Aos poucos então, sobre o olhar atento dela, que ainda suspirava com sua cabeça recostada naquele maldito box, foi se levantando até ficar de pé.
Deu dois passos em direção a mestiça que encolheu os ombros, como se estivesse se esquivando, ela parecia mesmo um coelhinho assustado, querendo fugir, com seus olhos amedrontados e seu corpo trêmulo, confuso. Estava nervosa. Por isso, precisava acalmá-la.
Elevou uma das mãos, mantendo uma distância considerável ao tocá-la gentilmente no rosto para não assustá-la, onde com o polegar, limpou uma das lágrimas que ainda estavam lá. O movimento sutil, a fez fechar os olhos e deixar com que todo o peso do ar dentro de si, saísse do seu coração, dos seus pulmões.
Por conta da bebedeira ter passado um pouco, começava a entender o tamanho da merda que tinha feito, do que tinha falado e como, tinha falado. Mas agora, já era tarde demais, e não dava para voltar atrás.
- Mari... – ele a chamou, ela moveu o rosto para o outro lado.
- Adrien, por favor... Não fale nada pra mim... eu só preciso que, você me deixe... me deixe terminar de tomar o meu banho... e aí... eu vou pra casa.
- Não, que isso... imagina que eu vou te deixar ir pra casa assim, ainda mais sozinha no meio da noite...! Por favor Mari... fala comigo.
- Não! Por favor digo eu Adrien...! Não eu não quero..!
Na tentativa de fazê-la continuar consigo, para que pudesse se manter acariciando a pele do seu rosto e tranquiliza-la, Adrien investiu a mão ao tempo que ela se afastou, porém, como ainda se encontrava um pouco zonza por conta da bebida, seus pés perderem o equilíbrio a fazendo tropeçar para trás. Só não caiu no chão por conta da agilidade do loiro em pegá-la pela cintura e aproximá-la de si, a protegendo com seu corpo forte.
Ao senti-lo, tão grande, tão quente, tão... apaixonante... Marinette fechou os olhos, sentindo mais lágrimas escorrerem de dentro de si, para fora, por não aguentava mais, amar tanto aquele homem... e não poder naquele abraço, encontrar a morada do seu beijo.
- Me diz... – ele sussurrou, se aproximando mais, fechando seus braços por trás das suas costas nuas. - É verdade, o que disse agora?
- O que...? Não sei o que está dizendo...
- Não.... não faz assim... – a fazendo olhar para si, procurou mirá-la fundo nos seu olhos, para buscar verdade neles, e se certificar, que aquela confissão exagerada e um tanto agressiva a poucos minutos antes, não era apenas um momento de delírio. – Diz pra mim, me responde...
- Não... eu não quero, não quero falar contigo, não quero te ver, não quero te sentir...!
- Como não quer ? Como diz pra mim agora, que não deseja me ver, se foi você mesma que veio para a minha casa Marinette... e esta aqui, no meu banheiro... nos meus braços...tão perto...
Os dois se olharam juntos, reparando na forma que estavam, unidos, com ela dentre seu abraço forte, nua e molhada da cabeça aos pés. Nesse momento, Adrien segurou a respiração, notando em como... Marinette era linda.
Com seus olhos azuis aflitos, pele branca, alva pelo frio, pelo choro, pela meiguice que ela exalava, mesmo bêbada, era uma boneca, de uma delicadeza sem fim.
Não sabia dizer se era por conta de tê-la tão próximo a si, ou se era a forma pela qual ela o olhava, tão apaixonada, que fazia seu coração se derreter, palpitando por dentro forte, como se um imã o atraísse até a boca dela, em busca... de um acalento, de um conforto, de um sabor, que naquela noite, seria o único e talvez, o mais maravilhoso que já tinha provado.
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Midnight Love Confession
RomanceMarinette virou todas naquela madrugada. Desnorteada, bêbada e completamente apaixonada, ela pede um Uber e vai à casa de Adrien, confessar todo o seu amor por ele. Aviso: Já havia postado essa história dia 23 de Outubro de 2019 aqui na plataforma...