cap 09 doente

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Acordei no outro dia com o meu corpo todo doendo, acordei várias vezes na madrugada pra vomitar, fazia tempo que eu não me sentia tão mal, o que me fez pensar em várias causas pra mim estar assim, mas não cheguei em nem uma.

Resolvi afastar a vontade de ficar deitada pelo resto do dia, até porque o César ia chegar hoje e eu estava com saudade, mesmo conhecendo ele a pouco tempo eu já sentia que a nossa amizade era de anos.

Só espero não me decepcionar como já aconteceu com várias "amizades" que eu tive, porque uma coisa que todos que querem viver nesse mundo do rap deveria saber e que tem muita falsidade.

E como a música "Última letra" do César diz.

"Avisa aos irmão que diz que o rap é união
Que vão mudar de opinião se pisarem nos bastidores"

Mas não são todos, até porque eu tenho muitas amizades com os meninos que tão na cena, que vieram das batalhas de rima.

Resolvo espantar esses pensamentos antes que eu vire pro outro lado e durma de novo, então resolvi levantar de uma vez.

Fui me arrastando pro banheiro já que as minhas pernas pareciam que iam desabar a qualquer momento, escovei os dentes sentada no vaso pra não correr o risco de cair, comecei a suar frio e decidi fazer as coisas mais rápido pra deitar de novo.

Limpei a boca e olhei o meu reflexo no espelho, e olha foi a pior coisa que eu fiz, o meu rosto estava pálido e com bastante olheira, só joguei água no rosto e fiz um coque frouxo no cabelo.

Voltei pro quarto, e deitei na cama novamente, depois de perceber que não ia passar, eu resolvi ligar pro Chris pra avisar que eu não ia conseguir ir com ele buscar o Cesar no Aeroporto.

Ligação on📞

Chris: - Fala tu

Leticia: - O jeito carinhoso que vc me atende e emocionante.

Chris: Manda o papo tô ocupadao

Leticia: Não me diga que eu interrompi a sua foda?

Chris: Que foda oq loucona, eu tô com a atentada da Cat

Leticia: O mds vc tá com a bolhinha, eu tô com sdd dela

Chris: Tu pode ver ela quando eu for te buscar pra ir no aeroporto

Leticia: Era sobre isso que eu ia falar, não vai dar pra mim ir

Chris: Tá de caô né?

Leticia: Tá carioca em fio...não vai dar pra ir acordei muito mal

Chris: Me resposta sou Mineiro... por isso sua voz tá uma merda

Leticia: A valeu Chris, mas é sério fala o motivo pro César vai que ele acha que eu não quero ir

Chris: Até parece né, e o Cesar ele sempre entendi o lado dos outros, só vai ficar triste né

Letícia: E verdade, ele é incrível... ficar triste?

Chris: Pó ele falou um monte de tu nós últimos dias

Leticia: De mim? Falou o que exatamente?

Chris: Tenho mais o que fazer Letícia do que ficar fazendo fofoca

Letícia: Me poupe tu é mais fofoqueiro que as minhas vizinhas

Chris: Nossa que ofensa, depois dessa eu vou até desligar.

Leticia: Não ousa...

Ligação off

Sim, ele desligou na minha cara, o Chris tem um dom de me irritar que olha, eu tenho vontade de bater a cabeça dele na guia, acabo me virando bruscamente na cama, o que me faz gemer por lembrar que todo o meu corpo dói, volto pra posição anterior e fico mexendo no celular e acabo perdendo a noção do tempo.

O meu consciente volta quando a campainha começa a tocar, o que me assustando já que o interfone não tocou pra avisar, nesse caso só podia ser um dos meus amigos mais íntimos que já tão liberado pra subir direto.

Deixo isso pra lá e com dificuldade me levanto e vou até a porta, no caminho eu sinto a minha barriga roncar, e como eu tô muito mal pra cozinhar a pessoa que tiver atrás da porta vai ser contemplado em fazer algo pra mim.

Quando abri a porta levei um susto, era nada mais nada menos que César, dei espaço pra ele passar e fechei a porta e fui sentar no sofá já que as minhas pernas parecem gelatina.

-- O Chris falou que tu tava mal e por isso não foi no aeroporto, então eu resolvi vim até você.

-- Aí eu tô quase morrendo, ainda bem que você veio, já pensou eu morro aqui sozinha? - falo me ajeitando no sofá - Eu ia ficar sei lá dois dias morta aqui até alguém sentir a minha falta. - termino de falar e escuto a risada do César.

-- Doidinha demais tu, mas você tá com o que?

-- Nem sei, preferi não pesquisar no Google os sintomas. - dei de ombro enquanto ele me olhava com uma sobrancelha levantada. -- Que foi? O tio Google ia dizer que eu tô com câncer e eu prefiro não saber que vou morrer tão jovem.

-- Letícia do céu como tu é dramática, bem que o Chris falou.

-- Cansei desse assunto, eu tô com fome e você está encarregado de me alimentar.

-- Te alimentar? - ele me olha com uma cara engraçada, o que me faz dar muita risada.

-- Uou o Santo Cesar levando pra malícia, vivi pra ver isso Brasil. -- falo em meio às risadas, e quando encaro o rosto dele, ele me olha com vergonha. -- O mds ele tá com vergonha.

-- Eu não tô com vergonha, e muito menos levei pra malícia, tu é doida garota.

-- Ok eu acredito. - levanto os braços em rendição. -- Eu tô falando pra você cozinhar pra mim, porque eu tô com fome e não tô podendo fazer.

-- Ata, vou lá então. - ele mal termina de falar e já sai todo apressado pra cozinha, o que me faz dar risada.

Saio dos meus pensamentos com ele me chamando pra perguntar cadê os temperos, o que me faz levantar com cuidado e ir sentar na cozinha pra ajudar ele.

-- Cesar me ajuda a subir na bancada. -- falo tentando me esticar pra subir sozinha, mas falho por não estar com força nas mãos.

-- Na bancada? - fala e vira pra me olhar. -- Tu vai cair doidinha. - fala assim que me vê tentando subir sozinha.

Quando eu vou responder, ele vem na minha direção e coloca a mão na minha cintura, o que me faz levantar o rosto e olhar pros olhos dele, que pra minha surpresa estava olhando pra minha boca.

Quando ele percebe que eu percebi, ele desvia o olhar e segura forte na minha cintura pra me colocar em cima da bancada, assim que eu sinto a minha bunda em contato com a bancada e ele ainda continua segurando a minha cintura.
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E essa só amizade? Me contem o que vocês tão achando.















O Ultimo Rap / Cesar McOnde histórias criam vida. Descubra agora