Esse é o Domingo mais difícil do ano. Escrevo isso de coração apertado por ter a certeza do tempo em vão que passo escrevendo cartas que ele nunca vai ler, por saber que mais de quatrocentas mil palavras na língua portuguesa e nenhuma delas o traz de volta pra vida, que lhe foi tão curta e injusta.
Que hoje Deus permita-me esquecer o propósito da partida e dizer a força dessa saudade que estou sentindo!!! Eu ainda conheço o som da voz dele. O andar discreto, cansado. O abraço com cheiro de roupa limpa. Mãos pesadas, as unhas redondas, iguais as minhas. Se eu fechar os olhos o vejo aqui, de calça jeans claro, blusa azul marinho de botão, chaves no bolso, chaves na mão, chaves. De repente tudo tão vazio... arrodeada de gente que me ama, mas falta ele, meu derinho!!!!!!!
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A parte que falta em mim.
Non-FictionMeu pai deixou esta vida num sábado nublado 28/05/2016, aos 52 anos, em decorrência da valvuloplastia.