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I want

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I want

Abro os olhos quando ouço o toque do meu celular e arrumo minha postura na cadeira do quarto dos gêmeos. "Droga!" Resmungo quando uma das compressas de água morna que tenho sobre meu seio cai no chão. Ergo o braço para a cômoda e pego o celular desbloqueando e ao ver o nome dele piscando na tela prendo o ar.

"Eu sei que ainda não é final de semana, mas você pode me deixar vê-los? Por favor, eu realmente preciso disso".

Leio sua mensagem e fecho os dedos com força em torno do aparelho pensando em mil maneiras de negar, mas como eu posso fazer isso? Eu não posso, não quando ele sente falta das crianças e eu sei como é isso. Estamos aprendendo juntos da pior forma a lidar com a ausência dos pequenos quando somos forçados a nos separar.

Quando devíamos estar todos juntos.

Respiro fundo e respondo a mensagem jogando o celular para o lado e juro por Deus não se passaram sequer cinco minutos antes da campainha soar pela casa.

Bendito seja.

Encaro meu reflexo no espelho do corredor e por Deus pareço que nem merda. Meu cabelo está preso em um rabo de cavalo e fios soltos caem por todo meu rosto e nuca, minha camisa absurdamente grande porém confortável cai sobre minhas coxas nuas. Levanto o braço enquanto faço o caminho até a porta e cheiro a loção de bebê, leite e mais alguma coisa que eu não sei identificar.

Abro a porta e me deparo com ele em pé suas bochechas levemente coradas quando ele começa a falar. "Eu estava aqui por perto e pensei em vir ver as crianças". Certo. "Eu estou com saudade deles".

E de mim Harry? Você sente minha falta tanto quanto eu sinto a sua?

Dou um passo para o lado e ele entra na casa, rapidamente por trás dele eu começo a catar todo e qualquer objeto que esteja fora do lugar. Mas minha nossa, são muitos deles. Harry se vira para trás e olha para baixo onde estou inclinada pegando um chocalho do chão. "Ei, pode deixar eu não vim aqui pela casa esteja ela arrumada ou não Lara". 

Suspiro e coloco os brinquedos em um cesto perto do sofá. "Hoje é dia de folga da babá..." Começo a explicar e ele cruza os braços diante do peito. "Quando ela tem folga Carla costuma vir, mas hoje ela tinha consulta e..." 

Ele me interrompeu erguendo uma mão em frente ao corpo. "Eu não vim pela casa e nem para questionar suas habilidades como mãe. Eu não poderia ter tido mais sorte em ser você a mãe dos meus filhos, Lara".

Ah merda! Será que ainda posso culpar meus hormônios pela onda de emoção que suas palavras trouxeram para meu peito?

Abri a boca para responder mas não tive tempo, o grito de Eduarda chamando pelo pai e o som da sua risada era a única coisa em que eu conseguia me concentrar. Ele se abaixou diante dela até que ficassem quase da mesma altura e a puxou entre os braços, enquanto eu observava a comunhão entre pai e filha o notei tremer um pouco e respirar fundo abrindo os olhos olhando para o teto como se quisesse se acalmar.

Wasted Love / Rebirth - hesOnde histórias criam vida. Descubra agora