Capítulo X: Little Hand.

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"Mãozinha"
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Minha época de 15 anos na verdade começou aos 13, no dia 29 de agosto de 2015.

Lembro que era o aniversário de Penelope, a sobrinha de uma amiga de mainha, e eu fui com a intenção de só comer e tomar refrigerante. No carro fomos eu, mainha, tia Carol, José e sua mãe, tia Tina, dirigindo. Eu lembro da roupa que estávamos usando, dos momentos de tensão no carro e de tia Ana gritando meu nome no microfone porque eu fui chamada de última hora para ser daminha. Lembro até mesmo do riso de José ao me ver brindando toda sem graça, sem saber o que fazer.

Mas o que mais lembro é de olhar para suas mãos e bater uma enorme curiosidade de como seria a sensação de junta-la na minha. Já estava óbvio o quanto eu gostava dele, que eu sempre lembrava de 3 anos antes quando nos conhecemos, a brilhante forma que meu cérebro deu uns "bugs" naquele momento em que eu percebi que estava apaixonada pelo meu melhor amigo, que não tinha pessoa no mundo que me entendesse mais do que ele. O que eu ia fazer agora?

Depois de tirarmos fotos juntos, decidi que estava na hora de contar o que danados eu estava sentindo, mas não fazia a mínima ideia de como ia fazê-lo e já estava na hora de ir embora, já eram 3 da manhã do dia 30.

No carro voltou uma pessoa a mais, então eu e José nos apertamos no banco de trás e começamos a trocar mensagens pelo WhatsApp, e uma das mensagens que mandei foi "eu gosto de você", o encarei, entrelacei nossos dedos e cochichei "mãozinha" bem baixinho, para só ele escutar. Voltamos para casa de mãos dadas, e a partir daquele momento aquela palavra se tornou o que viria a ser meu refúgio, como se sempre que eu a pronunciasse o entrelaçar dos nossos dedos fosse me proteger de todo e qualquer mau. Sentir o macio da sua mão -que notoriamente era bem maior que a minha- era sinal de que estava tudo bem, e significava que nenhuma outra mão encaixaria tão bem na minha.

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