A APOSTA |

Capítulo Quinze.

HENRRY 💬

Eu acho que na outra vida a Antonela tinha um caso com o dono da Mc donalds, que não é possível.
Estamos aqui tendo uma mini-briguinha por isso.
Henrry: Eu quero comida chinesa Nela, da última vez foi você quem escolheu. –Falei sentando na cama e cruzando os braços–
Ela ria.
Antonela: Ta bom, vai.... –Fez beicinho–
Henrry: aaaff –abracei ela e dei um selinho–
Antonela: Ta se aproveitando de mim... hum... –Falou e pegou o telefone–
Ligou pra o restaurante chinês e pediu nossa comida, colocamos um edredom na sacada com alguns travesseiros e estavamos admirando à vista.
Ela estava me contando histórias da infância dela, a Antonela é encantadora, tem uma marra, um senso de humor, sei lá que tipo de macumba é esse.
Henrry: Não acredito que você jogou lama na cara da sua amiguinha Antonela– Falei rindo–
Antonela: Ela era muito afrontosa, falou que eu não tinha essa coragem. –Levou o garfo até a boca–
Henrry: E seus pais, você nunca me falou deles –Vi o sorriso que ela tinha sumir da mesma hora–
Antonela: Meus pais morreram Henrry, em um acidente de carro. –Falou e pude ver seus olhos encherem de lágrimas–
Henrry: Me perdoa–abracei ela de lado–
Antonela: Não te problema, eu gosto de falar deles, só sinto saudades, muitas... –Saiu do abraço e voltamos a comer.–
Henrry: Olha meus pais tão vivos, mas é como se não tivessem, se isso te conforta, as lembranças boas que eu tenho da minha infância é com a D.Flor, nossa empregada e babá, ela quem cuidou de todas as minhas febres, gripes e até ia na escola quando eu fazia coisa errada, minha mãe sempre foi ambiciosa, trabalhava e achava que dinheiro era tudo que eu precisava, por muito tempo eu bebi, usei drogas e fiz de tudo pra chamar a atenção deles, meu pai só dizia que eu era a vergonha da família, que eu nunca ia colocar a mão em 1 real do império dele, até a Mel nascer, essas são minhas lembranças. –Falei como um desabafo–
Eu confio na Antonela e conversar sobre isso nunca me fez bem, mas com ela é diferente.
Ela me olhava atenta e não parecia ter pena de mim.
Antonela: E depois que a Melissa nasceu? –Perguntou e segurou nas minhas mãos–
Henrry: Depois que a Mel nasceu era eu e ela né, eu amadureci muito, tive que cuidar dela, em questão de sentimentos né, quando ela teve a primeira decepção amorosa, eu quis matar o garoto e ela só dizia "Deixa irmão, eu não quero passar mais vergonha." E meus pais sempre foram carinhosos com ela pelo fato de ser menina, eu nunca tinha ciúmes sabe, mas sempre percebi indiferença comigo da parte do meu pai.
Antonela: E eu achando que vocês eram só pessoas mimadas e ricas, sem pensar no próximo.
Henrry: Ofendeu–Sorri pelo nariz–
Hoje era sábado e tínhamos combinado de ficar conversando sobre nossa vida, não iríamos sair, talvez só amanhã.
Ficamos mais um tempo conversando sobre coisas aleatórias e seu celular tocou.

ANTONELA 💬

Meu celular tocou e quando eu olhei no visor era o Bruno, meu coração gelou e todo o sorriso que tinha em meu rosto se desfez ali, naquele momento.
Antonela: Vou atender, já volto –Falei saindo da varandinha e indo pro closet. Fechei a porta.
~Ligação On~
Bruno: Que pohaa de foto é aquela Antonela? –Gritou assim que eu atenti–
Antonela: Eu não te devo satisfação nenhuma Bruno.
Bruno: Não me deve satisfação nenhuma é o caralho, olha aqui sua vagabunda, você vai ver assim que você colocar os pés no Brasil o que eu faço com você, continua com essa poha ai pra você ver, não duvida de mim Antonela, não duvida não. –Gritou ainda mais–
~Ligação Off–
Ele desligou na minha cara e eu me sentei no chão, abracei meus joelhos e senti as lágrimas escorrendo sobre o meus rosto.
Eu e o Bruno namoramos durante 5 anos, ele foi meu primeiro amor, foi meu primeiro homem, foi o príncipe do meus 15 anos, até todo o meu sonho virar um pesadelo, ele se tornou um cara totalmente possessivo, me proibia de sair, de tirar foto, de até mesmo ter amigas na época de escola, ele dizia que eu tinha jeito pra lésbica, sempre colocava a culpa das nossas brigas em mim e por muitas vezes me tratava assim como nessa ligação agora, nossa relacionamento era totalmente abusivo e eu tento me livrar dele até hoje, não estamos mais juntos, mas ele se nomeia meu dono e diz que eu não vou ficar com mais ninguém se não for com ele, e eu não quero colocar o Henrry no meio desse fogo cruzado, não mesmo. Minha intenção com a foto não era essa.
Sou interrompida dos meus pensamentos com uma batida forte na porta.
Henrry: Antonela, ta tudo bem? –Falou depois de bater–
Antonela: Ta, ta tudo bem. –enxuguei minhas lágrimas e me levantei, abrindo a porta.–
Henrry: Nela você ta chorando, o que aconteceu?
Antonela: Não foi nada, saudades da minha melhor amiga –Menti–
Henrry: Tem certeza? –Me olhou todo preocupado–
Antonela: Tenho –abracei ele forte–
Ele só devolveu o abraço, sabe que eu precisava disso. É uma das coisas que mais admiro no Henrry, ele parece saber tudo que uma mulher precisa no momento que ela precisa e isso não é por que ele me conhece bem, por que uma semana não é tempo pra conhecer ninguém.

[...]
Continua.....
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