제 4 장

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Jungkook


Me sentia muito aliviado. Tinha me livrado do “elo" que Jimin tinha criado entre nós. Agora eu não tinha dívida nenhuma com ele. Embora tenha sido uma pena eu não poder terminar de ler o livro. Mas é para isso que serve a internet, certo? Eu posso pesquisar sobre o assunto quando bem entender.

Depois do treino de Taekwondo, Taehyung e eu fomos jantar no restaurante de frango mais próximo. Eu estava feliz, aliviado, como eu não me sentia há um tempo.

– Que tal irmos num encontro amanhã?

Engoli um pedaço de frango de mal jeito e tive que tossir várias vezes para não me engasgar. Taehyung deu algumas batidinhas nas minhas costas.

O que ele disse?

– Encontro? Quê?

Ai, meu Deus. Ele também não.

– Sim, um encontro duplo. Você leva a Dahae e eu a Minji. – Então gargalhou. – Que foi? Achou que eu estava te convidando?

Céus, estou perturbado. Vejo gays em toda parte. Isso é culpa do Jimin!

– N-não! Claro que não. Eu sei que você é cem por cento hétero. Meninas... você adora meninas!

Taehyung estreitou os olhos.

– E você também adora meninas.

– Lógico! É o que a natureza fez, não? Eu tenho um instrumento que se encaixa no instrumento feminino, logo sou naturalmente hétero.

– Bem, nosso instrumento também se encaixa em outros lugares.

Larguei meu pedaço de frango de lado e o encarei.

– Como? Está falando de sodomia?

Taehyung caiu na gargalhada outra vez.

– Sim, meter em uma bunda, ou sodomia, como você preferir chamar.

– Está me dizendo que você gosta dessas coisas?

– Não! – Ele logo ficou na defensiva. – Só estou dizendo que essa teoria do “encaixe” do corpo não faz muito sentido.

– Mas... Argh! É nojento.

– Como pode saber se nem uma va... um “encaixe” feminino você experimentou?

Ora, quanta infantilidade.

– Você fala como se já tivesse sodomizado alguém!

– Não! – Ele não parava de rir. – Estou zoando você. Por que está tão nervoso?

– Porque você está com esse papo estranho.

– Não era eu que estava de papo com o gay da escola.

Urgh. Taehyung às vezes me irrita a ponto de eu querer socá-lo.

– Você sabe que eu não o suporto. Ele quem veio falar comigo. Tem algum pecado nisso?

– Não, calma. – Ele deu mais tapinhas nas minhas costas e continuou rindo. – Não é como se ele fosse passar a gayzice pra você.

Honestamente, posso não entender ou aceitar muito bem a homossexualidade. Contudo, não acredito que seja algo que se “passe" como uma doença. Na minha opinião, é tudo questão de atração. Só não consigo entender como alguém pode ir contra sua natureza e gostar da mesma coisa que tem entre as pernas.

– O Jimin nem parece gay – comentei, voltando a comer meu frango. – Ele é mais ou menos masculino.

Taehyung soltou mais uma gargalhada.

– O Jimin não é tão afetado, isso é verdade. Mas isso não faz dele menos gay. Porque se fôssemos julgar alguém por “ações” mais femininas, você também seria mais ou menos gay.

Mas que diabo! Do que ele estava falando?

– Eu não sou afeminado!

– Não é, não o tempo todo. Mas às vezes...

– Ora, você também! Às vezes você faz um gesto estranho com as mãos.

– Você também!

Então nós dois gargalhamos. Ah, Taehyung era um bobo.

– Ficamos assim: você e eu temos uma pequena porcentagem gay, o que acha?

– Acho justo.

– Limita-se apenas a gestos femininos com as mãos.

– Isso aí.

E foi assim que decidimos que éramos um pouco gays. Porém, ao voltar para casa, aquilo só encheu minha cabeça de mais pensamentos. Será que minha porcentagem gay se limitava apenas a gestos corporais involuntários?

♥♥♥


Jimin


Mastiguei a comida com muita raiva. Minha mãe tinha feito um monte de salada, e eu queria muito ter comido um hambúrguer, o que só aumentou minha frustração. Não consegui parar de pensar no modo como Jungkook desprezou o meu presente. Será que ele acha que dei por interesse? Será que não o quis porque sou gay?

Será que ele era esse tipo de pessoa?

Até então, eu nunca tinha parado para pensar em suas atitudes. Jungkook sabia que eu sempre gostei dele, quando mais novo, eu deixava bem explícito o meu crush. Ele fugia de mim, me ignorava, mas nunca foi rude. Pelo contrário, eu via em seus olhos que eu significava alguma coisa. Por vezes o peguei me observando durante as aulas, passando com suas namoradas na minha frente para me causar ciúmes, esbarrando em mim de propósito só para me tocar. Não é possível que tudo isso tenha sido imaginação minha.

Não consegui dormir direito naquela noite. Eu só pensava em Jungkook e questionava seus sentimentos por mim. Estaria Haemi certa? Ele tem um amor encubado por mim? Ou ele só é gentil demais para dizer para que eu fique longe?

Eu precisava testar os sentimentos dele por mim. Não posso mais esperar por uma pessoa que, talvez, nem sinta atração por homens.

É isso o que eu vou fazer.

Imediatamente, mandei uma mensagem para Jungkook.

“Podemos jantar juntos amanhã? Tem uma coisa que eu preciso muito te falar.”

Pronto. Primeiro passo dado.

Continua...

Fall for You {Jikook}Onde histórias criam vida. Descubra agora