Brincando com a realidade

Lúcifer

  Acordei sentindo lençóis de seda envolvendo todo meu corpo, estranho não me lembro de estar dormindo. Sinto um corpo quente e macio ao meu lado, me viro e para minha surpresa é um homem nu, que merda é essa? Me levanto da cama e sinto que estou completamente nu em uma especie de cobertura luxuosa. Abro um closet e vejo roupas extravagantes, escolho uma delas e entro no que parece ser um banheiro, me olho no espelho e vejo que estou num corpo diferente, muito estranho, não me lembro de ter trocado de corpo.

- Lucy volta pra cama...

  E acima de tudo não me lembro de ter transado com um homem, isso se parecia com mais uma brincadeira de Gabriel, saio do banheiro e escolho uma roupa ao acaso. O homem que agora podia ver claramente me olhava com lascívia.

- Não vai voltar para a cama?

  Eu olho bem nos olhos dele e sinto que ele fica em estado de choque, pega suas roupas espalhadas e passa por mim batido. Algo muito errado está acontecendo, ouço o som de um celular e o encontro no meio dos lençóis, a imagem de uma loira de olhos verdes e abaixo da imagem o nome detetive. Eu não atendi então ouvi uma mensagem de voz.

- Lúcifer aqui é a Decker surgiu mais um caso de homicídio; para por um momento - Será que devo lembra - lo que como consultor civil da polícia de Los Angeles você deve manter o seu celular sempre a mão caso emergências como essa surjam? Me liga...

  Desde quando me mudei para Los Angeles? Desde quando transo com homens?  E acima de tudo por que sou consultor civil da polícia? Se isso for uma brincadeira de Gabriel, ele vai me pagar por isso. Mas também poderia ser alguma coisa envolvendo os irmãos Winchester.

  Enquanto termino de me vestir uma morena, de roupa justa e sexy e um olhar debochado aparece. Ela me encara e me olha de cima a baixo.

- O que está acontecendo com você Lúcifer? Está certo que depois que você conheceu a Decker ficou menos divertido... Mas você nunca mostrou seu rosto de diabo de modo desnecessário... Como fez com aquele cara.

- E quem seria você?

- Sério Lúcifer? Isso é algum tipo de brincadeira?

- Não estou brincando, de fato não a conheço, pode aparecer Gabriel, sei que está aqui...

- Você não é o Lúcifer...

  Ela me ataca como uma louca com golpes de kung fu, eu me defendo o máximo que posso, ela me derruba no chão, ficando acima de mim.

- Quem é você? E onde está o verdadeiro Lúcifer?

- Eu sou o Lúcifer!

Eu inverto as posições e olho profundamente dentro de seus olhos e ela para de se debater, e me encara de um modo esquisito.

- De alguma forma você é o Lúcifer, mas não o que eu conheço... Pode me soltar eu não vou arrancar sua cabeça.

- Como se eu fosse deixar; eu a solto - Agora pode me dizer seu nome?

- Mazikeen... Mas pode me chamar de Mazze...

- Agora me explique o que acabou de dizer... Como assim não sou o Lúcifer que você conhece?

- Vou direto ao ponto, você não é daqui... Parece ser de outra realidade... Pois se fosse desta saberia que sou a maior torturadora do inferno.

- Interessante... Mas já que estou aqui me fale sobre essa suposta realidade...

  Nisso meu telefone toca de novo, é a tal Decker, eu penso em ignorar, mas desisto, pois essa tal detetive poderia me ser útil.

- Alô...

- Lúcifer venha a delegacia agora, precisamos conversar; desliga.

- Que mulherzinha grossa; vejo Mazze rindo - Posso saber do que está rindo?

- O Lúcifer que conheço jamais diria isso da Decker, é melhor ir a delegacia, lá encontrará suas respostas; me joga as chaves de um carro - É o converte C3 de 1962 que está na frente da boate.

- Que boate?

- A "sua" boate, no "seu" carro tem um GPS, é só segui - lo que você chega na delegacia.

- É impressão minha ou você está se divertindo com isso?

- Sou um demônio e estou entediada... E coisas assim me divertem, boa sorte você vai precisar...