Na última semana de agosto, faltando dois dias para retornar à Hogwarts, Draco foi com Narcisa até a Travessa do Tranco, a "parte das trevas" do Beco Diagonal. Agora, quase dois meses após a sua entrada para o clã de Voldemort, ele finalmente se sentia um pouco mais motivado com a ideia de ser um comensal e também com sua "tarefa", embora ainda não soubesse sobre o voto perpétuo de Narcisa e Snape.
Belatriz e outros comensais estavam na porta da Borgin e Burkes.
-Ah! Sr. e Sra. Malfoy! Que prazer recebê-los!
O que Draco não sabia era que, naquele momento, Harry e Rony os seguiam.
-Aqui. Este é o armário sumidouro.-disse o sr. Borgin.
-O que ele faz?-perguntou Draco.
-Funciona como uma passagem.-disse um dos comensais.
-Exato. Mas o outro lado está quebrado.-disse Burke.
-Então não serve para nada!-gritou Draco.
-Serve sim. O outro lado está em Hogwarts. Cabe a você consertá-lo.-disse Belatriz.
-Para quê?-Draco estava ficando irritado.
-Oras! Para que entremos na escola, Draquinho! Vamos destruir tudo aquilo depois que ele estiver morto!
A voz e a risada de Belatriz irritavam Draco.
-Digamos que eu não consiga restaurar o armário...
-Ah! Aqui tenho algumas coisas que podem lhe ajudar a matar o diretor. Não será necessário pagar por nada. É por conta da casa. Este colar é poderoso o suficiente para matar o primeiro que tocá-lo. Mantenha-o embrulhado, sempre. E... Aqui, veneno de basilisco. Somente uma gota, e Dumbledore morrerá!
-Obrigado. Mãe, vamos? Tenho que ir até a Madame Malkin, preciso de vestes novas.
Agora, Harry e Rony já não estavam mais ali. Eles não conseguiram observar tudo com clareza, pois as cortinas foram fechadas.
Hermione estava na Floreios e Borrões e acabou deixando os livros caírem quando Draco esbarrou nela.
-Ai! Olha por onde anda, seu idi... Draco! Me... Desculpe, de verdade...
-Hermione! Tá tudo bem. Ah, deixe que eu apresente... Mãe, esta é Hermione Granger, minha parceira de monitoria em Hogwarts.
-É um prazer conhecê-la, sra. Malfoy.-disse Hermione.
-Igualmente! Draco me falou muito sobre você.
Draco arregalou os olhos, e Hermione corou.
-Ah, não se preocupe, eu não sou como meu marido. Não... Se ele estivesse aqui, vendo você, uma nascida trouxa, conversando com Draco... Com certeza ele já estaria gritando ou pior, lançando feitiços contra você. Mas... Antes de ser uma Malfoy, eu sou uma Black.
-Black? Como... O Sirius Black?
-Sim. Eu sou irmã da Belatriz Lestrange. Sirius era nosso primo.
-Puxa... Todas as famílias bruxas estão, de alguma forma, interligadas!
-Sim. Draco, vá até a Madame Malkin, eu gostaria de conversar um pouco mais com Hermione.
-Mãe!
-Draco, que mal há em querer conversar com a amiga de meu filho? Hermione? Podemos ir até a Florean Fortescue?
-C-Claro, Sra. Mal...
-Ah, não! Nada de "sra. Malfoy", pode me chamar de Narcisa mesmo!
-Ok, Narcisa. Vamos.
Draco estava embasbacado. Como podia, Narcisa e Hermione se darem bem logo à primeira vista?
Ele foi até a loja de vestimentas. Harry estava ali também.
-Ai! Cuidado, sua idiota!-gritou o loiro quando uma das funcionárias quase encostou uma agulha no pulso de Draco, onde estava a marca.
-Me perdoe, sr. Malfoy.
Harry não pôde deixar de notar que algo muito estranho estava acontecendo com Draco.
-Perdeu algo aqui, Potter?!
-Ah... Não.
-Então pare de me olhar! Garoto enxerido!
