Pov's Orochi
- Um dos melhores shows - Kizzy que me acompanhou no show disse.
- Você sempre fala isso quando vem nos shows - a gente ri.
- Partiu?
- Hoje não, vou pra casa.
- Patroa?
- Tipo isso - rimos. - Acho que Azevedo está lá.
- Faz tempo que eu não o vejo.
- Eu também - sorrio. Depois que Az começou a viajar nós temos tido menos tempo juntos.
- Vai fechar aquela música amanhã? - estende a mão se despedindo.
- Eu te aviso - abro a porta do meu carro.
- Cuidado com o chifre - entro no carro e mando dedo pra ele.
Eu tive sorte do show hoje ter sido aqui na cidade mesmo já que eu e Bruna estamos assim, eu nem quero imaginar como seria se fosse em um lugar mais longe. Eu estava indo pra casa e ainda não era tão tarde, o que também me ajudava. Queria me acertar com a Bruna e estava disposto a fazer isso do meu jeito, ou seja, tentando juntar o que eu queria (continuar com meu trabalho) ao que ela queria (mais tempo com a família). Eu queria estar com eles por mais tempo mas não posso e não consigo ficar sem fazer o que sempre fiz. Sei que Bruna está irritada por isso mas espero ser só uma fase, enquanto isso eu continuo dando o meu jeito.
Quando cheguei em casa uns minutos depois eu pude ver meu filho na sala vendo TV, quase dormindo sentado. Mesmo morto de sono o pequeno assim que me viu veio correndo pra mim, eu me abaixei e o abracei. Como ele não queria me largar, eu tive que pegá-lo no colo e ir matar minha curiosidade de saber se Az estava aqui.
- Olha quem chegou - Guilherme fala alegre quando me vê.
- Eu que o diga - abraço ele mesmo com Eduardo no meu colo praticamente dormindo. - Como vai essa vida de famoso?
- Não é pra tanto mas tá boa. Eu não vou nem te perguntar como vai sua vida de homem de família porque já sei a resposta - eu olho pra Bruna que permanecia sentada.
- Sabe é? - olho pra Az de novo.
- Sei e, como sempre sou o cupido ou sei lá o quê, nós vamos conversar e os pais do meu afilhado vão se resolver - eu reviro os olhos.
- Deixa eu botar o Eduardo pra dormir, ele está cansado e já tá tarde - Bruna fala e se levanta.
- Não - Edu fala e se agarra no meu pescoço.
- Deixa que eu coloco ele pra dormir - Bruna fica me olhando e Eduardo sorri.
Quando cheguei no quarto do Eduardo eu o coloquei na cama e troquei a roupa dele colocando o pijama, depois ele se deitou e eu me sentei na ponta da cama o observando. Ele parecia cansado, a cada cinco minutos ele bocejava e isso me fez perceber que eu também estava cansado. Fazia tempo que eu não o colocava pra dormir, nem lembro a última vez que fiz isso, ultimamente eu tenho chegado e ele já estava dormindo. Saudade de como era antes que eu passava dias em casa com eles, agora ficou tudo mais complicado.
- Papai - percebo ter me distraído.
- Fala garotão - acaricio sua perna que estava do meu lado e sorrio.
- Você não gosta mais da gente? - aquilo me doí.
- Claro que eu gosto de você e da mamãe filho, eu amo vocês. Por que isso?
- Você não fica mais com a gente.
- Eu só... - o que falar pra ele? - Amanhã a gente vai sair ta? Eu, você, a mamãe e o tio Guilherme.
- Sério? - se anima.
- É sim, mas agora você tem que dormir.
- Boa noite papai - se levanta pra beijar meu rosto e se deita fechando os olhos. Sorrio, me levanto e apago a luz antes de sair.
Agora é só fazer Bruna aceitar sair amanhã e cancelar as coisas que eu tinha pra fazer.
