Seguindo ordens

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Stuart fica por alguns segundos em pé admirando Amélia, é quando vem um Cabo e diz: "olha só, o Tenente está vidrado nas africanas, uiui, vai voltar para o Brasil casado. "

- " Arrego cabo, seu carente! Entra nesse caminhão e dirige, temos muita coisa para fazer ainda. – Responde Stuart.

- "Desculpe senhor, mas é que seus olhos estão brilhando até agora, imaginei que tinha visto uma beldade."

- "Eu apenas estava admirado com a felicidade daquelas crianças, pois passaram por muita coisa e agora estão tentando procurar um motivo de felicidade, ao ver elas sorrindo, correndo, isso me tocou. " – Responde Stuart

- " Na região estão dizendo que isso é graças a uma das voluntárias, tem uma moça lá que recebeu o apelido de girassol, pois essa flor significa esperança, e a tal moça por onde passa encanta não só as crianças, mas todos em volta".

Stuart solta um sorrisinho de lado, pois ele sabia que a tal moça, era Amélia.

Passam mais dois meses e Amélia completa um ano de missão, então agora ela resolve aceitar a promoção de supervisora da ala infantil. Ela já tinha alegrado as crianças, cuidado do trauma de boa parte delas e agora como supervisora, ela poderia ajudar no futuro de boa parte delas.

Teodoro na mesma semana completava seis meses de missão. É nesse momento que ele começa a procurar um jeito de ver Amélia, pois depois que a tinha visto, mesmo que de longe, não a tirava da cabeça.

Na mesma semana, Stuart estava realizando uma patrulha matinal de rotina, quando de repente ouve quatro estrondos pela cidade. Ele fica assustado. Nesse momento recebe pelo rádio que os barulhos se tratavam de quatro carros bombas que foram detonados em diferentes pontos da cidade.

- O primeiro, foi em um estacionamento, muito estrago, mas sem feridos.

- O segundo, foi próximo a base militar brasileira, com o intuito de assustar os militares.

- O terceiro, em frente à residência Oficial, onde ficava a família do presidente africano, a explosão atinge  alguns militares que faziam guarda, inclusive alguns brasileiros.

- O quarto e mais catastrófico, foi em uma região de comércio aberto (feiras), onde era comercializado roupas, frutas, legumes, artesanatos. No momento haviam mais de 250 pessoas na região.

É nesse momento que o pelotão de Stuart recebe um aviso pelo rádio: "alerta vermelho! Não é um teste! Retornem para a base! Os rebeldes estão atacando! Retornem para base e em seguida iremos organizar uma medida de contra-ataque. Alerta vermelho! "

A tropa brasileira imediatamente obedece e retorna à base para organizar um contra-ataque, mas as tropas africanas não recuam. Mais um tiroteio no meio da cidade, mais civis feridos.

As tropas brasileiras começam se preparar para reagir ao ataque. Antes de embarcarem o Major responsável pela tropa diz: "senhores, se preparem! Esse pode ser o a maior combate de suas vidas! Lembrando que agora temos permissão para atacar! Se atirarem contra vocês, atirem neles de volta. Lembrem-se sempre: "olhar altivo, pensamentos nobres". Vamos nos dividir em cinco pelotões terrestres: Alfa, Bravo, Charlie, Delta e Echo. Tenente Teodoro, o seu pelotão será o Bravo, ele ficará de apoio, então continuarão aqui na base até que seja acionado. "

- " Sim senhor! Mas será que eu não poderia ficar com o pelotão que fará a segurança dos voluntários" – Rebate Stuart.

- "Negativo! O seu pelotão vem de um Batalhão Operacional, em caso de merda, será nossa salvação! O pelotão responsável pela segurança dos voluntários será o Delta. "

Stuart imediatamente vai até um Sargento do pelotão Delta e diz: "Sargento, quero que faça um favor, assim que tiver com os voluntários, quero que me diga o estado de saúde de Amélia Bittencourt. "

- "Sim senhor! "

Antes das tropas saírem, recebem a notícia de que dois militares brasileiros não resistiram aos ferimentos. As tropas já tinham permissão de ataque, após essa notícia, vão para as ruas com sangue nos olhos. Mais uma vez o continente africano é tomado por um cenário de guerra. Tiro e explosões para todo lado. Após uma hora de combate, ouve-se no rádio: "Bravo, Bravo, aqui Delta, na escuta? "- Positivo, câmbio. – O Tenente Teodoro havia pedido para eu averiguar o estado de saúde de Amélia, só passando a notícia de que ela está bem, sem nenhum arranhão. Câmbio. – Positivo Sargento, obrigado. Câmbio. "

Mais uma vez Stuart respira aliviado, pois sua amada continuava bem. O confronto tem duração direta de quatro horas, é quando acabam os barulhos de tiros e explosões.