-Já pode ir, sr. Potter.-disse Madame Malkin, entregando o troco do pagamento a Harry.
Na sorveteria...
Hermione e Narcisa conversavam.
-Fiquei muito surpresa em saber que você é também uma Black...
-Pois é. As pessoas ficam assim mesmo. É estranho até para mim, se quer saber. Mas conte-me sobre você, por favor.
-Ah... Não deve ter muito que contar, pois se bem me lembro, Draco já contou muito a vocês.
-A... Nós? Eu e Lúcio?
-Sim. Pelo menos, foi o que ele, Lúcio, disse quando viu Draco junto a mim, os Weasley e Potter, há quatro anos na Floreios.
-Ah... Eu não me lembro muito bem.
-Bom, os meus pais, trouxas, trabalham como dentistas.
-O que é isto?
-É uma profissão trouxa. Como se fossem medibruxos. Cuidam dos dentes das pessoas.
-Puxa! Diferente de tudo que já vi. Eu posso te fazer uma pergunta?
-É claro! L
-Como você realmente vê o Draco?
A pergunta de Narcisa pegou Hermione de surpresa.
-Bom... Eu não posso negar que antes do último final de ano, eu o via como um garoto mimado... Que só se importava com as coisas que aconteciam no mundo dele. Mas... Depois da nossa conversa, onde ele me revelou sobre a probabilidade de se tornar um comensal e também sobre o fato de Lúcio o "controlar", fazendo com que ele seja uma espécie de "marionete", eu o vi diferente. Ele estava realmente mal, e eu senti que tinha o dever de ajudá-lo a lutar contra.
Narcisa não esperava ouvir tal definição sobre seu filho. Ela estava surpresa.
-Realmente... Ele precisa de uma certa ajuda psicológica. A prisão de Lúcio o afetou mais do que esperávamos, ele só veio aqui hoje porque faltavam fazer as compras de início de ano letivo. Achei que seria bom para ele... Ele mal tem dormido, está sofrendo muito. E... Eu gostaria de pedir a sua ajuda.
-A... Minha ajuda?
-Sim. Em casa, consigo ajudá-lo, mas ele estando em Hogwarts, não poderei ficar indo lá todos os dias. Mas você está lá, eu vi como ele te olhava quando nos encontramos mais cedo. Ele confia em você.
-Sim. E eu confio muito nele. Espero que ele consiga lutar contra esta loucura, a tal decisão de se tornar um comensal... Vou ajudá-lo, com certeza.
Draco apareceu ali.
-Mãe, estou pronto.
-Claro. Hermione, foi bom te conhecer!
-Igualmente, Narcisa. Draco, nos vemos em dois dias.
-Claro, Mione. Até mais.
Draco e Narcisa saíram dali.
-Não contou nada...
-Não, filho, pode deixar. Você contará, quando achar que é a hora dela saber.
Os dois voltaram para casa.
Ainda no Beco Diagonal...
Harry se encontrou com Hermione quando ela quase deixou os seus livros caírem. Rony havia retornado com Gina e a sra. Weasley para casa.
-Calma, Mione!
-Obrigada por me ajudarem, meninos. Acabei de conhecer a mãe do Draco, acreditam? Ela é irmã da Belatriz! Mas em nada se igualam.
-E você confia nela?
-Ah, Harry... Ela me pareceu uma boa pessoa. Não mataria só por matar. Por quê?
-Não, nada de especial... É só que... Deixa pra lá. Vamos embora.
Harry pensava que Draco havia se tornado um comensal. Sua atitude na loja da Madame Malkin e também na Borgin & Burkes foi muito estranha. Ele pensou em contar para a amiga, mas achou melhor não atrapalhar os "pensamentos felizes".
Finalmente, cada um foi para sua casa. E em dois dias, estariam de volta à Hogwarts.
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Traição
NezařaditelnéE se aquele que se tornou seu melhor amigo te fizesse uma promessa, e depois de um tempo, ele quebrasse tal promessa? Como você reagiria? É isto que esta história nos traz: muita ação, aventura, e claro, um pouquinho de... Traição!