yeontan 🐾 taekook

one: 🐾

🐾

Na primeira vez que eu fui na casa de Taehyung, eu estava morto de nervosismo.

Não, não pelo Yeontan, pelas fotos que eu vi, achava que era um cachorrinho dócil. Eu estava nervoso era por causa das mães dele.

Taehyung era filho de duas mulheres, biologicamente apenas de uma, Hyejin, por inseminação artificial. Seu irmão, Taehyun, era filho biológico de Wheein, sua outra mãe.

Pelo que Tae havia me contado, com Wheein eu não teria problemas. Ela aparentemente era uma mulher doce e calma, trabalhava como psicóloga. Bem diferente de Hyejin, para a qual Taehyung me preparou dizendo que ela provavelmente iria querer arrancar minhas bolas, sendo ela uma delegada, com, obviamente, porte de arma e disposição pra me matar na base do soco.

Com o irmãozinho dele eu também sabia que não teria problemas, eu já conhecia Taehyun porque uma vez fui junto com o meu Tae buscá-lo na escola e o garotinho de quatorze, quase quinze anos simplesmente me amou.

Eu não estava mesmo preparado para o gênio forte de Yeontan. Aquele cachorro era bravo, assim que Taehyung abriu a porta pra mim, ele já veio latindo e tentando me atacar a ponto de Taehyung ter que pegá-lo no colo para acalmá-lo. E quando eu tentei me aproximar do meu namorado para um simples beijinho, Yeontan fincou os dentes no meu braço.

O que Taehyung fez? Riu. O maldito riu e fez Yeontan me soltar, um pouco depois.

— Vou levar ele lá pra cima, entra — ele disse enquanto abria espaço. Minhas mãos suavam de nervoso. — Taehyunie, acompanha o Jeongguk até a cozinha, vou prender o Tanie lá em cima — ele disse ao irmão, que estava sentando no sofá.

Taehyun sorriu e veio até mim enquanto Taehyung subia as escadas. Ainda com a mão sobre a mordida perto do meu pulso, eu fui andando até a cozinha e assim que pus os pés lá, uma mulher baixinha surgiu na minha frente.

— Olá, Jeongguk, não é? — pelo jeito doce de falar, eu deduzi que aquela seria Wheein. Era bem baixinha, tinha a pele bem menos bronzeada que a dos filhos, o cabelo era escuro com uma franjinha.

— Sim, a senhora deve ser a Wheein, certo?

— Sim, sim, e pode falar comigo informalmente, eu não ligo.

— Está bem, senhora- Wheein.

— O que houve com seu braço? — ela perguntou, tocando minha mão.

— O Tanie mordeu ele — Taehyun contou rindo, enquanto roubava algo de dentro de uma panela.

— Aigoo, esse cachorro — Wheein suspirou, negando com a cabeça. — Venha aqui no banheiro limpar e passar uma pomada nisso. Ele é vacinado, mas temos que limpar essas coisas sempre.

Assim, ela me arrastou até o banheiro e me ajudou a lavar a mordida usando sabonete antisséptico, logo em seguida passando pomada e colocando uma faixa ali.

Quando saímos do banheiro e voltamos a cozinha, tinha outra mulher lá. Eu gelei. Aquela era Ahn Hyejin, personagem principal dos meus últimos cinco pesadelos, três nos quais ela me batia e dois onde eu era expulso a chutes daqui.

Taehyung me olhou sorrindo de forma encorajadora e eu respirei fundo antes de me curvar ligeiramente, dizendo em seguida:

— Olá, senhora Ahn.

Quando me ergui de novo, ela me encarava com os braços cruzados e uma expressão séria. Ela era pequena, mas tinha uma aparência poderosa e intimidadora, provavelmente também influenciada pelas roupas escuras e um tanto brutas comparadas às de Wheein. Hyejin vestia uma calça cargo preta e uma jaqueta com estampa camuflada, além de botas. Parecia pronta para ir para a guerra, diferente de Wheein, vestindo um vestido florido e esvoaçante.