Brincando com a realidade

Lúcifer Morningstar

Sinto um cheiro terrível de suor e álcool e nesse momento percebo que adormeci com a cabeça apoiada no balcão de um bar qualquer. Curioso, eu deveria estar na Lux, isso só pode ser alguma tentativa ridícula de meu "querido" pai para me manipular como sempre. Levanto do banquinho e percebo o quanto este lugar é degradante e que definitivamente não estou em Los Angeles, já que conheço todos os lugares decadentes da famosa cidade dos anjos.
  Outra coisa que noto são minhas mãos que estão diferentes, olho para a frente e vejo um desconhecido, e depois de alguns segundos percebo que estou olhando para meu próprio reflexo. Somente meu pai poderia fazer algo assim, uma coisa é me mandar para o inferno pela eternidade e outra era mexer na minha aparência, o que ele pretendia com isso?
  Não tive muito tempo para pensar por que logo fui abordado por um sujeitinho esquisito, que eu classificaria como um texugo.

- Ora, ora se não é meu "amigo" Lúcifer...

- Por acaso eu te conheço? Acho que não, me lembraria se conhecesse um texugo falante.

- O mesmo Lúcifer de sempre, mas não se esqueça que agora eu governo o inferno.

- Faça bom proveito então... Eu estou de férias e preciso voltar para Los Angeles.

- Você não vai a lugar nenhum.

- Com certeza você trabalha para o meu pai, e vai me responder algumas coisinhas - Eu o olho daquela maneira que só eu sei; o que você mais deseja nessa vida?

- Por acaso você está dando em cima de mim? Ou algo do tipo?

- Com certeza você é um enviado de meu pai, geralmente quando uso meu olhar as pessoas me contam seus segredos.

- Parece que você andou fumando maconha vencida.

- Jamais, a que eu uso é da melhor qualidade, mas já que não consigo que você fale pela sutileza... Terei que usar outros métodos menos ortodoxos...

  Começamos então a lutar, ele lutava bem, mas conhecia alguns golpes a mais que ele e acabei o derrotando e o segurando pela gola de sua camisa, tão cafona, quanto a que eu usava agora.

-  Agora me diga pequeno texugo, quem é você? E por que meu pai te enviou?

- Você ficou maluco Lúcifer? Sou eu o Crowley, novo comandante do inferno, não tem como eu trabalhar para o seu pai...

- Certo... Espera um minuto, essa atmosfera, esse cenário... Este meu novo visual... Alguém me mudou de realidade - O jogo no chão; e você vai me ajudar a sair deste lugar!

- Eu não posso te ajudar, mas conheço quem pode...

- De quem você está falando?

- Dos irmãos Winchester... Já que você não é o Lúcifer que conheço poderia me dizer seu nome?

- Lúcifer Morningstar; o ajudo a levantar - E é bom não tentar me enganar... E que esses tais Winchester me sejam de fato úteis.

  Algo estava muito errado aqui e com certeza, como já disse e torno a repetir, isso é coisa do meu pai. Mas quem era o seu emissário? Este texugo chamado Crowley? Ou esses irmãos Winchester? Não importa quem seja, vai pagar pelo atrevimento de se meter em minha vida, espero que Mazze esteja cuidando bem da Lux, e que a detive não esteja correndo nenhum perigo.