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"Seus passatempos eram constituído do estranhoE do perverso e insanoE eu amava aquele joguinhoQue você tinha chamado deChorar Relâmpagos

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"Seus passatempos eram constituído do estranho
E do perverso e insano
E eu amava aquele joguinho
Que você tinha chamado de
Chorar Relâmpagos."
Crying Lightning | Arctic Monkeys

LAYKEN REED

Embaixo do chuveiro durante mais tempo do que eu poderia me lembrar, deixei que a água morna levasse minha sonolência embora enquanto eu tentava me preparar para o primeiro dia de aula na NYU. Pensar que eu estava em um ambiente completamente novo fazia com que as batidas do meu coração se acelerassem e meu estômago fosse parar no pé, mas meu entusiasmo era tão grande que felizmente encobria grande parte do meu nervosismo.

Toda a vez que Colton e eu falávamos por telefone, ele passava metade do seu tempo falando sobre como as festas de fraternidade eram insanas e a outra metade dizendo sobre o quanto era bom viver longe de Boston e da casa dos nossos pais.

Até alguns meses atrás, eu nunca havia sentido aquele necessidade súbita de sair correndo de baixo do teto em que eu morei minha vida toda, mas, de repente, o toque de recolher do meu pai e as feições reprovadoras da minha mãe toda a vez que eu quebrava alguma regra imposta por eles começaram a me enlouquecer. Eu estava prestes a fazer vinte anos, indo para o terceiro semestre de Publicidade, e sentia que estava longe de curtir a faculdade da forma certa: longe da vida regrada imposta por meus pais. E saber que eu não precisava mais chegar antes da meia-noite em casa ou sair às escondidas pela janela, fazia com que uma pontinha de alegria aflorasse em meu peito enquanto eu imaginava o bom uso que eu faria de toda aquela liberdade.

Preparando-me para essa nova fase da minha vida, massageei o xampu no cabelo enquanto cantarolava Crying Lightning, do Arctic Monkeys. Eu estava em Nova York, droga. Aquele era meu momento de me encontrar, aproveitar a vida e fazer besteira pra caralho. Mais besteiras do que as que eu estava acostumada a fazer em Boston. Porque até os vinte e cinco anos de idade, a vida não deveria ser levada tão a sério.

Soltei um suspiro, tentando conter a vontade de dar pulinhos animados no box do banheiro, e parei exatamente onde estava quando ouvi a porta se abrir.

— Colton?

— Sou só eu, amor. — A voz de Callahan chegou aos meus ouvidos, e ele achava que não, mas eu ouvi com clareza a diversão em sua frase que anunciava sua clara intenção de me provocar.

— O quê?! Mason! — exclamei, escondendo minhas partes íntimas com as mãos, embora uma vasta cortina azul estivesse nos separando. — O que você tá fazendo?!

Ele não respondeu de imediato. Ao invés disso, ouvi a torneira sendo aberta enquanto ele mexia nas gavetas.

— Escovando os dentes — disse finalmente, de forma tão casual que tive vontade de pular do box para enfiar minha mão na sua cara.

BROKEN US (COMPLETO NA AMAZON)Onde histórias criam vida. Descubra agora