Traição

A conversa

Era fim de ano em Hogwarts. O quinto ano foi, para alguns alunos, um dos piores.
Após a terrível batalha no Departamento de Mistérios, que resultou na morte de Sirius Black, o universo parecia não fazer sentido para Harry.
Para os Malfoy, também não seria nada fácil. Após o escape da prisão e a batalha, Lúcio foi novamente preso.
Naquele momento, ainda em Hogwarts, Draco Malfoy estava andando pela escola. Ele nem sonhava com o que estava para acontecer.
Anoitecia. Ele se assustou ao ouvir passos no corredor próximo a onde ele estava.
-Quem está aí?-a voz dele soou juntamente à da outtra pessoa.
-Malfoy?
-Granger? O que faz aqui?
-Sou monitora-chefe, se esqueceu?
-E eu também.
-Estou revistando o castelo em busca de... Ah, esquece. E você? Devia estar dormindo.
Agora os dois andavam juntos, já quase no salão dos monitores.
-Até tentei. Mas estou preocupado. O ataque que houve ontem no departamento de mistérios, ouvi Potter dizer que há riscos de meu pai ser capturado e mandado para Azkaban...-ele dizia enquanto entravam juntos no salão.
-Não há com o quê se preocupar. Vai dar tudo certo. Agora, pra cama!
-Ah... Hermione?
Ela se assustou. Draco jamais a havia chamado pelo primeiro nome.
-O que foi? Falei algo errado?
-Não! É que... A gente nunca se chamou pelo primeiro nome.
-Ah, é verdade. Mas o que eu queria te dizer é... Obrigado.
-Por nada. Se precisar de conselhos, estou aqui.
Os dois se abraçaram.
-Eu vou ter que me tornar um comensal se algo acon...
-O quê?!
-Ora, Hermione! Você é inteligente! Sabe que meu pai me vê como um reflexo dele...
-Não!! Você... Draco, olha, você pode ser um reflexo na aparência, sim. Mas é mais forte! Lute contra!!
-E se eu não conse...
-Você vai conseguir! Não acredita em si mesmo?? Aqui vai o meu primeiro conselho: vá para a cama. Durma. Vai te fazer bem. Espere só para ver como amanhã você já estará melhor!
Draco sorriu para Hermione, algo que ela jamais imaginou ver.
-Eu vou tentar. E Hermione, obrigado. De verdade.
Não haviam dúvidas. Tudo aquilo foi um tanto estranho.
Depois de dizer boa noite um para o outro, eles foram, cada um para seu quarto, mexeram as varinhas para que as malas se aprontassem e foram se deitar.
Hermione rapidamente caiu no sono. No dia seguinte, seria o retorno para casa após aquele desastroso ano.
Já Draco, este ficou um tempo deitado em sua cama, olhando para o teto, pensando no que acabara de acontecer entre ele e Hermione Granger. Seu coração estava acelerado. "Deve ser por causa do futuro do meu pai", pensou ele.
Quando ele quase dormia, apareceu uma coruja em sua janela. Era uma carta de sua mãe, Narcisa Black. Ele abriu a janela, permitindo que a coruja pousasse no parapeito e tirou a carta da mesma, que alçou voo imediatamente.
-Lumos!-uma luz se acendeu na ponta de sua varinha, onde ele pôde ler a carta da mãe.
"Querido Draco,
As notícias que lhe trago não são as melhores. Seu pai foi enviado para Azkaban, onde ficará preso até segunda ordem. O Lorde das Trevas, claro, não gostou muito de tal notícia, e ordenou que você venha para cá imediatamente. Eu não pude fazer nada, você sabe que lutar contra ele é impossível. Use Flu. Eles estão te aguardando aqui.
Te amo com todo o meu amor...
Narcisa"
Draco chorava. O que faria? Ele, de uma certa forma, prometera à Hermione que tentaria lutar contra tudo. Mas contra Voldemort?
Ele pegou a mala e saiu do quarto.