Capítulo IV: Nevermind.

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"Deixa para lá."
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Um dia desses eu sonhei com José e isso me fez querer voltar a escrever sobre ele.

Quando estava prestes a completar meus 11 anos, fomos novamente para Itamaracá. Dessa vez não estávamos sós.

Minha melhor amiga de infância se chama Ruslanna, que significa "Leão" e tem origem russa. E ela realmente foi um leão, a líder de qualquer grupo que entrasse, ressignificando a palavra força. Sempre foi a pessoa que eu recorria quando em apuros, e que eu levei para a praia comigo naquelas férias.

Do outro lado José havia levado Yuri, seu melhor amigo. Ele era negro, sorriso bem brilhante e um olhar muito sentimental. Fofo, ficava me olhando, provavelmente tentando me decifrar. Ate hoje ele faz isso.

Lembro dos nossos quartos serem de frente um para o outro, mas enquanto José havia levado uma TV enorme e seu PS3, eu estava com meu notebook que tinha The Sims (jogo que José havia me mostrado alguns meses atrás, quando estávamos naquela mesma casa). Ambos não paravam de jogar, mas José me olhava diferente do que da última vez que estivemos juntos, e era um olhar puro, mágico...

Era como se eu tivesse voltado a ser aquela menina que acreditava no Papai Noel, que era meu presente de natal em pleno janeiro. Nunca vou esquecer aquele olhar, nem aquele final de semana.

7 anos depois e ainda lembro como se fosse há uma semana atrás, com a mesma magia, com o mesmo medo, com a mesma curiosidade e com a mesma inocência de quando eu comecei a gostar do que veio a ser...

Deixa para lá.

Remember MeOnde histórias criam vida. Descubra agora