ficar em pé se o busão estiver lotado? Ou quer ir de táxi?

— Por mim tanto faz.

— Ok, então vamos de ônibus porque o táxi tá ficando caro pra caralho. — Já estava pronto então apenas peguei a carteira e as chaves, saindo de casa com ele.

— Não vejo a hora de tirar isso do pé!

— Nem pense em sair correndo por aí, ouviu? Não quero ver você machucado tão cedo. — Saímos do prédio e caminhamos até o ponto de ônibus.

— Não venha reclamar como se eu tivesse torcido o pé por conta própria! E eu nunca me machuquei sério, só um joelho ralado no máximo.

— E não esqueça dos dois machucados que você teve na testa.

Um Presente Indesejado - Vkook/Taekook (kth + jjk)Onde histórias criam vida. Descubra agora