POV'S Kara
Estava começando a ficar inquieta pela demora do Mon-el. Ele havia me chamado para sair, mas achei estranho ainda não ter chegado, ele sempre foi tão pontual.
Decido ligar para ele, saber se havia acontecido algo. No quarto toque, ele atende:
- " Kara... Oi. " Ele diz e eu rapidamente percebo algo errado em sua voz.
- " Oi... Aconteceu algo? Iremos nos encontrar hoje? " Pergunto.
- " Eu simplesmente... Eu só preciso te ver por favor. " Sua voz cada vez mais desaparece pelo telefone.
- " Oh meu deus Mon-el... Estou preocupada? O que houve? Quer que eu passe ai? "
- " Não, será que podemos ir na casa da árvore? " Pergunta.
- " Sim claro Mon-el, o melhor para você! " Digo na hora, querendo saber o que estava acontecendo.
- " Ok. Te encontro lá então. "
※
Não era tão longe de chegar lá, já havia lembrado o lugar, apesar de ter ido só uma vez.
Chego no mesmo instante que Mon-el. Quando o vejo, corro em sua direção e o abraço.
- " O que houve Mon? Por que está chorando? " Seguro em seu rosto e passo minhas mãos afastando as lágrimas e percebo que a um pouco de sangue saindo de sua sombrancelha. " ... E sangue? Vem, vamos entrar que está chovendo. " Pego em sua mão e subo as escadas.
Ele senta na mesma almofada de ontem e perguntei rapidamente em pé procurando algo para secar seu rosto:
- " O que está havendo? Conte-me! " Exijo, indo a um cômodo com alguns armários. Abro um deles e por sorte acho duas toalhas. Seco meu rosto com uma e volto para a onde ele estava.
Me sento ao seu lado, secando seu rosto molhado pela água da chuva, misturado com lágrimas e um pouco de sangue que ainda escorria.
- " Obrigado. " Ele diz.
- " Agora conta. " Ele suspira fundo.
- " Tem algo sobre mim que ainda não te contei. " Suspira novamente. " Quando eu tinha 12 anos eu desrespeitei meu pai, foi uma coisa boba, de começo era apenas alguns tapas, mas com os anos foi se intensificando e tornando-se socos e chutes. Havia vezes em que eu ia parar no hospital por conta de ferimentos graves. Nunca poderia dizer a verdade, então sempre inventavam desculpas sobre o que tinha acontecido. " Fico chocada com o que ele acaba de dizer.
- " Que horror Mon." Digo com meu olhos cheios de lágrimas. Como que uma pessoa pode fazer isso com o próprio filho, uma criança?
- " Não sou o único a passar por isso... Minha mãe e eu sofremos esse tipo de violência e não podemos fazer nada. " De repente ele seca as lágrimas com força, parecendo com raiva.
- " Hey se acalma ok? " Ele assente.
- " Me desculpa por não falar antes. Não queria te afastar por conta desses problemas meus, ele me fez ser uma pessoa problemática e explosiva. " Diz e me lembro rapidamente do dia em que ele socou o Adam. Realmente aquele não era o Mon-el que eu conhecia.
- " Você não é isso. " Falo um pouco alto segurando seu rosto. Encostamos nossas testas e ele diz:
- " Além daqui, você é a única coisa que me acalma e me trás paz. " Se afasta e olha em meus olhos. Dou um pequeno sorriso fechado pela declaração.
- " Nunca me afastaria de você, por qualquer coisa que você esteja passando, eu sempre estarei aqui, do seu lado. Conte comigo para tudo, desabafe quando for preciso. " Acaricio seu rosto.
- " Me desculpa. "
- " Não tem problema. Agora vem. Vamos para minha casa. " Me levanto e estendo a mão.
- " O que? " Pergunta confuso.
- " Já está tarde, sei que não vai voltar e também não vou deixar você dormir aqui. " Digo decidida.
- " Kara, estou acostumado com isso já, não se... "
- " Levanta dai vai. "
- " Kara... "
- " Agora! " Digo entre dentes, impaciente. " É melhor vir. "
- " Ok ok. " Levanta as mãos em rendição e pega a minha, se colocando de pé. " Como vou para sua casa com seus pais e sua irmã lá? "
- " Meus pais viajaram a trabalho e minha irmã vai dormir fora. Agora chega de perguntas e vamos ir logo, aproveitar que a chuva parou. " Desço as escadas antes que ele se pronuncie de novo.
Ele desce também, com uma mochila nas costas e seguimos até o caminho da minha casa.
Preciso perguntar a ele o porquê eles não podem fazer nada em relação a esse assunto, mas sei que não é a hora e nem o momento de falar sobre isso.
MAIS UM AI! Disse que ia continuar depois que acabasse a outra, mas não aguentei kkk
Desculpe por ser pequeno, mas espero que gostem e me digam o que estão achando!
Beijinhos❤️❤️
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You're the best thing in my life
RomanceA vida de Mon-el sempre foi uma porcaria (como ele sempre dizia). Desde os seus 12 anos, sofria nas mãos de seu pai. Sempre que fazia algo que eles não gostassem, levava uma surra. Agora, aos seus 18 anos, Mon-el decide dar um basta nisso, saindo de...