O Jardim

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Itachi sorriu, esperando que ela ficasse menos assustada com tudo aquilo. Ele podia sentir a tensão dela só pela forma em que ela abaixou a cabeça, olhando para todos os cantos do cômodo, como se procurasse por uma saída. E ele não podia culpa-la, afinal, os Uchiha eram terríveis.

A rosada assentiu com a cabeça, minimamente.

– O vestido ficou lindo em você. – Ele diz, cortando o silêncio. – Fico feliz que tenha gostado.

– Foi muita gentileza, Sr. Itachi. – A voz dela foi ouvida pela primeira vez desde que chegou. Ela sentia a garganta seca.

– Mebuki... – Uma voz feminina invadiu o ambiente. – Estou feliz em te ver. – A voz vinha por trás de Fugaku. Os dois Uchihas olharam para onde a voz estava vindo e era de uma mulher linda, dos cabelos negros e olhos tão negros quanto. Dava para notar que essa era a mãe de Itachi e Sasuke.

Ela era linda!

E os dois filhos puxaram a beleza dela, Sakura agradecia imensamente por isso. A mulher se aproximou de Mebuki e a abraçou apertado.

– Faz uns três anos, não é?

– Sim. A reunião do ensino médio. – Mebiku respondeu, com brilho nos olhos. Mikoto se virou e viu Sakura.

– Olhe o quão linda é você! – Disse enquanto se aproximou, pegando nas duas mãos da rosada e olhando atentamente para seu vestido. – Estou feliz que será da família. Será como uma filha pra mim.

Sakura sorriu, logo virando o rosto para a mãe, em busca de socorro. Mebuki apenas sorria.

– Sentem-se. – Fugaku convidou todos a sentarem. Ele se sentou distante, na ponta da grande mesa, tendo Mebuki ao seu lado direito. Itachi seguiu Sakura até ela se sentar, perto de Mikoto. Ele fez questão de puxar a cadeira para que ela sentasse, como um cavalheiro.

– Obrigada... – Ela disse baixo, mas ele a ouviu.

Ele se sentou ao lado dela, enquanto Mebuki e Kizashi sentaram-se do lado oposto. Sakura não pôde deixar de notar a cadeira ao lado esquerdo de Fugaku, vazia. Não pôde deixar de pensar que aquela poderia ser a cadeira de Sasuke, pois ele era o único que faltava ali.

Ela se perguntou como ele lidou com aquela situação, como ele reagiu com aquilo tudo. Ele estaria triste ou feliz por ela ser, a partir de agora, parte da família? Pois, por mais que fossem amigos, ele era o mais distante, o mais imprevisível.

Para se distrair, ela passou a observar o estilo da sala de jantar. As paredes eram brancas enquanto o piso era de madeira preta. O cômodo tinha três lustres de cristal, enormes. A enorme janela estava com as cortinas abertas, mostrando assim o céu negro e as estrelas brilhantes. Seria uma noite maravilhosa para estar com os amigos ou conhecendo gente nova se isso não fosse a ruína de seu futuro.

Os pais estavam conversando e rindo. Pareciam estar curtindo bastante, mesmo levando em conta que estavam amarrando duas pessoas contra a vontade delas. Itachi se sentava silenciosamente ao lado dela, e, sinceramente, não sabia como puxar assunto. Ele percebeu que ela deveria odiá-lo profundamente, mas mal sabia ela que ele também não tinha escolha.

Ou ele tinha.

Bom, ele deveria admitir. Primeiro, ele foi superficial. Ele poderia muito bem ter recusado o negócio e seu pai teria de achar outra solução. Infelizmente se deixou levar pelo respeito às ordens do pai. Por sorte, Sakura não era feia como Sasuke disse que poderia ser. Ele se sentia bem por ela ser como era.

Ele sentia que, pela primeira vez na vida, as coisas estavam abaixo de seu poder.

– Sasuke! – Todos ouviram a voz de Mikoto, mais alta que o normal.

Atado pelo Orgulho (ItaSaku) {Em Revisão}Onde histórias criam vida. Descubra agora