Capítulo V: Almost Teenage.

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"Quase adolescente."
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Quando você entra na pré-adolescência você começa a se achar um adolescente, sem querer ficar para trás em relação a coisas cruciais como o 1º beijo, as matinês e as roupas do setor adulto (já que após sua 1ª menstruação parece que seu corpo todo dá um salto no espaço-tempo).

Não foi diferente comigo.

Em 2015, assim que completei 13 anos, meus amigos começaram a tirar seus BV's e BVL's, e eu a ficar para trás. Todos os finais de semana eles iam para as famosas matinês , dançar funk e beijar... eu queria fazer aquelas coisas, mas eu ia para a casa de alguns tios com a minha mãe e ficava escutando musicas antigas enquanto tomava coca-cola, e nunca havia ficado triste com isso ate o dia 8 de março de 2015, quando Mari (minha prima 2 meses mais velha) me contou que havia dado seu 1º beijo em uma matinê no dia anterior. Escutar sobre aquelas sensações, sobre um desejo novo, sobre uma experiencia nova... aquilo mexeu comigo.

José na época era meu melhor amigo, após muitos perrengues ele se tornou a pessoa que eu mais confiava, que eu amava e queria sempre do meu lado. Mari, Rus, Gabi M e Gabi E (são muitas Gabi's, ainda bem que existem os sobrenomes) diziam que ele gostava de mim, mas nunca fui de escuta-las, nem queria estragar minha amizade, tinha medo de dar corda e estragar tudo.

Como de costume no Nordeste, meu São João teve direito a fogueira, roupa quadriculada e bota, mas principalmente a estar com as pessoas que eu mais queria por perto: Gabi E e José, e de complemento veio Yuri que eu sabia que estava gostando de se aproximar de mim, mas eu não entendia por que era tão afastado.

Quem passava pela sala e me via deitada no sofá com as pernas no colo de José logo dava um sorrisinho e fazia alguma piada sobre sermos um casal, e eu sempre ria, por que no fundo eu sabia que seriamos muito lindos juntos, ele parecia minha alma gêmea, mas eu sabia que aquilo mudaria toda nossa amizade, e com 13 anos você não pensa no quanto as coisas podem dar certo. Éramos inexperientes (mesmo ele tendo 14 anos, quase 15), eu era medrosa... por mais que ele mexesse comigo, eu não podia mergulhar de cabeça e esquecer de priorizar nossa amizade que era tão linda. Nem havia sido beijada ainda. Precisava pensar.

Mas aquele São João foi tão bom, parecia uma despedida. Bem... foi uma das.

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