Ela

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Oi lindos. Me sigam no twitter: https://twitter.com/anoitedospoetas

Boa leitura. Beijos. 


E você era a princesa

Que eu fiz coroar

E era tão linda de se admirar

Que andava nua pelo meu país

POV Chiara

Eu contornava o copo de whisky que segurava com uma de minhas mãos com meu dedo indicador, na tentativa de me acalmar. Me distrair. Me desfocar. Desfocar dela. Num canto da sala eu observava as pessoas que dançavam, bebiam e riam. Ana havia sumido a uma meia hora da festa, e eu imaginava que ela estivesse lá fora. Agradeci mentalmente por Daniel, que percebeu que eu estava indisposta, ter afastado de mim as pessoas que tentavam puxar muito assunto. Apenas a segui com os olhos quando a vi entrar na sala e sentar-se ao lado de Letícia. Percebi seus olhos meio inchados. Ela havia chorado. Pude ouvir a morena a questionando sobre seu paradeiro nos últimos 30 minutos. Desviei olhar antes que elas percebessem, voltando-o para as outras pessoas. A sala, varanda e cozinha foram esvaziando. Luiza, Gadú, Preta e Naná foram embora juntas. Logo depois todas aquelas pessoas haviam se transformado em eu, Ana, Letícia e Daniel.

- Bom, Dani acho que já vamos indo – Ana levantou-se do sofá e sua leve tomadinha denunciava que ela estava alterada pelo álcool – Opa!

O som de sua risada invadiu meus ouvidos e eu senti uma tremenda vontade de rir junto. Mordi o lábio para controlar qualquer sorriso que insistisse em sair.

- Tchau Dani! – Letícia o abraçou e sorriu – Estava tudo muito lindo.

- Tchau Let! – Ele sorriu – E obrigada!

Eu permaneci no sofá apenas observando a cena enquanto fingia estar mexendo no celular. A morena saiu pela porta dizendo que ia indo e iria esperar Ana no carro.

- Até mais, Dani – Ana o abraçou e deu os dois famosos beijinhos do cumprimento brasileiro – Vamos combinar a próxima lá em casa.

- Tchau, Aninha! – Daniel pronunciou o apelido e Ana fez uma carinha fofa. Droga. E que fofa! – Com certeza! Você sabe o quanto eu amo aquela casa.

Levantei-me indo em direção a escada e ouvi a voz dela próxima a mim.

- Tchau, Chi – Ela havia se aproximado e Daniel subiu as escadas como quem queria nos deixar a sós. Me virei para ela e a analisei por alguns segundos – Não queria ir embora sem me despedir de você. Nem sei se vou te ver de novo.

- Tchau, Ana – Eu não sabia se devia abraça-la. Eu queria, isso eu não podia negar.

Ela pareceu ler minha mente, pois entrelaçou um braço em minha cintura com um certo receio e se aproximou dando um beijo um tanto demorado em minha bochecha. Logo se afastou. E droga, como eu queria sentir o calor de suas mãos em minha cintura novamente e o roçar suave de sua pele na minha, sem falar do toque calmo de seus lábios. Apenas a encarava sem conseguir dizer nenhuma palavra.

- Achei que os famosos dois beijinhos do cumprimento brasileiro não cabia a nós – E foi com essa frase e um aceno de cabeça, acompanhado de um sorriso tímido de canto, que ela sumiu porta a fora.

Demorei alguns minutos para tomar a decisão de subir as escadas. Com a pernas bambas, que possivelmente eram efeitos do álcool misturado com a tal coisa que me embriagava mais que litros de vodca, vulgo Ana Carolina, que me agarrei ao corrimão e subi lentamente os degraus. Minha cabeça latejava e o que eu mais queria agora era um banho demorado. Com esses pensamentos atravessei o corredor e entrei em meu quarto, onde me dirigi diretamente ao banheiro. Fiz exatamente o que tinha em mente, água morna escorrendo por mim enquanto eu tentava tira-la da cabeça. Ela ainda me bagunça inteira.

Se apro gli occhi e ti trovo ancora?Onde histórias criam vida. Descubra agora