O Jogo dos deuses

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Os oito Caçadores esperavam pacientemente pela batalha naquele lugar que um dia seria conhecido como o Vale dos Imortais. Muitos os chamavam de loucos,outros os indolatravam como divindades mortais,mas todos sabiam seu papel na guerra que já se arrastava por tanto temp; caçar os malditos que reinaram por tanto tempo com sua imortalidade opressora. Desafiar os seres mais fortes já presenciados pelos olhos de um mortal. Seu único papel,o motivo do poder que carregavam nas veias,era o de matar deuses.

Zeus caminhava por entre o acampamento balançando o Mjölnir tomado diretamente das mãos do deus do trovão Thor, ainda se perguntando se a noite lhe traria alguma paz às vésperas da batalha mais importante.

Odin,o irmão do outro humano,observava o escudo e lança tomados da deusa Atena após matarem-na se questionando o motivo do irmão ter ficado com o escudo e não ele.

Iara abriu um sorriso afiado ao ouvir os resmungos do humano e logo voltou a brincar com a água da pequena lagoa,andando sobre ela como se fosse chão sólido.

Amaterasu já afiava a espada sobre o colo e,ouvindo a conversa com suas orelhas de elfa, não pôde deixar de comentar com Ísis sobre como a Oceânide que andava sobre a água fazia mal uso da magia.

Ísis não pôde se conter antes de começar um monólogo explicando as morais de usar magia tanto para combate quanto para diversão sem largar nem por um momento o cajado em mãos. E,se não fosse interrompida por Miguel,teria começado a contar novamente a história de como roubou o artefato da própria deusa Andraste.

O anão,como sempre com um copo de cerveja na mão,não estava muito interessado na história da Magi de cabelos brancos.  Ao invés disso, começou a contar a história de como Iara matou Poseidon como se ele próprio fosse o autor do assassinato. E não parou de citar mais e mais mortes como em uma competição de histórias.

Credne,por outro lado,não se meteu nas histórias do irmão e foi se juntar a Diana na outra margem da lagoa lhe entregando o Arco que tinha sido quebrado na última batalha contra Apolo, agora novo como se fosse forjado por um deus. Com um sorriso no rosto ele deixou a Animalia de olhos de águia sozinha.

Diana tomou o arco em mãos agradecendo a Credne e se perguntando o que o maldito deus do sol iria dizer ao ver sua arma na mão da mortal que o matou. Lançou um olhar sobre a lagoa,passando os olhos por cada um de seus amigos questionando se aquela seria a última noite deles juntos ou se iriam viver para ver um mundo livre de deuses.

O jogo final estava prestes a começar.








Krystal colocou os papéis de volta no porta luvas do carro e olhou para a sua mãe no banco do motorista ainda se perguntando se o que tinha acabado de ler era genial ou se a mãe tinha ido longe demais nas suas pesquisas mitológicas.

A chuva ainda batia contra as janelas do carro sendo o único som ouvido até que a mais velha decidiu perguntar aquilo que tenta ansiava.

— Então… - Ela começou,sem tirar os olhos da estrada. — Eu sei que pode soar um pouco confuso e sem noção logo de cara mas eu quero a sua opinião sincera. Você gostou?

Krys a observou atentamente. Os cabelos negros,ainda molhados, grudavam no rosto como sanguessugas,a água ainda escorrendo pelo rosto.

— Não é como se eu lesse muito. Tem certeza que quer a minha opinião? Thomas seria muito melhor pra essas coisas.

— Krys,eu quero a sua opinião! Isso é só uma amostra. Só quero saber o que acha da sua perspectiva e…

A expressão que Krys tanto conhecia voltou de novo. Helena arregalou os olhos,abriu a boca como se tivesse acabado de levar um susto e freou bruscamente no meio da estrada. Krys,que tinha se esquecido de botar o cinto de segurança,quase bateu com a cabeça no porta luvas e só foi ter noção do que estava acontecendo quando o carro encostou no acostamento.

Caçadores de DeusesOnde histórias criam vida. Descubra agora