Capítulo 4

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A semana parecia que se arrastava, nada acontecia naquele lugar e isso era deprimente. O último desaparecimento registrado era de uma garotinha, cabelos claros, 7 anos e foi vista pela última vez conversando com seus vizinhos, nenhuma ligação com a floresta... Enquanto não aparecia nada do meu caso principal, fiquei encarregado de cobrir um outro cara que estava de licença médica, o trabalho não era tão difícil assim, eu só precisava ouvir as pessoas falando sobre assaltos e registrar tudo que a pessoa dizia, características dos assaltantes, se estavam armados ou não, o que levaram... essa era a parte fácil. A parte difícil ficava para os outros que estavam nas ruas.

Quando estava terminando o último relato, olhei para a porta e vi a Lia entrando na sala, pela cara dela parecia que tinha visto um monstro, franzi o cenho sem saber o que ela estava fazendo ali e pedi um minuto ao homem de aproximadamente 50 anos que estava sentado a minha frente e me dirigi até a Lia.

-Lia! O que faz aqui?-perguntei e cruzei os braços a olhando
-E-eu estava colocando o lixo pra fora... Um homem de uns 40 anos veio pra cima de mim... ele não fez nada porque quando ele tentou eu bati nele com a  garrafa que tava segurando. Isso foi desesperador Jonas!-Ela desabafou e me abraçou, me surpreendi mas retribui ouvindo ela respirar fundo e com o coração acelerado.-Eu saí correndo de lá e vim direto pra cá, não me virei pra ver se ele me seguiu ou se entrou no Café...
-Calma Lia, toma uma água, se acalma e faz a ocorrência. Eu vou pedir que mandem policiais pra lá.-ela assentiu e eu pedi para que uma policial acompanhasse ela.

(...)

Acabei todo meu trabalho e fui até onde Lia estava, me sentei do seu lado e apoiei as mãos na perna.

-Precisa de uma carona?
-Sim... Pode passar no Café comigo pra ver se as minhas coisas ainda estão lá?-eu assenti.
-Por sorte o cara não pegou nada, tinha um policial lá e ele logo percebeu que ele estava tentando levar o dinheiro do caixa... Nada vai ser descontado do seu salário.

Após nossa conversa rápida nós saímos de lá e eu dirigi até a cafeteria, entramos no lugar onde havia 3 policiais, pegamos a bolsa dela junto com os outros pertences e ficamos em silêncio durante todo o percurso até a casa dela. Parei em frente a pequena casa e a olhei.

-Obrigada, Jonas...- ela me olhou e eu sorri assentindo. Logo ela se aproxima de mim e sela meus lábios com calma. Okay, já é a segunda vez no dia que essa mulher me surpreende. Eu retribui o beijo da mesma forma pegando na nuca dela, após alguns segundos ela se afastou e sorriu levemente sem mostrar os dentes.

-Te vejo amanhã a tarde.- E saiu do carro.

The Dark forestOnde histórias criam vida. Descubra agora