O conflito

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Ao ficar sabendo da situação no continente Africano, Stuart entra em estado de desespero. A única coisa que ele conseguia pensar, era em Amélia sendo uma possível refém. O jovem queria sair correndo e falar com os pais da moça, mas não podia, pois, a situação ainda era sigilo de estado maior, para que não resultasse em um conflito internacional.

Teodoro retorna para o coquetel, mas sabia que não conseguiria segurar uma notícia dessa dos pais da moça. Ao chegar na mesa ele logo diz que não vai poder voltar para casa, pois teria um treinamento com alguns soldados, mas a verdade é que ele queria ficar dentro do Batalhão para estar por dentro da situação. O coquetel acaba e os convidados vão embora. Stuart segue para o alojamento, mas pede para os Oficiais que ficaram na sala da conferência, para que qualquer novidade ele seja avisado.

Enquanto isso a coisa fica cada vez mais tensa no continente africano, as tropas militares brasileiras não têm autorização de intervirem e a africana demora para procurar uma solução.

Após quatro horas chega um negociador.

- "O que vocês querem para libertar os reféns? "

- "Queremos que nosso país volte a ser uma nação digna de ser habitada, antes desse desastre o governo já estava cagando para nós. Olha o tanto de gente que morreu por conta de doenças. Na verdade, doenças não! Por descaso desse governo! " – Responde o líder dos militantes.

-" Entendemos que a situação é precária, mas o país está passando por uma época de vacas magras, vamos manter a calma. O que vocês querem realmente, eu vejo o que posso fazer com as autoridades superiores. " – Propõe o negociador.

-" Não vem com conversinha! Isso já ouvimos de nossos governantes, mas nada muda! Chega! É O SEGUINTE, EU QUERO VACINAS PARA TODA A POPULAÇÃO! O ALTO ESCALÃO É TODO VACINADO, ENQUANTO O RESTANTE MORRE A MAIORIA. " – Rebate o líder dos militantes com um tom de ira.

- "Ok, eu vou ver o que posso fazer, mas não vamos conseguir vacinas para todo mundo. Vamos fazer assim, eu vou sugerir para os que estejam nas alas de riscos sejam vacinados primeiro e depois o governo providencia as outas vacinas. Está de acordo? " – Sugere o negociador.

- "Pode ser, estou de acordo, você tem uma hora para voltar com uma resposta, caso contrário vou começar a matar esses reféns! " – Ameaça o líder dos militantes.

- "Calma, eu vou ver o que posso fazer. Pensa direito sobre os reféns, não se esqueça que eles são brasileiros, mata-los iria criar um conflito internacional, logo seu pais será tomado por tropas brasileiras ofensivas, sem contar que o Brasil é aliado com grandes potências mundiais, eles simplesmente matam todo mundo sem sair de casa. Vamos manter a calma! " – Retruca o negociador.

No Brasil, Stuart é atualizado sobre a situação e fica nervoso. Mesmo sem a confirmação que Amélia era refém, o jovem começa a sentir mal, pois não tinha se despedido da moça decentemente. O telefone de Teodoro toca, é Elizabeth: "Oi Stuart, você acredita que a coisa está feia na África, Amélia acabou de nos ligar para avisar que estava bem, mas muitos voluntários e alguns militares estão sendo feitos de reféns por militantes. "

- "Sério que ela ligou?? Eu não acredito! Desculpa, eu sabia de tudo, mas não podia falar, por isso fiquei aqui no Batalhão, para ficar por dentro de tudo. " – Responde o rapaz e em seguida respira aliviado.

Na África, o negociador após uma hora e meia volta a falar com o líder dos militantes: "eu consegui vacinas para os moradores da linha vermelha e um pouco para a linha amarela, mas o restante garantimos a vacina em até 40 dias. "

Os militantes aceitam a oferta e libera os reféns, todos vivos sem nenhum arranhão. Depois que todos são liberados o líder ainda diz: "eu jamais faria mal para esses brasileiros, eles estão para nos ajudar, o governo só precisava de um choque. "

Como prometido, o governo vacina os que moravam na linha vermelha e alguns da linha amarela.

Os dias vão se passando e na medida do possível as coisas vão se ajeitando. Países do mundo todo se sensibilizaram com o ocorrido, por isso todo dia chegavam novas doações. Desde roupas, dinheiro, até produtos de higiene.

No dia em que Amélia completava seis meses no local, ela é surpreendida por uma das diretoras da Missão. Recebe a proposta de não ser apenas uma voluntária, estava tendo a oportunidade de ser nomeada como supervisora, pois em pouco tempo, tinha feito muita coisa e todos em volta reconheciam isso. Ela por incrível que pareça nega, pelo menos por enquanto não queria sair de perto das crianças e se aceitasse, era isso que iria acontecer.

No mesmo dia completavam sessenta dias rebelião dos militantes e o governo não tinha cumprido sua parte no acordo.

Mais uma vez os militantes vão as ruas, mas agora estão juntos a um grupo de Rebeldes, devido a isso os ataques começam a serem mais violentos.

Mais carros bombas, mais tiros para todo lado, inocentes mortos e feridos, chegam até interceptar os caminhões que levavam doações para a população.

No segundo dia eles atacam o local onde estava concentrada a base militar brasileira. Ninguém vem a óbito, mas muitos são feridos. Nesse momento o presidente brasileiro tenta conversar com o presidente africano para que ele intervenha, mas o exército africano estava desfalcado, muitos haviam mudado de lado.

Então a tropa ofensiva brasileira é acionada com intuito de que a situação não fuja mais do controle.

Dessa vez, por ser um Batalhão operacional, o batalhão de Stuart é selecionado e ele é convocado para a Missão.

Após alguns dias, Teodoro chega no continente africano e por mais que a vontade do rapaz fosse ir atrás de Amélia, ele tinha que focar no seu trabalho, pois acaba de assumir um pelotão com trinta homens esperando seu comando.

A primeira missão de Stuart era organizar os comboios, já que agora, tudo era escoltado, pois os militantes tinham queimados alguns caminhões com doações.

Os militantes juntamente com os rebeldes começam a se esconder com a chegada da tropa ofensiva, pois não eram só mais homens, agora eram armamentos pesados, tropas adestradas em conjunto com blindados.

Dois meses se passam e Stuart ainda não tinha conseguido ver Amélia, já que seus serviços eram de áreas diferentes. Ele noite e dia de colete e capacete, armado até os dentes, planejando patrulhas (rondas), comboios, segurança de autoridades, entre outras diversas ocupações. Ela dia e noite encantando as crianças, fazendo a diferença, plantando esperança onde passava.

Três meses se completam e ao participar de um comboio que continha brinquedos, Teodoro vai até o abrigo onde estava Amélia.

Ao descer do caminhão, mesmo de longe, ele logo avista Amélia, ela estava toda linda, usando um vestido todo de girassol, agora com cabelo cacheado na altura dos ombros, com o rosto pintado e brincando com as crianças.

Será que pós ficar 8 meses sem ver seu grande amor, o rapaz vai conseguir falar com a moça ?

Como conheci AméliaOnde histórias criam vida. Descubra agora