Capítulo 5 - Não quero me importar

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Quando acordei no dia seguinte só sentia meu braço doer por causa da picada de ontem. Tentei abrir os olhos, mas a luz branca dificultava a visão. Quando finalmente consegui abrir percebi alguém me observando. Ela estava sentada na cama na mesma posição de quando estava no jardim. Seu rosto sem expressão e muito pálida. 

- Me desculpa, eu não queria lhe fazer nenhum mal. - ela disse se encolhendo mais na cama colocando seu rosto sob seus joelhos. 

- tudo bem, já estou acostumado com isso, apesar de nunca dividir um quarto aqui neste sanatório.

-Você está bem? - ela pergunta olhando pra mim.

-Sim. - Menti.

-Porque internaram você? 

- Já disse tentativa de suicídio. - falo olhando em sua direção, já começando a ter raiva.

- Desculpe, é que eu não converso com ninguém faz três dias. 

Fico em silencio e pego uma folha para desenhar alguns rabiscos. Sinto o olhar dela sobre os meus movimentos, mas ignoro.

Ela se levanta e caminha ate minha cama.

- Posso me sentar aqui? 

Dei de ombros e ela sentou um pouco longe de mim.

- Você não tem medo?

- Medo de que? 

- De se machucar, não tem medo de mim? - pergunto para tentar faze-la sentir medo e sair daqui.

- Não, eu já estou muito machucada, se acontecer mais alguma coisa não vai fazer diferença. Porque você perguntou isso? 

- É que nunca pude ouvir outra pessoa a não ser as enfermeiras e meus próprios pensamentos. 

Ela se levanta e vai para sua cama novamente. Eu continuo a fazer desenhos aleatórios e ela pega no sono rapidamente.

Naquele fim de tarde começou uma tempestade, trovões e raios não paravam de aparecer no céu. Eu apenas fiquei a noite inteira acordado observando pela janela que havia no novo quarto. À tarde eu havia ficado deitado e desenhando, e Elizabeth havia dormido o tempo todo. As enfermeiras trouxeram-me o jantar e eu deixei o de Elizabeth em cima da mesa caso ela queira comer quando acordar. Porque estamos aqui? Porque uma garota como Elizabeth está aqui? Por que um garoto como eu está aqui? Será que um dia possamos sair deste lugar e viver nossas vidas normais? Realmente eu não consigo achar uma solução para que isso aconteça. Eu quero fugir daqui, não posso mais ficar neste lugar, este lugar me enlouquece, eu não sou louco, são as pessoas, o mundo que te faz ficar louco. As horas iam passando e a chuva ficava cada vez mais intensa. Eu me lembro de quando era criança, adorava ficar vendo a chuva cair lá fora. Ficar vendo os raios se formarem perfeitamente em apenas uma fração de segundo e depois desaparecer. Minha mãe ficava furiosa, pois não gostava que eu ficasse na janela e me mandava para o quarto dormir. 

Não vejo a hora de poder fugir, tenho uma arma aqui comigo e quero usa-la logo. Ontem quando havíamos entrado no novo quarto, os enfermeiros esqueceram-se de nos revistar por causa da euforia do incêndio, e eu aproveitei e guardei rapidamente a faca em baixo do colchão. Não sei onde Elizabeth colocou a dela, mas provavelmente escondeu também.

Quando vi os primeiros raios de sol no dia seguinte, fui deitar antes que Elisabeth acordasse. Consegui dormir um pouco e já era de manha quando acordei novamente.

Elizabeth não estava deitada em sua cama, e a porta do pequeno banheiro estava fechada, deduzi que estivesse lá. Fiquei sentado na cama esperando ela sair para poder utiliza-lo também quando um barulho veio lá de dentro. Não foi muito forte, foi como se um corpo tivesse caído no chão. Levantei rapidamente e fui ate a porta.

- Elizabeth está tudo bem? - gritei e ela não respondeu. - Por favor, responda. - falei mais alto batendo na porta. 

Somente ouvi silencio e nada de Elizabeth responder. 

Fui correndo em direção do botão de emergência para acionar as enfermeiras, logo em seguida elas entraram.

- A moça que divide o quarto comigo está no banheiro e não responde. - falei parado na frente delas enquanto elas se direcionavam a porta do banheiro. 

Hey girls, tudo bem com vocês? Yeap, eu estou tão feliz pelas 406 leituras, muito muito obrigada de coração!! Por favor comentem o que acham dos capítulos, podem dizer se não está bom, se tem algum erro, essas coisas e tal, eu me sinto muito especial por pessoas lerem a minha história. No capítulo anterior eu disse que iria ter povs da Elizabeth, mas acabei não colocando, enfim, no próximo tem com certeza. Eu dedico este capítulo a Tarci, minha pequena! Te amo! Amo todas vocês, apesar de nem conhece-las. COLOQUEM A FIC NA BIBLIOTECA DE VOCÊS POR FAVOR, ASSIM VOCÊS SABEM QUANDO TEM CAPÍTULO NOVO. Bjs no coração de vocês. Desculpem pela demora (escola). By xxLuh

Cruel FateOnde histórias criam vida. Descubra agora