A Festa - Parte 1

3.2K 305 162
                                    

O dia foi agradável com as meninas, os vestidos, as conversas, não acabou quando voltamos pra mansão. Nos instalamos no quarto da Ino por essa noite. Queríamos conversar ainda mais, confesso minha animação, eu nunca havia tido uma noite de garotas assim na vida, era divertido.

- Sua vez Hina, conta um pouco sobre você, por que decidiu ser enfermeira? - Ino começou.

- Bom, eu... Eu sempre quis cuidar das pessoas... Sempre achei uma profissão gratificante... Ver que você é responsável pela recuperação de alguém, poder ajuda-la...

- Sim, você tem razão, é realmente incrível, também adoro essa sensação. Agora, Hanabi, pedagoga? - Ino questiona.

- Ah gente! Crianças são fofas, adoro elas, e poder ensinar e cuidar delas é muito bom, aqui então, Saeko é uma princesa, a amo muito. - Ela diz abraçando um travesseiro. - E você Sak? Sei que é formada em medicina, mas o que te levou a isso?

- Eu? Bem... - Minha motivação para isso é um pouco triste, não quero estragar a noite delas com isso. - O... O mesmo que a Hina. É... Gratificante. - Sorrio sem graça. - Bem meninas, eu já... Vou me deitar, amanhã será mais um dia cheio de afazeres, é melhor descansar. Divirtam-se.

Me despeço delas e vou em direção ao meu quarto. Porém, no caminho, descido tomar um ar no jardim. A essa hora, todos já estão recolhidos em seus aposentos e eu posso ter um tempo sozinha.

- Porque eu quis ser médica... Hunf... - Dou um sorriso triste a mim mesma - Apesar dos meus motivos, nunca pude usar isso como eu queria... Sou uma farsa...

"- Por favor, por favor não me leve até eles... - a menina grita a enquanto era arrastada pelo imenso corredor cheio de portas, quando o homem abriu uma delas e a empurrou para dentro.

A pequenina de cabelos rosados, junto às outras garotinhas apenas ouviam os gritos da amiga, tapando os ouvidos tentando conter o pânico, temendo serem as próximas.

(...)

- Ótimo trabalho Carmem. Eles adoraram seus atributos. - Disse o homem de cabelos brancos, empurrando a pequena de volta no porão onde outras 28 meninas estavam. - Amanhã teremos novos clientes, estejam apresentaveis. - Dizendo isso, ele fechou a porta, a trancando por fora.

- Carmem! - A menina de cabelos rosados corre em direção a amiguinha que tinha ferimentos pelo corpo, principalmente em suas partes íntimas. - Eu vou cuidar disso. - Ela dizia enquanto prendia os cabelos e rasgava um pedaço de tecido de seu vestido e pegava um copo com água limpa para limpar as feridas da pequena. - Por que eles são tão cruéis? - Ela dizia em meio às lágrimas.

Então sentiu a amiga segurar seu pequeno braço.

- Não... pre... cisa... se precurar... - Ela disse nitidamente fraca - Eu... vou ficar bem... - Havia um pequeno sorriso em seus lábios, mas seus olhos expressavam grande dor e tristeza. - Eu... finalmente... vou ver a... mamãe...

- Hu-hum... eu vou te ajudar! Quando eu terminar de passar o remédio... - a rosada dizia entre as lágrimas - Você vai estar melhor, eu... prometo. - Ela soluçava.

- Eu estou com... frio...

A pequena de cabelos roseos correu até seu colchonete e pegou a manta que usava para cobrir-se e voltou, o colocando sobre a amiguinha.

- Pronto. - Ela disse, encontrando os olhos vazios da amiga. - Carmem, agora vai ficar tudo bem. Carmem! - O soluço veio forte ao constatar o que acontecera. - CARMEM!

- Tarde demais, ela se foi. - Disse Rin ao se aproximar.

A pequena se jogou nos braços da amiga e chorou por toda a noite. Não era a primeira vez que isso acontecia naquele lugar, mas ela sempre chorava muito a perda das suas amigas, ela temia que qualquer dia, ela fosse a próxima. Desde então ela se esforçou para ajudar a cada uma das meninas que sofriam aquilo e cuidava delas, prometendo a si mesma que, se um dia saísse daquele lugar com vida, dedicaria sua vida a ajudar crianças como elas."

Para SempreOnde histórias criam vida. Descubra agora