31. De volta

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Lauren

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Lauren

Duas semanas se passaram desde a minha cirurgia e é quase a mesma quantidade de tempo desde a última vez que fui até escola, mas não é como se eu tivesse com saudades ou algo parecido, evitar os olhares penosos e os cochichos pelos corredores têm sido uma das coisas boas dos meus dias, mas se quero realmente me sair bem nas últimas provas antes do recesso de natal em menos de um mês, tenho que voltar até lá e assistir uma boa quantidade de aulas. Meus amigos, durante o tempo que fiquei "fora", tiveram o trabalho de anotar tudo o que os professores falavam, bem como organizar meus deveres de casa, para que eu não ficasse tão atrasada e, entre uma lista de questão de álgebra avançada e uma redação de 30 linhas sobre os reflexos da escravidão nos dias atuais, eu tive que aprender a escrever com a mão esquerda, o que é bem mais difícil do que imaginamos, já que a direita ainda está se recuperando da cirurgia e mal consegue segurar um lápis por dez segundos sem deixa-lo cair. Sobre isso, tenho feito fisioterapia. Quatro vezes na semana. Um saco, mas sei que é necessário. Eleanor Carlyle, a profissional contratada, vem até minha casa com uma maleta colorida cheia de coisas que eu preciso apertar, segurar, lançar e outra série de movimentos que não me deixam apenas cansada fisicamente como mentalmente. Oito sessões depois, eu ainda não vi grandes resultados, mas ela segue me incentivando e dizendo que tenho melhorado.

Bom... Ela é profissional, deve saber o que está dizendo.

O que mais posso contar sobre esses últimos catorze dias? Ah, Madelaine votou a conversar com Vanessa, o que me deixou bem animada com a novidade, mas o sorriso tenso que recebi de volta fez a minha emoção morrer um pouco. Acho que as coisas vão demorar pra ficarem bem de fato, ainda mais que elas não podem se encontrar pessoalmente para uma conversa mais franca, pelo menos não até os feriados de fim de ano, quando a Vanessa pode vir até aqui. De qualquer forma, deu pra perceber que a ruiva ficou feliz, lá no fundo, por ter retomado contato com a outra garota e tudo o que eu posso fazer é apoiá-las totalmente nisso se for o que as faz bem e feliz. Enquanto um casal parece encontrar seu caminho, outro termina oficialmente. Troye e Keiynan tiveram uma conversa séria, acho que os últimos acontecimentos fizeram meus amigos pensar sobre o tempo e como a vida é um sopro, nunca podemos de verdade contar com o amanhã, porque talvez ele nem chegue. Pelo o que eu soube, colocaram todas as cartas na mesa e muito rancor e ressentimento nunca fez bem para relacionamento algum. Os dois decidiram seguir suas vidas separadamente.

É, nem sempre o primeiro amor vai ser o amor da sua vida.

Mas será possível ter apenas um amor de verdade? Fala sério, eu não acredito muito nisso. Ok, tudo bem, parece meio idiota pensar nisso e até soa como se eu fosse uma estúpida que acha as pessoas descartáveis, mas vamos ser sinceros. Quando meu avô me contou sobre Nancy e o intenso sentimento que nutriam um pelo outro, ficou difícil imaginar que ele poderia amar outra pessoa igualmente ou ainda mais, só que ele não foi só capaz como, se se lembrasse dela, da minha avô, poderia dizer que sim, é possível amar mais de uma pessoa numa vida. Às vezes, relacionamentos não funcionam por uma infinidade de razões e rompimentos acontecem, é natural. E a vida segue seu rumo, o tempo não para, ainda que seja nosso desejo. Pessoas entram e saem da nossa vida, algumas vezes não temos controle dos visitantes do nosso coração, o que podemos fazer é ter consciência de que muitas coisas são maiores do que nosso poder. Não dá pra estancar e esperar que essa falta de reação resolva alguma coisa. O verdadeiro problema está no próprio ser humano, que continua dependendo a sua felicidade em alguém de forma cega e leviana. Só que precisar não é a mesma coisa que querer. Você não precisa de alguém para estar feliz, mas você pode muito bem QUERER dividir sua felicidade e tudo bem, faz parte da natureza do ser humano viver em sociedade, até mesmo o mais recluso dos homens.

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