[42] adrenaline

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Como havia sido prometido, sábado Sohyun estava a caminho de Daegu para que pudesse buscar Jiyoon. Seu pai havia ligado cedo para avisar que estava voltando e até o final da tarde estaria em casa. Sua mente passava tantos pensamentos de uma vez que se sentia perdida, com uma expressão neutra em seu rosto enquanto mantinha as duas mãos no volante.

Dentro de si uma voz desejava que aquela semana tenha feito Hoseok ficar melhor. Sabia que era sua consciência pesando, mas tinha vergonha de admitir aquele fato para si mesma.

Durante aqueles sete dias sozinha teve muito tempo para pensar em tudo. Absolutamente tudo. Mas se dissesse que conseguiu chegar em algum lugar, estaria mentindo. O tempo que seu pai esteve viajando, teve que cuidar de seu escritório na empresa, dobrando seu tempo. A única coisa diferente de sua rotina foi seu choro em silêncio ao perceber que se passaram quatro dias e em momento nenhum se lembrou de Jiyoon ou se perguntou se ela estava bem.

Quando menos esperou já estava em seu destino, quase passando reto pela casa por sua distração. Desceu do automóvel e seus passos foram curtos e lentos até a porta principal da casa para tocar a campainha. Não dizia em voz alta, mas sentia que o que estava precisando agora é ver o rosto de Jiyoon e Hoseok sorridentes para que se sentisse um pouco melhor.

Mas o rosto do moreno ao abrir a porta não era o que estava esperando. Partiu seu coração mais ainda ver a tristeza em seus olhos tentando forçar um sorriso que parecia até doer pelo fingimento. Com certeza era a cena mais desesperadora que já viu.

E tinha a mais clara noção de que a culpa era sua.

"Se importa de esperar um minuto? A Jiyoon está dormindo. Vou buscar ela.", disse baixo já dando as costas, abrindo mais a porta com o indício de que poderia entrar. Mesmo já sendo moradora daquela casa, não se sentia tão bem-vinda.

O um minuto se tornou quase vinte. Sohyun continuava a esperar na porta, se tornando ainda mais difícil em continuar se sentindo a pessoa mais horrível do mundo. Vagamente entrou e fechou a porta atrás de si, olhando em volta e vendo que nada mudou desde quando se foi. Deixou sua bolsa em cima do sofá e olhou para o andar de cima para tentar ao menos ver o moreno, mas não viu nada.

Subiu as escadas em passos lentos, torcendo para alguém aparecer e a impedir de terminar de subir, mas ninguém apareceu. O quarto de Jiyoon era o primeiro do corredor, ia passar reto por ele imaginando que talvez estivessem no quarto do mais velho. Ouviu a voz de Hoseok vindo do quarto da pequena e parou em frente a porta aberta, sem se importar em se esconder ou fingir que não estava ali.

"Eu prometo que vou te ver logo, meu bem. O tempo vai passar rápido, você vai ver.", disse deitado com a cabeça apoiada em sua mão, enquanto a outra acariciava o rosto da menor.

Hoseok sabia que não estavam sozinhos, mas estava pouco se importando. Em seu mundinho particular tinha somente ele e Jiyoon. Aquilo bastava.

"Mas e se não passar?", a pequena perguntou baixo.

"Eu acelero o tempo quebrando as leis do universo.", brincou. O sorriso de Jiyoon era fraco, quase inexistente. "Nós conversamos sobre isso ontem à noite, bebê. Lembra do nosso Mundo Jiseok? Ele continua existindo. É só escolher onde quer que ele esteja."

Sohyun sorriu sem perceber, encostando o corpo no batente da porta. Aquilo estava sendo quase uma tortura contra si. Não queria continuar ali, mas suas pernas não obedeciam a seus comandos.

Jiyoon colocou os dois dedinhos debaixo do queixo, pensando enquanto olhava para o maior.

"O sol. Vai ser o sol.", disse sorrindo e Hoseok sorriu junto.

CLOSED EYES | sopeOnde histórias criam vida. Descubra agora