Embora de Casa

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Pov Lauren

"Hoje, depois de ter dito muita coisa que magoou muita gente e ter ouvido muita coisa que me magoou, eu penso antes de falar. Eu respiro fundo e conto até cem mil se precisar. A palavra dita não tem volta. A ferida que ela causa fica pra sempre."

_ Como você pode ser tão baixa assim? Agiu como uma vagabunda. - assim que a Sofia terminou a frase, lhe acertei um tapa no rosto. Escutar essas palvras foi uma das piores acontecimentos em minha vida. Eu posso ter agido por impulso, mas não aceito ouvir isso. Sofia sabe muito bem de tudo que passei para cria-la praticamente sozinha. E não é porque fiz uma coisa que não a agradou que ela tem que agir assim.

_ Nunca mais repita o que acabou de dizer. Me respeita. Eu sou sua mãe e exijo RESPEITO! - digo deixando minhas lágrimas caírem. Se a Sofia quis me magoar, ela conseguiu.

_ Respeito? Você se esqueceu dessa palavra quando ficou com ela. Você não me respeitou. Você nem ao menos se deu ao respeito. - Sofia diz e ficamos em silêncio por alguns segundos.

_ Vai para o seu quarto agora, Sofia!

_ Você não manda em mim! - ela diz e no segundo seguinte a aperto seu braço e a arrasto até seu quarto.

_ Converso com você depois. - digo a jogando para dentro do quarto. Depois pego a chave e a tranco. Sofia ainda batia na porta e gritava que me odiava e odiava a Camila. Respiro fundo tentando me controlar e sigo até a sala.

_ Desculpa. Eu não queria causar tudo isso. - Camila diz meio sem jeito.

_ A culpa não foi sua, Camila. - digo sincera. Eu que a chamei pra cá. Sabia das consequências. Se alguém tinha culpa, essa pessoa sou eu.

_ Eu até tentaria conversar com ela. Mas acho que a Sofia não quer me ver nem pintada de ouro.

_ Na verdade, ela não quer ver nenhuma de nós. – digo e suspiro.

_ Eu ainda não conhecia esse lado dela.

_ A Sofia é um amor de menina, desde que você não faça o que ela não quer.

_ Tomara que vocês se resolvam. - Camila diz e sorri sem mostrar os dentes.

_ Tomara mesmo. - digo me sentando no sofá e soltando um longo suspiro.

_ É... eu vou pegar as minhas coisas. - Camila diz, é depois vai até meu quarto. Não demorou muito e ela voltou para a sala completamente vestida e com o seu celular na mão.

_ Acho que tá na minha hora.

_ Te levo até a porta! - digo me levantando, e indo em direção da mesma.

_ Qualquer coisa é só me ligar. Eu posso conversar com ela ou algo assim... - ela diz e acho bonitinho a preocupação da parte dela.

_ Obrigada, mas não precisa se preocupar, menina. - digo e ela sorri.

_ Então... Até qualquer dia! - ela diz e me dá um beijo na bochecha, mas quando ela vai dar mais um do outro lado, acabamos nos atrapalhando e trocando um selinho que acabou se transformando em beijo. Mas não era um beijo urgente que nem os outros. Ou era, e eu não estava muito bem. Sei lá. Isso tudo mexeu muito comigo.

_ Tchau, Camila. - digo assim que terminamos o beijo. Camila sorriu e logo depois foi embora.

Fechei a porta e respirei fundo. As coisas estavam estranha neste domingo. E ele só está começando.

...

Depois de tomar um banho e fazer o almoço, resolvi ir até o quarto da Sofia. Não fui antes porque sabia que seria perda de tempo.

Assim que destranquei o quarto, Encontrei a Sofia dormindo em sua cama. Me aproximei dela, me sentando do seu lado e fiquei fazendo carinho nela e a chamando, até acorda-la. E foi só o tempo dela abrir os olhos para afastar minhas mãos dela.

_ Eu não quero mais nenhum carinho seu. - ela diz abatida, com os olhos inchados.

_ A gente precisa conversar, Filha. - tento.

_ Você não lembrou que eu era sua filha quando decidiu namorar, com a minha ex. - ela diz se sentando na cama, se afastando de mim. Por mais que ela ainda esteja chateada, ela não está tão nervosa quanto mais cedo.

_ A Camila e eu não estamos namorando, Sofia. A gente só ficou. - tento explicar mais uma vez.

_ Você não trás pessoas aqui pra casa sem estar namorando com elas. - ela rebate.

_ Mas dessa vez eu trouxe. - digo e ficamos em silêncio.

_ Por que? Por que ela? - Sofia diz com os olhos marejados.

_ Aconteceu. Eu me senti atraída por ela. E ela por mim. Vocês se separaram e a gente deixou rolar. Não nos envolvemos enquanto vocês estavam juntas.

_ Eu não acredito. - ela diz chorando.

_ Aí eu já não posso fazer nada. Eu estou te falando a verdade, você acredita se quiser. - eu estou começando a perder a minha paciência. Eu sei que a maior parte do 'erro' é minha. Mas a Sofia com essa de querer se fazer de vítima além do normal está me tirando do sério.

_ Ótimo. Agora dá pra sair do meu quarto? - Sofia diz limpando suas lágrimas.

_ A nossa conversa não terminou.

_ Pra mim sim. Eu não quero falar disso. Vocês me traíram.

_ Nós não te traímos. Será que é difícil você entender isso? Se fosse você ficando com algum ex meu, eu não acharia traição. Eu acho que nem me importaria.

_ Mas você não sente nada pelos seus ex. E eu ainda gosto da Camila. E mesmo você sabendo disso, você ficou com ela. - ela diz e eu não esperava escutar isso. Eu não imaginava que ela ainda sentia algo pela Camila.

_ Eu não sabia.

_ Será?

_ Você nunca me disse nada. - digo e ela ri.

_ Quantas vezes eu chorei no seu colo, mãe? Quantas vezes você me viu sofrendo?

_ A verdade? Só nos dois primeiros dias. Depois você nunca mais falou dela. Já tá até saindo com outras pessoas.

_ NÃO É VERDADE.

_ Sofia, não começa.

_ VOCÊ QUE COMEÇOU.

_ CHEGA! Se você aumentar o tom de voz mais uma vez quando estiver falando comigo, você vai se arrepender feio. - a encaro séria, e o clima fica mais pesado do que já estava.

_ E já que não dá pra conversar normalmente com você, quando você quiser, me procura. - digo me levantando e indo até a porta. Só parou quando ela faz uma pergunta.

_ Você vai continuar com a Camila?

_ Não sei. Não sei de mais nada daqui pra frente. - respondo sincera.

_ Se você ficar com ela de novo, eu vou embora dessa casa

Fogo e GasolinaOnde histórias criam vida. Descubra agora