I - A CHAMADA

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E lá estávamos nós na escola, tendo aula de física. Nossa, aquela aula era um porre. Sério, aquele professor era um merda. Tão velho e gordo, só lhe faltava um chapéu vermelho e um macacão para confundirmos ele com o Mario. Olhei para o relógio enquanto copiava as questões na lousa, marcava 10:16. Faltavam exatamente quatro minutos para o término da aula e início do intervalo. E como eu o aguardava, sério, eu estava morrendo de fome. Minha barriga não parava de roncar enquanto eu copiava aquele troço. Sempre que eu olhava para a janela, distante de mim, eu via o quão bom o tempo estava lá fora, e eu preso aqui dentro de um cubículo.

- Aí, Leo. Você já está onde? – Indagou-me o filho da puta da carteira de trás, me cutucando.

- Falta ainda terminar de copiar a questão seis e a sete. – Disse, sem me virar em sua direção, copiando com pressa para que terminasse antes do horário do intervalo. – Por quê?

- Eu queria te mostrar um negócio. – Disse ele estendendo o celular até mim.

- Deixa eu terminar de copiar isso aqui e tu já me mostra. – Disse, secamente.

- Ah, cara. Foda-se isso aí, nós dois sabemos que você não vai responder essas questões e provavelmente vai pedir a resposta para alguém depois. Se liga nisso aqui. – Disse, aproximando-se de mim e me estendendo o celular com os seus fones de ouvido brancos.

- Bruno. – Disse, me virando em sua direção. – Se for mais um daqueles vídeos seus do South América Memes, eu vou te quebrar na porrada.

- Eu juro que não é, só se liga. – Disse ele, me entregando o celular.

Pluguei os fones e apertei play no vídeo. Havia uma imagem de um alienígena esverdeado pausada ao lado de Ricardo Milos, até que finalmente o vídeo começou. Ricardo era um homem brasileiro, moreno, musculoso, e que trajava nada além de sua bandana vermelha e sua tanguinha fina com o símbolo da bandeira dos estados unidos. Isso, ele estava seminu, mas essa era a graça de ver Ricardo. Pois ele dançava de maneira sensual em todos os vídeos em que aparecia, e dessa vez não era diferente.

Ele se aproximou junto de vários clones em direção ao que parecia ser uma base militar. Todos eles dançavam olhando para mim, isso era estranho ao mesmo tempo que era engraçado. Foda-se, continuei vendo. Eis que vieram os guardas da instalação, marchando em suas direções. Atiraram em alguns deles, que por sua vez caíram numa poça de sangue fazendo repetidas flexões, sim, não fazia sentido algum. E então os outros, sim, haviam outros porque eram muitos, se aproximaram dos guardas com os rifles e os sarraram, de maneira que "morreram" ressoando gritos que mais pareciam berros. Prefiro pensar que não houve estupro.

Finalmente, um dos Ricardos conseguira se dirigir em direção a um galpão trancado que na base havia, e dentro dele encontrara um alien verde que dançava uma música mexicana. Juntos, os dois "correram" para fora, ainda dançando.

Lá fora, um soldado americano os interceptara, disparando um tiro de M16 contra Ricardo, no entanto, surgira alguém para levar o tiro em seu lugar. Um alienígena alto e verde, que dançava "Dame Tu Cosita". Ele pulou na frente de Ricardito, e se sacrificara para salvá-lo. E enquanto agonizava no chão gemendo "Ai, ai", surgira uma figura emblemática. Um alienígena prateado, numa dança poderosa que ao executá-la, criou uma espécie de esfera cintilante em suas mãos, semelhante a um Kamekameha, e a atirou contra o sujeito que disparara contra o seu amigo. E, sobre os braços de Ricardo, o alienígena "Dame Tu Cosita" apagou num flash branco que apareceu na tela, dando lugar a uma nova cena num quarto luxuoso, onde ali estava ele e Ricardo sobre a cama. Ricardo o atacara por cima, enquanto só restava ao pobre "Dame Tu Cosita" gemer seus "Ai, ai, ai". E finalmente acabara o vídeo.

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⏰ Última atualização: Jul 21, 2019 ⏰

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