drawings; xiaoyang

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- Você ta melhor? - Xiaojun falou, depois de cinco minutos abraçando Yangyang, este que apenas balançou a cabeça dando a entender que sim.

- Ok agora me fala de você. - Yangyang apoiou seus cotovelos na mesa segurando sua cabeça, olhando diretamente nos olhos de Xiaojun, este que sorriu de forma boba com o olhar doce lançado pelo mais novo.

- Mais do que eu já falei? Ah eu não tenho uma vida tão interessante assim... - Xiaojun disse.

- Anda Xiao, você disse que falaria de você se eu falasse mais de mim! - Yangyang deu alguns leves tapinhas sobre o braço de Dejun, este que corou instantaneamente com o apelido que acabara de receber.

- Ok ok! Bem, como eu te disse eu sou chinês, meu pai conheceu uma confeiteira coreana quando ele estava se separando da minha mãe, depois de um tempo se casaram e viemos todos morar aqui, eu tinha uns 13 anos, e na real foi bem legal, acho que a única coisa que eu não gostei foi a parte de ter que aprender coreano, mas Seulgi me ajudou com isso.

- A sua mãe ainda está na China? - Yangyang o interrompeu.

- Está sim.

- Você sente falta dela? Ou sei lá costuma ir ver ela algumas vezes?

- Bem, pra ser sincero não, não sinto falta dela nem mesmo vou ir ver ela, eu costumo conversar com ela por mensagem, nada mais além disso. - Xiaojun suspirou - bem... digamos que não temos uma boa relação.

- Se quisermos podemos mudar de assunto, não quero que fique mal ou se sinta desconfortável. - Yangyang disse em um pequeno tom de desculpas por tocar em um ponto que poderia ser sensível ao chinês.

- Não, sem problemas, por algum motivo eu não consigo me sentir mal perto de você. - Dejun sorriu e Yang retribuiu junto com suas duas maçãs do rosto avermelhadas. - Eu e ela não tinhamos uma relação tão esquisita assim até a morte do meu avô, ela ficou deprimida pra caralho e começou a descontar na bebida, isso fez ela ficar agressiva. Ela costumava me xingar e mandar fazer as coisas dentro de casa no horário da escola, caso eu contrariasse ela, ela me bateria. - Xiaojun parou de falar, Yangyang apenas ouviu um suspiro vindo do mais velho - Porra, eu era tão inocente, eu achava que estava atrapalhando, e que ela apenas me batia e me xingava porque eu era desobediente e um saco para todo mundo, eu só tinha 8 anos... - Xiao abaixou a cabeça.

Yangyang não hesitou em abraçar Xiaojun, o taiwanês sentiu como se tivesse vivido tudo o que o chinês passou apenas o ouvindo, e aquilo era o que Dejun mais precisava no momento, um pouco de carinho, apesar de seu pai ser melhor do que sua mãe no quesito de cuidar de um filho, Xiao ainda sentia muita falta de amor, sentia-se pressionado a todos os minutos por seu pai, a perfeição era a principal obrigação do chinês, qualquer erro cometido pelo o mesmo para o seu patriarca era a maior prova de insolência e desleixo do seu filho, e Yangyang era aquele que apesar disso tudo, conseguia fazê-lo esquecer todos os seus problemas, era como um refúgio, apenas a presença do mais novo já o deixava mais calmo, apesar de um nervosismo, Xiaojun sentia-se seguro perto de Yangyang, sentia que ele era o único que o fazia viajar pelo o universo mesmo em um mundo tão caótico, esperava ansiosamente pelo o dia em que poderia ter seu coração calmo em sua presença, não aguentava mais a adrenalina que corria pelas suas veias, o possibilitando de se comunicar com naturalidade com Yangyang.
Xiaojun retribuiu o abraço, fazendo com que ambos corações ouvissem suas batidas ao ponto de começarem a tocar simultaneamente, suas almas haviam se encontrado e descoberto o que eram uma para a outra, rompendo todas as barreiras que as afastavam, e assim, prometendo uma para a outra, a companhia eterna.

Yangyang e Xiaojun eram almas gêmeas.

O abraço durou por volta de dois minutos e meio, apenas eles dois calados ouvindo atenciosamente a respiração um do outro, sentindo suas peles encostarem, pareciam aliviados, como se quisessem aquele momento durante a vida inteira, Yangyang soltou Xiaojun, ambos estranharam o fato de não terem sido tomados pelo nervosismo e ansiedade que sentira quando interagiam, mesmo que minimamente, estavam presos em um pequeno transe de perguntas, tanto que se quer notaram que passaram cinco minutos diretos se encarando.