Pov's Maquiny
Acordo depois do pesadelo, pareceu tão real. No pesadelo Fernanda falava comigo enquanto Amanda chorava em um canto, eu não conseguia fazer nada, nem falar e nem me mexer. Eu não sabia o que estava acontecendo, o porquê de Amanda estar chorando e o porquê de Fernanda estar na minha frente falando animadamente, eu nem conseguia entender o que ela falava. De um instante pro outro Fernanda estava jogada no chão cheia de sangue, Amanda estava ao meu lado normal olhando o corpo da Fernanda e eu estava chorando coberto de sangue. Eu ouvia vozes "Você é o culpado", "A culpa é sua", "Você matou ela". Eu estava enlouquecendo, não parava de chorar e não conseguia parar de ver o corpo mesmo fechando os olhos, eu não conseguia me mexer.
Me levantei depois de ter acordado e percebi estar suando frio, eu estava trêmulo. Aquela imagem não saia da minha cabeça, nem aquelas vozes. Eu não conseguia me mexer então só permaneci lá sentado na cama enquanto tentava me recuperar. Eu ainda sentia o horror e o medo de quando vi o corpo, minha boca estava seca. Toda vez que eu fechava os olhos eu conseguia visualizar o corpo ensanguentado no chão à minha frente. Eu não aguentava mais.
Pov's Bruna
- Eu não sei Guilherme, ela tá estranha o tempo todo agora, não consigo nem mais conversar - Orochi fala.
Nós estávamos na cozinha "conversando" já que Az insistiu tanto. Não demorou para Flávio voltar do quarto do Eduardo e isso me surpreendeu, geralmente ele enrola pra dormir. Quando ele voltou nós nos sentamos na mesa da cozinha e Azevedo começou a perguntar o que houve, disse que estava na cara que estávamos brigados e estranhos.
- Ela simplesmente ficou estranha, sem nenhum motivo? - Guilherme questiona.
- Eu não sei! - Flávio bufa - Pergunta pra ela - os dois me olham.
- Como você quer que eu fique quase não tendo você em casa? Nada é como antes, você não está mais presente como antes. Eu e Eduardo sentimos saudade e você parece não dar a mínima.
- Caralho Bruna, eu já te disse que estou ocupado com a porra do trabalho! É tão difícil entender que eu estou fazendo isso agora por vocês, pra gente poder viver bem? Se não fosse necessário eu já tinha desistido e estava andando de mãos dadas com vocês no parque!
- Não tô pedindo isso, só quero que você fique mais em casa do que na rua.
- Já te falei que eu tento, eu tento de verdade. Você me conhece, sabe que se eu posso eu faço. Eu sinto saudade de ficar com vocês, de passar tempo com vocês como eu passava antes, mas agora eu fico ocupado direto. É uma fase importante pra gente Bruna, tenha paciência por favor, logo acaba.
- É uma fase importante pra você Flávio, não pra gente.
- Caralho, cansei - se levanta bruscamente da cadeira. - Pare de tentar ser como aquela adolescente que você era, aquilo já passou, você agora é uma mulher adulta e tem que ver as coisas como elas são! Eu tento melhorar e tento passar tempo com vocês, se você não vê, foda-se! Eu venho e fico só com meu filho, não preciso de você enchendo a porra do meu saco! - sai da cozinha furioso.
Toda a minha vontade era de chorar mas eu não faria isso, deixaria aquele nó na garganta me incomodando. Eu só suspirei e respirei fundo, deixando todas aquelas palavras ecoarem pela minha cabeça.
- Bruna, eu conheço ele, só está estressado. Dá um tempo pra ele se acalmar e...
- Não Gui, deixa. Quem perde é ele, só não aguento mais discutir sem obter resultado sem ser negativo.
Pude ouvir barulho de chave e a porta da sala sendo batida com força. Minha vontade de chorar triplicou ao imaginar ele indo embora e dessa vez eu não consegui segurar, deixei algumas lágrimas escorrerem. Logo Guilherme se levantou e saiu provavelmente indo atrás do Flávio, quando ouvi a porta fechando eu deixei as lágrimas caírem.
Continua...
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MODE$TIA 2 [PARADA]
FanfictionQual a importância do amor? Qual o significado da palavra "amor"? Nossos personagens tentarão descobrir.