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Mãos rabiscavam delicadamente de forma repetida uma única parte do papel ao qual em olho nu entregava ser o sombreado de um dos olhos de Dejun, Yangyang tão apaixonadamente concentrava-se em manter a perfeição existente naquela folha de papel como se sua vida dependesse de tal ação, candy paint tocava pela milhonésima vez em seus fones de ouvido, ouvir esta música enquanto desenhava era como pintar um crespúsculo com cores alaranjadas, praticamente obrigatório por de fato ter uma extraordinária combinação, não por sua letra, pois candy paint carrega uma genérica letra de rap, mas por sua melodia tão doce quanto o cappuccino com chocolate preferido de Yangyang que justamente esquentava seu coração da mesma forma que o olhar de Dejun esquentava o seu.

O despertador tocou, indicando exatamente seis da manhã, o taiwanês resmungou, não havia terminado seu desenho mesmo que faltasse apenas detalhes que aos olhos de amadores era inútil mas aos seus era de tamanha importância, fechou seu fichário de design minimalista e o colocou em sua mochila junto com o seu estojo já arrumado, abriu mão de toda sua noite de sono para desenhar o belo rosto do homem mais lindo que já havia visto no período de dezenove anos de sua vivência, por ele, abriria mão de toda a sua vida apenas para concentrar-se em juntar as duas coisas que mais ama em sua vida, desenhar e Xiao Dejun, seus amigos o achavam louco por sua paixão tão platônica pelo chinês que trabalhava em sua cafeteria preferida por justamente o garoto nunca ter tido coragem o suficiente para nem ao menos conversar com o Xiao, Yangyang também julgava-se por isso, dizia ser estranho mas sentia uma flor nascer em seu peito e crescer minimamente toda vez que pensava no garoto, a aura angelical e educação transimitida pelas poucas palavras ouvidas por Yangyang o fez criar um preconceito diante do garoto, é como se o Liu estivesse preso em uma floresta macabra composta principalmente por árvores de folhas quase inexistentes e secas mas que, porém, em meio a tantas plantas feiosas que transimitia uma medonha aparência na tal floresta havia uma flor, uma flor encantadoramente bela que enfeitiçava Yangyang e que de fato lhe salva de todas aquelas malditas árvores que cercavam e lhe causavam um extremo medo, em prática, aquela flor simbolizava Dejun, a sua paixão por desenhos e cappuccino com chocolate, de fato o último em relação aos outros ditos não há tanta relevância por mais que o Liu tenha sim um imenso amor por tal bebida.

Como um típico aluno de ensino médio Yangyang já sentia-se afobado antes mesmo de entrar em seu banheiro para o seu banho matinal, consegue-se compreender sua irritação até porque o garoto raramente dormia, como dito, preferia passar as únicas oito horas silenciosas das vinte e quatro horas diárias concentrando-se em fazer aquilo que mais ama, desenhar, sabia que tal ato acabava consigo e gastava a sua saúde física tão derrotada quanto sua saúde psicológica, porém por mais que soubesse o quanto isto lhe fazia mal, preferia ter suas noites de sono roubadas do que desenhar ao som dos gritos de seu pai que constantemente o chamava de vagabundo por querer ser um artista, tentava pensar positivamente, até porque passava a maior parte de seu dia fora de casa, sua rotina era basicamente de manhã escola e depois almoço, a tarde para se livrar do futre que era o seu pai todos os dias, sem falta, ia para a cafeteria a esquina de sua casa pedir um capuccino com chocolate para tomar enquanto desenha ou então enquanto secretamente admira toda a aura de anjo carregada por Dejun.

Adentrou em seu banheiro xingando a mãe da pessoa que o fez e faz viver até aquele dia, de fato odiava começar um dia, despiu-se e sem demora passou seu corpo para debaixo do chuveiro, cada gota morna batia em sua pele lhe causando leves arrepios, uma sensação de fato gostosa de ser sentida, adorava tomar banho, pois era naquele momento em que tinha toda a sua privacidade, por mais que o seu pai constantemente passava por cima da sua ordem de não abrir a porta de seu quarto sem bater respeitava quando o seu filho estava tomando banho, o senhor Liu tinha uma sexualidade extremamente frágil a ponto de não conseguir ver seu próprio filho pelado sem que tenha que ficar fazendo um chilique mesmo que interno. A única demora tida no banho se teve por conta de toda a lerdeza causada pelo o sono de Yangyang que batia apenas quando amanhecia, por tantas noites em claro o taiwanês infelizmente se acostumou com sua falta de sono sendo assim ganhando a tal insônia mesmo que queira dormir em certos dias na hora correta.

Não tardou para pôr sua roupa, como sempre uma camisa simples com um dos milhares de moletons existentes no armário do Liu, uma calça jeans rasgada e um tênis de marca, o verdadeiro "estilo Yangyang". Logo desceu para tomar café da manhã junto com sua bolsa já com todos os materiais necessários para o dia, preparando a comida lá estava a sua mãe, tão doce, bonita, jovem e carinhosa, o tanto que criticava sua vida por ter um pai como o seu valia tanto quanto agradecia por ter aquela mãe em sua vida, a mulher não entendia a cabeça problemática de seu filho, até de fato tentava porém não sabia o que fazer, preferia então apenas o tratar diferentemente do como seu pai lhe tratava, felizmente ela tinha ciência do homem asqueroso que dormia consigo em sua cama de casal, a sua forma gentil e tão carinhosa de tratar seu filho, por mais que ela não saiba nem mesmo vinte por cento do que acontece em seu cérebro, fazia Yangyang sentir-se calmo, em paz, faz ele sentir que nem tudo está perdido e de que alguma forma realizaria seus sonhos.

Sentou se ao lado de sua mãe e pegou o pequeno pratinho com banana cortada, mel e aveia como costumava comer toda manhã feito com todo carinho por sua mãe, geralmente comia apenas isto, não exigia nada mais apenas para comer rápido e sair de casa logo, pois qualquer lugar no mundo é melhor do que a cadeira a frente de um pai que por qualquer coisa que faça já lhe ameaça seriamente de lhe matar, sua mãe sempre lhe oferecia algo a mais ou simplesmente em um tom brincalhão dizia "tão magro, capaz de voar se o vento bater" ou algo do tipo que sempre resultava em belos sorrisos vindos do garoto e da mulher.

— Já vai querido? — Perguntou a moça ao seu filho, este que após por seu prato em cima da pia pegava sua bolsa e tinha seu olhar voltado a porta.

— Já, tchau mãe. — Com um sorriso e um pouco apressado seguiu a sua porta ainda podendo visualizar a silhueta de sua progenitora, esta que apesar de querer mais da companhia do filho não insistiria para que ele ficasse, sabia que o pobre garoto tinha medo de seu infelizmente pai, também sentia a mesma coisa em relação ao seu marido, porém não podia fazer nada, pois sabia que o espurco arranjaria uma vingança contra sua atual mulher ou até mesmo contra seu filho.

...

deem muito amor para esta fic por favor, ela é muito importante pra mim :(((


drawings; xiaoyangOnde histórias criam vida. Descubra agora