ATO XX: o plano, os presos e o namoro.

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"O amor é algo eterno, o aspecto pode mudar, mas não a essência. — Van Gogh."

— A gente vai morrer estando aqui e a culpa é sua e do Hyunjin, aquele desgraçado. — digo olhando fixamente para Changbin, que se encolhe parcialmente diante do meu meio surto. Analisei cada parte possível ali e percebi a verdade: sem saída.

Acho melhor voltarmos um pouco, se acomode e vamos lá.

[...]

Era a terceira semana de agosto e faltava pouco para a apresentação começar. Sunmi ainda vinha nos ver, toda via, Jisoo já tinha regressado como nossa professora oficial. Quando sua chegada tornou a vir, acabei percebendo a falta que ela fazia. Sunmi é um doce, de fato, mas sempre existe aquele mínimo costume presente em nós que é quase imperceptível.

A terça começou calma como os demais dias — menos pelo fato de que eu caí da cama e recebi um bom dia carinhoso de Changbin, de resto, tudo na maior paz — e após isso, segui para a escola. Changbin se atreveu e roubou-me um selinho no momento que pisei na escola — eu não reclamo, só acho que tão em público não é certo — e ainda sorriu todo fofo para mim.

Meu coração é fraco e não resiste a essa demonstração excessiva de carinho. Mas pode continuar, eu gosto.

— Changbin, aqui não. — falei enquanto caminhávamos até a sala. Eu sabia que dizer tal coisa não lhe impediria de me beijar, então foi meio em vão. Fui recebido por um Hyunjin extremamente sorridente naquele dia, era como se ele tivesse achado ouro no final do arco íris ou algo assim. — O que foi?

— Acordei feliz. Apenas. — diz. Lhe olhei com desconfiança mas deixei quieto. Eu que não estragaria a felicidade de meu amigo, posso ser muitas coisas, mas estraga prazeres, não.

Naquele dia tive a companhia de Changbin e de Hyunjin ao meu lado, ambos os meninos não discutiam — pelo visto superaram as desavenças do antigo rolo, amém — e ainda falavam animado sobre alguma série que não fiz questão de entender. Sinto a mão de Changbin segurar a minha por debaixo da mesa e percebo o seu sorriso ao fazer isso.

— Ai, que lindinhos, eu que criei. — Tzuyu fala assim que chegou na nossa mesa. Dessa vez, Yuna não estava ao lado dela, somente Chaeyoung se mantinha ali. — Oi, Hyunjin oppa, tudo bem?

Enquanto eu sentia o calor vindo da mão de Changbin sob a minha, fico por fora do assunto que eles iniciam sem mim. Eu não imaginava que poderia voltar a ter um contato a mais com Changbin, ele vivia lá e eu vivia aqui. Mas, vendo os pontos positivos da história, começo a gostar dos caminhos que me trouxeram até aqui.

Nas últimas aulas do dia — exatas, por que tão difícil? — tentei entender o assunto mas sou distraído pela voz de Hyunjin que acaba fazendo uma pergunta instigante:

— Você e o Changbin são aquele casal que transa agressivo e dorme fofo? — e é por isso, meus amigos, que Tzuyu e Hyunjin na mesma sentença não dá certo.

— Hyunjin, presta atenção na aula, caceta.

Escuto ele rir diante do assunto que veio a surgir e acabo esboçando um mínimo sorriso. Esses dois são únicos. Assim que o horário veio a se findar, mal vi o momento em que Changbin saiu sem se despedir de mim e fico a esperar Hyunjin arrumar seus materiais.

Na metade do caminho sou parado por Yuna — que eu achava que havia faltado, mas que eu estava errado sobre — e ela dizia ter um assunto sério para conversar. Hyunjin diz que vai andando pois precisa resolver um problema com a sua mãe e acabo sendo levado por Yuna até um andar desocupado do colégio.

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