Capítulo 5

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Poucos dias se passaram desde aquele beijo entre mim e a Lia, eu continuava passando na cafeteria a tarde e, aparentemente, tudo estava normal entre a gente. Finalmente era sábado, o dia em que ia fazer a lasanha para ela. Eu estava nitidamente ansioso, ela disse que iria chegar às nove horas da noite, para não correr o risco de atrasar eu comecei a preparar a comida quando ainda eram sete da noite, iam ser duas horas e alguns minutos pra preparar e quando ela chegasse estaria quente e pronto pra comer. Enquanto a lasanha estava no forno eu me sentei na poltrona e fiquei lendo uma ficção que falava sobre o fim do mundo e monstros que prendiam pessoas em instalações bem avançadas para criaturas consideradas sem inteligência, esse tipo de livro me lembrava a adolescência quando li "Frankenstein", eu adorava aquele livro, hoje tenho uma versão dele com imagens, curiosidades e uma versão mais recente da história de Mary Shelley. Quando ouvi o barulho que indicava que a lasanha estava pronta já eram 21:00, deixei a mesa preparada e quando acabei ouvi o barulho de alguém batendo na porta, conferi a blusa que estava com uma mancha de molho. Pelo menos é preta, pensei. Fui atender a porta e lá estava ela, estava com um vestido azul marinho que chegava quase até a altura dos joelhos, a maquiagem estava leve e ela sorria me olhando. Pedi que entrasse e pendurei a bolsa dela.

-Já está tudo pronto, acabou de ficar pronto espero que você goste- disse e a acompanhei até a cozinha, olhei pra ela que estava parada na porta da cozinha, pela sua cara deve ter gostado do que preparei.

-Está tudo lindo, Jonas...-ela se sentou em uma cadeira e eu nos servi com um vinho que tinha guardado há algum tempo e coloquei a lasanha nos pratos. Me sentei na cadeira a frente da dela e a vi levar um pedaço a boca, fiquei a olhando ansioso pra ver se estava aprovado. Ela fez suspense, claro.

-Você quem fez?-Eu assenti ainda ansioso e deixava isso evidente.-Está ótimo! Sério não como lasanha a bastante tempo.

Eu sorri, agradeci pelo elogio e comecei a comer. Quando acabei com a lasanha fui para o vinho e ficamos sentados no sofá, com a garrafa na mesa de centro a nossa frente e conversando.

-Me fala um livro que você goste muito.- Aquela pergunta me pegou... Como escolher apenas um livro entre tantos!? Pensei por um tempo, talvez até tempo demais, antes de responder.

-Acho que Frankenstein, de Mary Shelley. É algo que fez parte da minha pré adolescência e adolescência entende?-Ela fez que sim então eu continuei.-É um livro antigo mas que faz pensar bastante no que acontece hoje em dia. Quem é o verdadeiro monstro? O homem. Isso fica nítido durante a história. Quando li a primeira vez não entendi muito bem, mas quando parei para reler eu acabei entendendo muito melhor.

Ela sorriu levemente pra mim e balançou a cabeça indicando que tinha entendido.

-Eu concordo plenamente com o seu ponto de vista, Victor Frankenstein não tinha criado um monstro, foi ele que na verdade o transformou em monstro o abandonando.

Esse assunto durou mais algum tempo até que ela me beijou. Ela passou a noite comigo e no domingo pela manhã preparei panquecas com chocolate por cima, nos sentamos a mesa e começamos a comer e a conversar. Passamos o resto do dia no parque tomando sorvete e contando nossas "aventuras" de infância. Durante muito tempo eu não soube o que era esquecer um pouco do trabalho, e neste dia eu finalmente consegui esquecer e passar um tempo apenas relaxando.

Obrigada a quem está acompanhando até aqui, sei que estou atrasada com os capítulos mas depois dessa semana vou tentar escrever mais, talvez fique uma semana sem postar mas vou acabar essa história.
🖤

The Dark forestOnde histórias criam vida. Descubra agora