A Arte de Fingir

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Uma fresta de sol passou por entre a cortina do quarto e bateu no rosto da rosada. Ela reclamou, cobriu os olhos enquanto se levantava devagar.

Ela odiava acordar cedo.

Levantar da cama era uma das coisas mais difíceis que ela fazia, especialmente agora, que nenhum dia pra ela era, de fato, esperado.

Ela abriu os olhos devagar, tentando se acostumar com a claridade do quarto. Logo, olhou ao seu redor e se lembrou de onde estava: A mansão Uchiha. Bom, ela esperava que tudo aquilo tivesse sido apenas um pesadelo.

Mas não foi. Era real.

Ouviu a água caindo e logo encarou a porta do banheiro, fechada. Itachi tinha acordado bem mais cedo e a deixou dormir. Pelo menos ele sabia se manter nos limites, pelo menos, era o que ela pensava.

A rosada observou que o lado oposto da cama estava arrumado, como se ninguém tivesse, de fato, dormido ali. Ela espirrou. Bom, outra coisa que ela detestava pelas manhãs eram seus espirros, por conta da rinite.

Se levantou devagar e esfregou as mãos nos braços, para espantar o frio. Olhou para o relógio e notou que passava das 9 horas. Ela se perdeu tanto em seus pensamentos, que nem notou quando o chuveiro parou e a porta do banheiro se abriu.

– Sakura? – Itachi, pelo tom de voz, parecia até surpreso em vê-la ali. Ela se virou para ele, notando que ele vestia uma roupa casual. Os cabelos longos e negros ainda estavam molhados, e algumas gotas de água caíam pelo rosto do moreno.

– Ah, oi... – Ela o cumprimentou.

– Dormiu bem? – Ele perguntou, sem emoção nenhuma na voz. Como se quisesse somente quebrar o silêncio incômodo entre eles. E conseguiu. Era incrível o quanto ele se esforçava.

– Sim, claro. – Ela respondeu, distante. Ele abriu o guarda roupa, procurando por algo.

– Seus pais disseram que passarão aqui pra te entregar suas coisas. Eles disseram que chegarão antes do nosso avião partir. – Ele disse enquanto pegava outras peças de roupa.

– Espera, o quê? – Ela perguntou confusa, o encarando com a sobrancelha levantada. Ele apenas cruzou os braços e arqueou a sobrancelha, a olhando de uma forma que a fez se sentir idiota.

– A lua de mel. – Disse, a lembrando.

– Hey, não! – Ela levantou o dedo indicador, protestando. – Não somos um casal de verdade. Não precisamos disso.

– Claro que não precisamos. – O moreno respondeu. – Não é uma lua de mel. Desde que você mostrou odiar esse casamento, eu cancelei a lua de mel. Nós iremos para a Islândia, mas nada vai acontecer por lá.

– Ah?

– Tá, deixa eu explicar: Uma grande parte dos negócios do meu pai, da qual eu cuido, fica na Islândia. Iriamos para a lua de mel, como um casal normal, mas já que estamos em uma farsa, decidi voltar ao trabalho. Você vai comigo, esposa. E isso fará com que as pessoas acreditem que realmente estamos em lua de mel e que nos amamos muito. – Dito, ele virou de costas para ela, caminhando até a porta. – Meus pais nos aguardam para o café da manhã.

##

Ela entrou na sala de jantar e cumprimentou Fugaku e Mikoto com um aceno tímido. A sogra sorriu enquanto Fugaku apenas assentiu com a cabeça, minimamente. Ela hesitou, mas por fim, se sentou ao lado de seu marido. Ele não perdeu tempo e colocou sua mão sobre a dela, que jazia sob a mesa, e isso a fez se sentir desconfortável.

O jeito dele a assustava.

– E então... como foi a noite? – Mikoto perguntou, sem nenhum traço de vergonha na voz.

Atado pelo Orgulho (ItaSaku) {Em Revisão}Onde histórias criam vida. Descubra agora