cap 15 amores do passado

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Já faz tempo que eu cheguei no churrasco, comprimentei o César só de longe, e me encontro na sala brincando com a filha do Chris, eu já disse da minha paixão por crianças? Eu amo a pureza delas é o quanto são inocentes.

Tava arrumando a casinha de Barbie enquanto a Catarina foi buscar mais brinquedo no quarto dela, até que o César entrou na sala e ficou em pé na porta me olhando.

— Perdeu alguma coisa aqui??

— Não, só achei engraçado te ver sentada no chão brincando de Barbie, não faz o seu estilo.

— Qual é o meu estilo? Fique sabendo que eu brinquei de Barbie até os 15 anos.

— 15 anos? Tu começou a  namorar com o Orochi com quantos anos?

— Com 14 anos, eu sei que é estranho, ainda mais hoje em dia, onde as meninas param com 9 anos. - me levanto e sento do lado dele no sofá.

— Imagino que você escondia que brincava de boneca, tenho uma prima que faz isso pra não ser zuada.

— Escondia só das minhas amigas, o Flávio vulgo Orochi, sabia e eu obrigava ele a brincar comigo. - falo me lembrando daquele tempo, onde eu namorava com o Flávio e não com o "Orochi", o primeiro presente que ele me deu foi uma Barbie, tenho ela até hoje, nunca tive coragem de me desfazer.

Faz parte da minha história, o Orochi foi e sempre vai ser uma das pessoas mais importantes que passou pela minha vida, eu demorei pra entender isso, mas entendi também que não adiantaria fazer dele o vilão da minha história ou tentar apagar as lembranças dele, no final foi bom enquanto era pra ser.

Saio dos meus devaneios com o César rindo, acho que por imaginar o Orochi brincam de boneca.

— Não consigo imaginar o Orochi brincando de boneca… pelo jeito vocês dois se gostavam bastante.

— Foi o nosso primeiro namoro e primeiro amor, a gente aprendeu tudo um com o outro, foi especial enquanto durou.

— Entendo, eu também tenho uma história parecida com o de vocês dois. - viro chocada quando ele finalmente parece que vai contar algo da sua vida.

— Sério? Me conta por favor. - imploro louca pra saber mais do César.

— Eu tive meu primeiro namoro e o único com 15 anos, a gente ficou juntos até os 19 anos, todo mundo achava que a gente ia se casar, meus pais até hoje acham na real.

— Não faz tanto tempo assim então, vocês ficaram bastante tempo juntos, porque terminaram? - pergunto realmente interessada já que o César não parece o tipo que teria abandono por conta da fama.

— Não tava dando mais certo, você sabe que eu sou cristão, mas não daqueles que se fecham em uma bolha e acredita em tudo que os pastores falam. - César ajeita o boné antes de continuar. — Já ela acredita piamente, então quando eu falei que ia atrás dos meus sonhos, ela surtou dizendo que eu tava indo pro "mundão" daí as brigas ficaram mais frequentes, até que não deu mais pra continuar o relacionamento. - pelo jeito que o César conta dá pra ver que ainda existe sentimento da parte dela por essa garota.

— Complicado, hoje em dia o que mais ferra o relacionamento e os dois estarem em sintonias diferentes, mas você e ela podem dar certo no futuro. - incentivo já que como eu disse ele tá destinado pra alguém com a mesma vida que ele.

Ficamos mais um tempo conversando, até que eu percebo que a Catarina não voltou até agora, levanto preocupada e vou até o quarto e a encontro dormindo no tapete do quarto, César a coloca na cama e a deixamos dormir sossegada.

Vamos lá pra fora onde está todos, e eu me sento perto do Chris e o César ao meu lado, Dudu nos vê juntos e dá risada enquanto balança a cabeça, ficamos nesse clima até que começa a esfriar.

Fico com frio, o que faz o César me oferecer o seu moletom, eu como não sou boba nem nada aceito, mas o primo do Chris resolve abrir a boca.

— Porque o Chris não empresta já que tá na casa dele é esse cuzao tem um monte. - Eu já contei que a família do Chris me empurra pro Chris? Se não, é eles vivem insinuando e me convidam pra todas as festas de família.

O César que ia levantando se senta novamente, o que me faz encarar o Chris, que entendi o meu olhar e se pronuncia.

— Não empresto mais nada pra Letícia, ela nunca devolve só pq é meu, tem uns par de moletom meu na casa dela. - Sorriu pro Chris e viro pro César e faço a minha melhor cara.

— Eu te empresto Letícia, tenho vários e onde eu moro nem faz frio mesmo, você pode ficar com ele. - César se levanta pra pegar e eu resolvo ir junto.

Entramos no quarto do Chris, onde se encontra a mala dele, ele se abaixa pra pegar enquanto eu fico encostada no batente da porta, só observando ele, que se assusta quando levanta e me vê parada olhando fixamente para ele.

Não desvio o olhar e vou até a direção dele, que dá um sorrisinho de lado já imaginando o que eu vou fazer, mas ele se engana se acha que eu vou dá o primeiro passo de novo, chego bem perto dele e falo no ouvido dele.

— Queria te dar um abraço já que você vai embora amanhã, e sei lá quando a gente vai se ver de novo ou se vc não vai tá na coleira novamente. - ele somente dá risada das minhas palavras.

E sem dizer uma palavra me abraça, e ficamos assim por um bom tempo, apenas sentindo o calor um do outro, o nós faz esquecer do moletom que ele segura, o nosso abraço e interrompido.

Pelo celular do César que começa a tocar, ele pega e olha o visor e dá um sorriso, o que me faz olhar a tela e entender o porquê do sorriso.

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Eai vocês achem que é quem?

Gostaram do César no "poetas no topo 3.3"?

O Ultimo Rap / Cesar McOnde histórias criam vida. Descubra agora