É confirmada a morte de 80 pessoas e mais de 150 feridos. O continente africano pede ajuda exterior, pois estavam necessitando de remédios, bolsas de sangue, órgãos para transplantes e materiais farmacêuticos.

Na manhã seguinte começam a chegar doações de paises vizinhos. Stuart é chamado na sala do Major: "Tenente, quero que você pegue seu pelotão e vá até a pista de pouso carregar os remédios, bolsas de sangue, entre outros materiais de hospitais, em seguida leve imediatamente ao hospital do centro".

Stuart parte em direção a pista de pouso com seu pelotão. Ao chegar demoram apenas dez minutos  carregar o caminhão.

- "Senhores, prestem atenção, nossa prioridade é levar esses materiais o mais rápido possível. Prioridade é a entrega desses materiais, se possível evitar combate com o inimigo! Vai ser o seguinte: na frente a caminhonete com 4 tripulantes na frente e dois na caçamba manuseando a metralhadora ".50", em seguida vai vir o caminhão com 10 tripulantes, carregando as caixas, evitem balançar. E por último o 13 que sobraram vão vir comigo no Urutu (blindado utilizado para carregar homens, baixo poder de fogo). Lembrem-se: mantenham distância de dez metros entre os veículos " – Coordena Stuart.

Eles partem em direção ao hospital, são trinta minutos de trajeto. No meio do trajeto eles passam por uma estrada de chão,  lateral a uma grande floresta do continente.

Ao passar por esse local, o comboio é atacado. Um míssil é lançado no carro da frente, matando os seis tripulantes.

Mais uma vez começa uma troca de tiros intensa, ambos os lados com armamento pesado.

- "Senhor, o que vamos fazer? O reforço terrestre vai demorar 20 minutos para conseguir chegar até aqui e o aéreo está do outro lado da cidade, então deve demorar 15 minutos e nós não podemos perder tempo. " – Questiona um dos Sargentos.

- "Senhores, vamos baixar a cadência de tiros, eles provavelmente trouxeram lotes de munições, mas as nossas são finitas. Eu quero que dois esclarecedores (homens que vão a frente para averiguar caminhos, trilhas, estradas, etc.) entrem nessa mata e veja se tem algum local aberto para o apoio aéreo pousar, se acharem, soem o apito, não usem o rádio, VÃO! " – Ordena Stuart.

Após dois minutos ouve-se um apito vindo do Noroeste.

- " Eu quero que fiquem seis homens dando cobertura, os demais comecem a tirar as caixas do caminhão o mais rápido possível, quero dois para montar uma metralhadora MAG em uma ponta do comboio e uma ".50" em outra. VÃO! NÃO PODEMOS PERDER TEMPO! "

Mesmo com toda pressa, demoram 6 minutos para descarregar o caminhão. Ao terminar de descarregar, Stuart perde mais um homem, um dos que estava dando cobertura é atingido. Por mais que estava usando capacete e colete, não era o bastante para parar um tiro de calibre 7.62mm (fuzil).

Nessa hora o jovem fica transtornado e diz: "senhores, o plano é o seguinte, comecem a carregar as caixas e entrem na mata, fiquem apenas dois dando cobertura, quando o carregamento tiver terminado, todos entram na mata e eu fico ganhando tempo, por isso pedi para posicionarem as metralhadoras, peguei mais carregadores para meu fuzil, então vão, vou ganhar mais tempo. "

- "Senhor, isso é uma missão suicida! " – Retruca um dos soldados

- "Que seja! Eu já perdi muitos homens! Não vou perder mais nenhum! E se esses remédios, bolsas de sangue e órgãos não chegarem até o hospital, são inúmeras vidas! Vai dar tudo certo aqui soldado! E se não der, vai ser só mais uma vida! " – Rebate Stuart

Será que os homens de Teodoro irão deixá-lo para trás?

Como conheci AméliaOnde histórias criam vida. Descubra agora