11- Luke

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...

Louis abriu os olhos lentamente, sem entender de onde vinha toda aquela claridade. A primeira coisa que vira foram as paredes brancas e o cheiro forte de álcool invadiu suas narinas. Sua cabeça doía e, quando ele tentou levar a mão até o local dolorido, fora impedido por uma intravenosa em seu braço.

Suspirando confusamente, olhou para a própria barriga, que agora já parecia ter uns oito meses e levou a mão livre até ela, afagando carinhosamente. Que diabos ele está fazendo em um hospital era a grande pergunta.

De repente, Dr. Shepperd entrou no quarto, com seu melhor olhar de pena, o que fez Louis estremecer por completo. Ele sabia que alguma notícia devastadora estaria por vir e não tinha certeza se conseguiria lidar com ela. Ele já se sentia quebrado emocionalmente.

- Oh, Louis. Eu sinto muito - O homem falou e Louis queria gritar com ele e manda-lo parar com aquilo.

- O-o que aconteceu? - Sua voz saiu como um sussurro e ele conseguia sentir o medo presente.

- Nós tentamos salvá-los, mas não conseguimos. Eu sinto muito mesmo.

- Salvar quem? - Louis queria gritar, mas não tinha forças suficiente.

- O seu bebê - o que?

- O que? - Louis olhou novamente para sua barriga, para se certificar de que seu bebê ainda estava protegido dentro dela. Mas, ao invés de uma barriga grande e pontuda, como vira antes, apenas sua carne murcha e sem vida se encontrava no lugar. - Não, não, não!

Lágrimas caiam pelo rosto do ômega sem ele ao menos perceber. Não era possível que ele perdera seu bebê. Quer dizer, ele estava ali alguns minutos atrás!

- C-como? - Choramingou.

- O acidente... O impacto na sua barriga fora muito forte, ele não resistiu.

Louis chorou mais alto. Mesmo não conseguindo se lembrar de nenhum acidente, aquele homem estava lhe dizendo que ele havia acabado de perder o seu bebê...

- Onde... onde está o Harry? C-chama ele aqui, por favor - ele só queria um pouco do colo do seu namorado naquele momento. Ainda com conseguia acreditar no que estava acontecendo.

- O Harry também não resistiu.

- O que? - Gritou, chorando desesperado. Ele havia perdido tudo em apenas alguns minutos. Não lhe restara nada.

Louis continuou gritando de dor enquanto viu seu mundo girar e desaparecer, sendo engolido pela escuridão. Ele esperava que estivesse morrendo, porque sem condições de viver depois daquela perda.

Então ouviu seu nome sendo chamado ao longe. Uma voz doce e calma, suave.

- Louis!

Foi quando ele abriu os olhos em um sobressalto. Seus olhos molhados pelas lágrimas que ainda rolavam pelo rosto aveludado e macio. Correu suas mãos para sua barriga e a sentiu, suspirando de alívio.

Jay, que estava sentada ao lado do menino na cama agora, ouvira os gritos do filho lá do seu quarto, ás 3h45 da manhã, e não hesitara em vir correndo para ver o que estava acontecendo. É claro que ela suspeitava que seria um pesadelo. Louis vinha tendo muitos nos últimos dias.

- Amor, está tudo bem - sussurrou, puxando o menino para seu colo, que foi de bom grado, chorando copiosamente. - Está tudo bem, filho, fique calmo. - Tranquilizou, acariciando suavemente as costas do menino.

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