Hoseok estranhou acordar com uma luz artificial fraca no quarto. O som era extremamente baixo, mas sabia que era a TV ligada. Não se lembrava de ter a ligado, mas mesmo assim esticou a mão até a escrivaninha para encontrar o controle remoto e a desligar, ainda com os olhos fechados.
Sua cabeça queimava de dor e forçar a memória piorava, então desistiu e apenas deitou a cabeça no travesseiro novamente. Sentiu algo se mexer ao seu lado e tatear seu corpo da barriga até o rosto, onde apertou seu queixo, bochechas e subiu até o cabelo para emaranhar os dedos em meio aos fios. Começou a fazer um cafuné carinhoso e seu outro braço rodeou a cintura do moreno, o abraçando. Hoseok sorriu ainda sem abrir os olhos ao lembrar quem era a pessoa que estava ao seu lado e virou a cabeça para beijar sua testa.
Se lembrava de ter suado durante a noite por conta da febre e sentiu que precisava tomar um banho. Tirou o braço de Jiyoon de cima de si com cuidado e, com muito sacrifício, interrompeu o cafuné gostoso que a pequena fazia. Levantou devagar para que não a acordasse e foi para o banheiro.
Yoon como de costume veio atrás de si correndo antes que fechasse a porta e deitou próximo do tapete, o esperando. Hobi riu e se despiu, entrando no chuveiro e torcendo para sua dor de cabeça passar.
Tentando pensar em quando começou a se sentir doente, lembrou de Jiyoon perguntando onde estava Yoongi e sua cabeça doeu ainda mais. Não fazia ideia de como contar a ela que não estavam mais juntos. Afirmar aquilo para si mesmo era doloroso, como enfiar o dedo em uma ferida aberta.
Mas Jiyoon não tinha culpa nenhuma do que estava acontecendo. Por mais que a vontade de Hoseok fosse ficar preso em sua casa, sem a mínima vontade de sair, sua filha precisava de sua atenção. Passaram semanas longe um do outro e agora não perderá nenhum segundo longe dela.
Saiu do chuveiro e se vestiu antes de voltar para o quarto com a toalha em mãos, secando seu cabelo desajeitadamente. Olhou para a cama e parou para ver Jiyoon agarrada ao seu travesseiro como estava fazendo antes de se levantar. Seus cabelos, como de costume, estavam espalhados pela cama e sobre seu rosto. Hobi sorriu e se sentou a sua frente, levando a mão até seu cabelo e colocando atrás de sua orelha para que saísse da frente de seu rosto.
Sentiu tanta falta de ver o biquinho que seus lábios faziam enquanto dormia. Suas mãos sempre eram inquietas enquanto dormia. Quando não estavam cafuné em seu próprio cabelo, estava procurando por algo que pudesse abraçar. Hoseok passou o polegar pela maçã de seu rosto e a viu sorrir fraco, abrindo os olhos aos poucos. Pegou a mão do mais velho e a colocou sobre seu cabelo, para que fizesse carinho naquele local.
"Você parece uma gatinha manhosa.", disse rindo. "Bom dia, princesa."
A pequena riu com preguiça.
"Faz tempo que eu não ouço isso.", se espreguiçou esticando os braços para cima, em direção ao maior. "Eu tive um sonho estranho.", disse Hobi sorriu e deitou ao seu lado, ficando de lado para que pudesse continuar a encarando e puxando o braço da menor, para que ela o abraçasse. Jiyoon encaixou o rosto em seu pescoço e levou a mãozinha até seus cabelos molhados. "Você está cheiroso."
"O que você sonhou?", perguntou e começou a enrolar algumas mechas de seu cabelo em seus dedos.
"Eu tinha um filhote de camelo. O nome dele era Chuchu.", disse e Hoseok franziu o cenho. "O Chuchu dormia comigo. Ele era amarelo e tinha glitter nas corcovas dele. Era muito fofinho."
"Um camelo?", perguntou e Jiyoon assentiu, sem tirar o rosto de seu pescoço e sem parar de acariciar seu couro cabeludo. "Por que um camelo?"
"Eu não sei. Mas camelos são fofos e ninguém vê isso.", deu de ombros e riu quando Yoon apareceu entre os dois corpos e começou a amaciar o edredom antes de deitar ali no meio, esfregando-se em Jiyoon. "Agora você vem falar comigo? Vai lá com o seu dono favorito!"
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CLOSED EYES | sope
FanfictionEm um mundo onde o cem por cento não existe, o perfeito nunca chega e ninguém nunca está satisfeito com o que tem, Jung Hoseok, após passar por muitos altos e baixos no casamento, precisa aceitar que para seguir a vida é necessário abrir mão de cert...