Pov's Orochi
Depois de acordar e ir ao banheiro, eu vou para a cozinha comer alguma coisa. Chegando lá eu vejo Bruna fazendo comida. A abraço por trás e beijo seu pescoço.
- Bom dia - falo mas ela não me responde. - Ainda tá puta? - reviro os olhos.
- O que você acha? - fala debochando.
- Sabe que isso é desnecessário né? - saio de perto dela e vou preparar meu café da manhã que nem era tão de manhã assim já que já se passavam das 12h.
- Desnecessário? - se vira pra mim. - É você quem não aproveita o tempo que tem com a gente!
- Porque eu trabalho Bruna.
- Mas poderia pelo menos tentar - fala mais baixo e se vira continuando a fazer o que estava fazendo.
- Eu tento Bruna, de verdade. Mas entenda que tudo que eu faço é por nós, eu me esforço para podermos viver bem.
- É Flávio, mas viver bem não é só ter dinheiro - suspiro e me retiro da cozinha.
Eu sabia que ela não estava bem, sei disso desde que nossa filha morreu no parto. Bruna vivia mal se culpando e acreditando não ser uma boa mãe, e isso me deixava triste e preocupado com o Eduardo. Eu faço de tudo por eles mas isso acaba me custando tempo e não consigo ficar com eles como eu ficava antes. Ultimamente têm tudo estado mais agitado; shows, músicas novas, clipes, viagens... Só queria que Bruna entendesse.
- Papai! - Eduardo corre em minha direção e eu me abaixo para abraçá-lo. Ainda era difícil pra mim essa coisa de ser pai, mas até que eu levo jeito.
- Iai filhão - o pego no colo. - Cê tá pesado hein - rio.
- Não tô não! - cruza os braços e faz cara feia.
- Não me olha assim - ele continua me olhando mas agora com um olhar travesso. - Não vai parar? - ele faz que não e eu sorrio. - Então tá bom - jogo ele no sofá com cuidado para não machucar e começo a fazer cócegas. Aquela risada gostosa de criança invade meus ouvidos e aquilo me deixa feliz.
- Para! Para! - ele dizia sem fôlego em meio às risadas.
Paro de fazer cócegas nele e me sento ao seu lado no sofá, logo Eduardo vem se sentar no meu colo com uma cara de quem queria mais. Abracei ele forte e fiquei mordendo o mesmo sem força para não machucar enquanto o ouvia gargalhando. Depois de vários ataques de risos ele disse que tinha uma coisa para me mostrar e foi buscar, quando olhei para o lado Bruna estava encostada na parede com um sorriso na cara. Chamei ela e me surpreendi quando a mesma veio e se sentou no meu colo.
- Desculpa nega, vou tentar ser mais presente.
- Você sempre fala isso - revira os olhos.
- Você sabe que é tudo muito corrido agora.
- Flávio, chega por favor. Não quero mais discutir com você.
Ela fazia um carinho em minha nuca e aquilo era bom. Me aproximei devagar e a beijei, estava com saudade disso. Quando ela se recuperou da perda da nossa filha, ficávamos discutindo por tudo e isso não me dava chance de beijá-la e muito menos de transar; volta e meia isso acontece, como aconteceu ontem quando tive um imprevisto e não pude voltar pra casa à tempo de ver filme com eles. Não se passa muito tempo até meu celular começar a tocar atrapalhando nosso beijo, e eu atendo vendo a cara dela de tédio.
Eu - Fala.
Maquiny - Mano, sei que te canso mas preciso da sua ajuda, aconteceu uma parada muito estranha comigo.
Eu - Pode esperar não?
Maquiny - Não, eu disse pra Amanda que eu só ia dar um passeio.
Eu - O bagulho é sério então, pra esconder da mina - rio.
Maquiny - O bagulho pode ser sério até demais Flávio.
Eu - Eita. Cê podia pelo menos ter inventado uma mentira melhor né.
Maquiny - Não enche! Vem ou não?
Eu - Marca um dez.
Maquiny - Te passo minha localização.
Ele desliga e Bruna sai do meu colo toda bruta e assim pude perceber que ela de novo estava puta. Vou pro meu quarto trocar de roupa e depois vou me despedir do meu filho.
- Filhão, papai vai sair mas já volta. Se comporta - ele fica com uma carinha triste mas não faz mais nada além de me abraçar.
- Isso é pra você - me entrega um desenho. Beijo o topo da cabeça dele e me levanto guardando o desenho no bolso e indo até a cozinha sabendo que Bruna estaria lá.
- Vou voltar. Não fica bolada comigo por favor Bruna - me ignora. Beijo seu rosto e saio de casa indo encontrar o Bruno.
Pov's Bruna
Tudo que eu queria era ver minha família reunida todos os dias antes que qualquer outra tragédia acontecesse, mas Flávio não facilita. Sei que ele se esforça e que é mais ocupado agora, mas me faz falta o ter em casa sempre e poder ter sua ajuda. Eu acabo deixando a raiva e a decepção me controlarem quando ele está presente mas quando ele se vai eu fico triste e magoada por o ter longe de novo.
O mundo me tirou mais um filho, dessa vez minha filha e ela morreu depois de ter complicação no parto. Eu não sei o que fiz para merecer isso, por que tenho que perder tanta coisa importante pra mim? Eu perdi meu primeiro filho por causa da minha mãe que eu também perdi e perdi minha filha, tenho medo de um dia perder Flávio e Eduardo e acabar ficando sozinha. É por isso que quero Flávio perto de mim, ele perto de mim eu não penso tanto nisso e aproveito o agora, mas ele não sabe disso porque não contei. Me sinto idiota em sofrer tanto por coisas do passado enquanto ele está trabalhando e fazendo o que ama.
Eu ainda o amo mas tenho medo que esse meu medo destrua nossa relação.
Continua...
VOCÊ ESTÁ LENDO
MODE$TIA 2 [PARADA]
FanficQual a importância do amor? Qual o significado da palavra "amor"? Nossos personagens tentarão descobrir.