O Novo Comensal

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Enquanto ia à lareira, ele passou pela porta do quarto de Hermione. Por um momento, ficou parado, pensando se dizia a ela o que acontecera. Mas em sua cabeça, inúmeras perguntas se formavam. E se ele dissesse "não" a Voldemort? E se ele dissesse sim e Hermione descobrisse? Como ela reagiria? Seria aquilo uma traição?
Draco estava quase desmaiando, tantas eram as perguntas. Mas ele se levantou e usou a rede de Flu para ir à mansão. Decidiu que depois pensaria melhor no que fazer.
-Mansão Malfoy!
As chamas verdes o tomaram por inteiro, e quando ele abriu os olhos, estava em seu quarto.
-Draco, que bom que chegou!-dizia Narcisa.
-Eu tenho que fazer isto mesmo, mãe?
-Sim, por quê?
Ele queria, do fundo do coração, contar à Nsrcisa sobre a promessa que fizera à Hermione, mas por fim, apenas disse:
-É que... Eu não esperava que isto fosse acontecer tão cedo. Eu só tenho 16 anos!
-Eu te entendo, filho. Por mim, como deve ter lido na carta, você jamais se tornaria um... Deles. Mas vai ficar tudo bem. Vou dar um jeito que você fique protegido. Mas por hora, nada pode ser feito. Desça.
-Tu-tudo bem. Vamos lá...
Draco abaixou o rosto. Uma lágrima saiu de seus olhos, ele passou a blusa para evitar que vissem seu choro.
-"Me perdoe, Hermione", ele dizia em sua mente.
Era a única coisa que ele conseguia pensar, até que as palavras de Voldemort se apossaram de sua mente.
-Draco! Não poderia ter feito melhor escolha. Venha, aproxime-se!
Draco, mesmo relutante, foi até Voldemort. Mas a sua "comensalização" não foi como as outras que ele já havia presenciado: perguntas e juramentos. Não. Voldemort foi mais rápido. Dizendo algumas coisas em ofidioglossia, pôs a marca à fogo no pulso esquerdo de Draco. Narcisa teve que se segurar para não ir até o filho e tirá-lo das vistas de Voldemort.
-AAAAAAAAAAAAAAAAAH!!!!!!!-Ele gritava, tamanha era a dor.
Mas as lágrimas que ali saíam não representavam somente sua dor física. Representavam também a dor emocional que ele estava sentindo por ter quebrado sua promessa à Hermione.
Os comensais ali presentes aplaudiam e diziam a Draco que tamanha fora sua valentia, mas o sorriso que ele mostrava no rosto era apenas um sorriso. Por dentro, ele estava destruído.
-M... Milorde...-Draco gaguejava.
-Eu quero que faça uma coisa para mim. Somente você pode fazer isto.
-O... O que o senhor quiser... Milorde.
-Mate Alvo Dumbledore. Com ele morto, ficará mais fácil que eu chegue até Potter.
Draco arregalou os olhos. Como ele faria isto? Matar aquele que foi um dos melhores em sua jornada escolar? Aquilo não estava em seus planos. De maneira alguma. Mas ele simplesmente disse:
-Tudo bem, meu senhor. Farei o que possível for. Agora, com licença.
Ele saiu dali em direção ao quarto. Olhou com profundo desgosto para a marca negra, agora eternamente presa a si. Ele não conseguia parar de chorar. Apenas deitou em sua cama e, após um longo tempo de pensamentos que não lhe saíam da cabeça, ele dormiu.

TraiçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora