Ligações

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Pov Sofia

"Todos os dias, tomamos decisões que podem seguir dois caminhos: ou muito bem ou muito muito mal. O problema é que a decisão ótima e a péssima parecem ser exatamente iguais quando você está decidindo. Olhando para trás é fácil ver quando um erro foi cometido... Se arrepender de algo que parecia ser uma ideia decente naquele momento, mas que, se tivéssemos usado melhor o discernimento e ouvido a razão ao coração, estaríamos contentes ao ver que escolhemos sabiamente, e evitamos o pior arrependimento de todos – o arrependimento de ter deixado algo maravilhoso passar."

Chegamos na chácara, que não era tão longe quanto imaginei, e depois de ajudar a tirar todas as nossas bolsas do carro, e passar o protetor solar, fomos para a piscina. Mas nem todos quiseram fazer a mesma coisa.

Já estávamos na piscina nos divertindo a algum tempo, Emily, Verônica e eu, até que minha mãe apareceu nos fazendo sair um pouco da água.

_ Sofia tem alguém querendo falar com você. E Emily, tá na hora de lanchar. - Minha mãe nos chama, e logo saímos da piscina. Pego meu celular e entro em casa depois de atender a chamada.

_ Onde você está, Sofia? - era a Bea. Ela não parecia estar de bom humor, e preparada para arruinar o meu.

_ Oi para você também. Tô com a minha família. - respondo sem mais detalhes.

_ Eu tô aqui na porta da casa da sua mãe e não tem ninguém aqui. Já fui na sua casa, e você também não está lá. Não que eu esteja duvidando de você mas... – ela diz desconfiando de mim.

_ Eu estou com a minha família, Bea. Não estou mentindo. Só não estamos em casa. Saímos. – respiro fundo, tentando ser educada. Mesmo ela não merecendo a minha educação.

_ Aonde estão? - ela volta a perguntar. Será que ela não percebe que eu não quero falar com ela agora.

_ Bea, eu não quero conversar com você hoje. Muito menos agora.

_ Por que não?

_ Eu tô cansada disso. Não quero brigar. - digo e ela não fala mais nada.

_ Você ainda tá aí? - pergunto vendo que a chamada continuava.

_ Você tá cansada da gente? É isso? Fala a verdade, Sofia. – Beatrice pergunta parecendo estar um pouco desesperada. O que é engraçado, já que ela não estava fazendo conta da minha pessoa a algum tempo. Agora quer mostrar preocupação.

_ Não sei, Bea. Eu já não sei de mais nada. - respiro fundo, me controlando para não chorar.

_ Eu te amo, Sofia.

– A gente conversa quando eu voltar.

– Sofia...

– Tchau! – finalizo a chamada e não consigo mais controlar as lágrimas.

_ Sofia, chola não. - Emily abre a porta da sala e corre até mim, me abraçando.

_ Tá tudo bem, pequena. - tento tranquiliza - lá.

_ Não. Não tá. Vou chama a mamãe Laur. - ela sai correndo sem nem me deixar falar que não precisava. Não demora muito e minha mãe aparece na sala, sozinha.

_ Era a Bea? - ela pergunta se sentando do meu lado no sofá. Balanço a cabeça positivamente e deito minha cabeça em seu ombro, voltando a chorar.

_ Ela queria saber aonde eu estou. – conto.

– Ela está vindo para cá?

– Não. Eu disse que é melhor a gente conversar quando eu voltar.

– Todos casais passam por momentos difíceis. Vocês vão descobrir a melhor maneira de lidar com isso.

– Eu acho que nós temos que terminar.

– Já falou isso para ela?

– Ainda não. Mas acho que ela também sente isso. – digo E suspiro.

– Será?

– Já tem mais de duas semanas que ela me ignora quase todo o tempo. Ela tá sempre no celular e nunca me diz a verdade. E sim, eu sei que ela trabalha com comunicação, e não é dessas ligações que eu estou falando. – eu sei quando a Bea mente para mim. E ela está mentindo sempre que pergunto com quem ela está falando.

– É realmente complicado, filha. Ela vai ter que te falar a verdade.

– A senhora acha que ela está me traindo? Eu até desconfio de uma pessoa.

– Eu não sei o que responder. – minha mãe diz e eu estranho um pouco.

– Pode falar a verdade.

– É que é difícil julgar. As vezes a gente cria paranoias... – minha mãe tenta mudar o foco do assunto.

– Eu sei muito bem o que eu estou vivendo.

– Sim, filha. Eu não estou falando que isso é loucura sua. É só que eu prefiro não falar nada ainda.

– A senhora sabe de alguma coisa? – pergunto séria.

– Não Sofia.

– A senhora sabe sim e não quer me falar. – por que todo mundo resolveu mentir para mim agora.

_ Sofia, eu sei que vocês vão conversar. Vão chegar em um consenso bom para as duas seguirem juntas ou separadas. Só isso.

– Certeza que não está me escondendo nada? Pergunto novamente.

– Sim. E não fique pensando muito nisso por enquanto. Vai dar tudo certo, bebê! - minha mãe diz fazendo carinho em mim. Ficamos assim por algum tempo, até sermos interrompidas.

_ Licença. - Verônica diz entrando na sala e logo Emily senta do meu outro lado do sofá.

_ Tá tisti?

_ Já passou, pequena.

_ Vem na piscina comigo?

_ Eu vou! - digo e ela sorri.

Minha mãe vai para o quarto pegar alguma coisa, Verônica segue para a cozinha, Emily e eu voltamos para a piscina. Eu tentaria não pensar mais na Beatrice por enquanto. Eu vou aproveitar a minha família. Quando voltarmos, conversaremos e assim, iremos decidir o nosso futuro.

Fogo e GasolinaOnde histórias criam vida. Descubra agora