The eve

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LuHan tinha um sorriso nos lábios quando se viu rumo ao colégio dividindo carro com Oh SeHun. No dia anterior, o coreano havia o levado para almoçar como prometido e dividiram um pacote de pipocas pela tarde enquanto assistiam filmes em seu apartamento vazio. SeHun perdeu o horário e esqueceu do compromisso com os amigos, mas pareceu não se importar vendo o garoto de cabelos rosas deitado em seu colo com os olhos grudados na televisão. Aproveitou que os pais estavam viajando para resolver assuntos de outra filial do hotel, e convidou que LuHan dormisse com ele. Foi na cama do quarto de SeHun que os dois reviveram ainda mais as lembranças do verão, e LuHan deixou-se encantar mais uma vez pelas palavras de amor sussurradas no pé do ouvido enquanto eram um só.

SeHun tinha a cabeça apoiada na janela e pediu ao motorista que parasse algumas quadras antes do destino, e saiu do carro, seguido pelo chinês que bufou com a cena.

— Qual a necessidade disso? – LuHan endireitou a mochila nas costas

— Se chegarmos no mesmo carro soa suspeito, LuHan – sussurrou o coreano

— Você está mesmo com vergonha de mim? – murmurou

SeHun parou de andar, apertou as alças da mochila na mão até os nós de seus dedos ficarem brancos e deu a LuHan um olhar de soslaio. O chinês entretanto, não havia feito a pergunta por birra, como pensou SeHun. LuHan só queria o verão de volta. Mesmo no resort da família em Jeju, cheio de funcionários o observando, LuHan sentia que SeHun estava mais próximo de si ali, não se beijavam em lugares movimentados e tampouco andavam de mãos dadas pelo saguão, mas também não parecia ser algo escondido como estava sendo em Seoul.

— Eu só não quero que as coisas fiquem complicadas, Lu

— Pra mim ou pra você?

— Para nós dois – concluiu o coreano, voltando a andar sendo acompanhado por LuHan

— Hunnie, – LuHan segurou o braço do mais novo, fazendo-o parar – eu deixo bem claro pra qualquer pessoa que eu conheça que sou gay. Eu entendo você não querer assumir uma bissexualidade, homossexualidade, o que seja. Eu juro que entendo, mas eu também não quero viver me escondendo, então pensa bem, tá bem?

SeHun assentiu sem nem ter certeza se havia entendido o recado, recebeu um sorriso murcho do chinês e o viu seguir em frente, sem olhar pra trás nem uma única vez.

••☽•☾••

As palavras de LuHan entretanto, não tiveram nenhum efeito, pois todos os dias seguintes o casal encontrava-se no banheiro do último andar e trocavam beijos e carícias. Situação que não se repetiu com KyungSoo e JongIn.

A semana de provas teve início no mesmo período que as aulas de dança de JongIn começaram, o moreno mesmo sem tempo, esforçava-se para provocar KyungSoo de todas as formas que podia, porém se KyungSoo já ficava insuportável na semana de provas normalmente, a situação piorou quando no final de uma das primeiras provas, JongIn pediu para o garoto pegar em sua mochila o boné que ChanYeol havia deixado em sua mão e KyungSoo, além de encontrar o acessório, acabou por achar também um tubo de plástico curioso, que ao ler do que se tratava, arregalou os olhos e gritou no meio do pátio quase vazio.

— Que porra é essa? – jogou o tubo de lubrificante para JongIn, que deixou de amarrar os sapatos para conseguir pegar a embalagem no ar

O moreno sorriu sacana pondo-se de pé.

— O que?- aproximou-se do baixinho indo guardar o produto de volta na mochila – Não vai querer usar?

KyungSoo arregalou os olhos ainda mais e JongIn o viu perder a cor diante de suas palavras. O baixinho, sem saber o que fazer, continuou parado, olhando incrédulo para um JongIn sorridente. Do quis esconder o rosto, sem acreditar no que ouviu. A vergonha que corria em suas veias – tanto por lembrar de JongIn fazendo o que fez na casa de ChanYeol, tanto pela pergunta que ouviu do amigo – deu espaço entretanto para o medo seguido de raiva. Ambos os sentimentos estavam ligados ao que JongIn planejava. Medo pois era completamente novo para si tal tipo de interação, e não sabia se estava realmente pronto – por mais que tivesse a total certeza de que queria muito – para aquilo e raiva por saber que se JongIn havia comprado aquilo, estava mesmo planejando algo, o problema estava aí: JongIn nunca chegou a perguntar se o garoto queria.

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