68 Eu te odeio

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— Oi, quanto tempo em — César quebra o silêncio depois de alguns minutos dentro da sala.

Já que eu fui incapaz de me virar, eu sou tão covarde, mas repito pra mim mesma que eu sou mais forte que isso, respiro fundo e me viro ficando de frente pro meu ex, que eu não vejo de tão perto desde a nossa última noite juntos.

— Oi! Vamos começar, você já pode ir pra salinha.

Tento manter isso o mais profissional possível, ele me encara por um tempo, com a cara de quem senti muito, porra! Por que tem que ser tão difícil?

Ele segue pra onde eu falei e eu tento me concentrar no meu trabalho, mas é impossível, é o meu ex cantando a continuação de uma música que ele fez pra mim.

Isso é o destino rindo da minha cara, só pode.

— Posso começar? — saio dos meus pensamentos com o César perguntando.

Apenas concordo com a cabeça e me preparo para escutar toda a parte dele, que infelizmente eu não consegui ler tudo pra ter pelo menos noção do que vem por aí.

Ele mal começa a cantar e eu já fico trêmula, espero que essa letra não tenha a ver com a gente ou espero que tenha, não sei se é pior escutar ele cantando sobre nós ou sobre outra pessoa.

Mas não tem como não ser sobre nós, não nessa parte, onde ele canta me olhando fixamente.

"Sempre que não sei bem o que dizer
Meus olhos sempre falam muito mais
Eu não vou te esquecer jamais
O que você me fez, o que você me traz
E lembra aquela vez quando eu te jurei
Que só no seu abraço é meu lugar de paz?
Você ainda é o meu lugar de paz
Vem, aproveita e traz aquele seu sorriso
Só com ele eu posso tocar o céu
E dessa vez prometo que eu não aterrisso"

Não consigo me manter neutra, não com ele cantando todo rouco pra mim, meus olhos enchem de lágrimas por pensar no que podíamos ter sido, e não fomos.

— Acho que já tá na hora da gente conversar! — Me assusto com ele saindo da salinha e se sentando na cadeira ao meu lado.

— Eu fugi tanto disso, mas não dá mais né? — ele nega com a cabeça. — então vamos lá.

— Eu queria começar dizendo que sinto muito mesmo de coração, te fiz sofrer mesmo prometendo que não faria.

— Promessas, as fazemos mesmo sabendo que jamais cumpriremos.

— É, mas não queria que o clima ficasse chato entre a gente.

— Infelizmente César, não tem como, não quando nós nos machucamos, mas podemos fingir.

— Não queria que a nossa relação estivesse chegado a esse ponto, não quando eu ainda te amo.

Gelo com as últimas palavras dele, mesmo o amando ainda também, jamais confessaria assim, no final caiu no choro.

Não paro de soluçar até que ele se levanta e segura os meus braços me fazendo levantar também, a minha única reação é bater no seu peitoral.

Ele deixa eu descontar toda a minha raiva e frustração, até que me abraça o que me faz chorar ainda mais no peito do cara que eu amo.

— Xiiiiii — ele sussurra enquanto me faz cafuné.

— Eu te odeio ainda mais por não seguir parar de te amar. — falo em meio aos meus soluços.

— Tá tudo bem, pretinha.

Consigo me controlar quando ele me chama do jeito que ele fazia quando namorávamos, o encaro e ele faz o mesmo, ficamos longos minutos só olhando um pro outro.

Até que ele coloca a mão nas minhas bochechas, mesmo eu já sabendo o que vem por aí, não consigo sair de perto dele e muito menos tirar a mão dele de perto de mim.

E então ele me beija, com tanta urgência como se não fossemos sobreviver depois do beijo.
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Agora só falta dois cap pra encerrar essa história que me trouxe tantas coisas boas.

Já queria agradecer por tudo até aqui, cada comentário e voto, me fizeram continuar.

Obrigada a cada uma que me chamou na dm pra me dar carinho ❤️

O Ultimo Rap / Cesar McOnde histórias criam vida. Descubra agora