"Deixa o presente. Não fales,
Não me expliques o presente,
pois é tudo demasiado.Em águas de eternamente,
o cometa dos meus males
afunda, desarvorado.Fico ao teu lado. - Cecília Meireles."
A cena do beijo - o qual não veio a acontecer - sempre rondava minha mente. Parecia que a praga do dvd tinha dado pane e só ficava repetindo a mesma coisa, e devo dizer a vocês, eu já estava de saco cheio.
Na manhã de quarta feira eu fiz questão de ir atrás de Jisung e quando ele me viu - pois eu sei que ele viu o modo como eu cheguei, estressado e chateado, porém, vindo em uma leve missão de paz - tentou fugir. Eu acho que ele está convivendo demais com Minho e está começando a se assemelhar a um atleta, porque, benza deus.
Ou talvez eu que seja um sedentário mesmo.
Nunca saberemos.
- Se você dar mais um passo que seja, eu vou te matar e te jogar no rio. - falei em bom som para o menino que ora estava a minha frente e ora nos corredores do colégio. Dessa vez, ele parou, se virando lentamente como se estivéssemos em um filme de terror.
Eu certamente não mataria ele, mas eu precisava entender as razões do menino diante de seu afastamento repentino. Parei a uma distância razoável de Jisung, cruzei meus braços e analisei o garoto.
- Não me mata. - pediu todo tristonho. Se não fosse pela situação em questão, eu certamente abraçaria ele e depositaria selares em seu rostinho adorável. - Eu sei que sai de modo repentino da peça, mas, entenda, eu precisei.
- E o que houve?
- Eu vou ter de visitar minha avó doente na minha cidade natal. Minha mãe acha melhor eu passar um mês por lá e voltar em meados de setembro. - Jisung disse mais triste ainda. - Minha família não é a coisa mais unida do mundo, e isso resultou em mim tendo de ficar com ela. Ah, você vai ter de fazer o trabalho de biologia sozinho pois hoje é meu último dia aqui.
O rapaz despeja todas as informações sob mim e eu tento processar todas elas.
- Você tinha de ir justamente amanhã que é o dia do trabalho? Sério mesmo, Jisung? - pergunto a primeira coisa que eu entendi de seu monólogo. Coloquei minhas mãos em minha cintura e, de modo imperceptível, comecei a bater um dos pés. Seria uma cena engraçada se não fosse tão triste ao meu ver. - Ah, e melhoras para sua avó. Eu espero que você consiga aproveitar por lá e anseio que sua avó melhore.
Ele sorri minimamente por conta de minha preocupação e indica que devemos voltar para a sala. Alguns dos olhares são direcionados a nós dois e vejo a expressão de malícia vindo de Hyunjin.
- E aí, rolou algum envolvimento? - ele pergunta assim que me sento perto de si. Agradeço mentalmente por Changbin não ter se mudado para cá, já não basta a gente ser da mesma sala, e principalmente par romântico de uma peça, eu que não aguentaria ter ele tão perto.
- Não. Jisung só me explicou os motivos dele para não participar mais da peça. - lhe contei. Hyunjin se aproxima para ouvir com mais atenção o que eu dizia, esse aí ama uma fofoca que eu sei. Explico minha conversa com Jisung, seguido da repentina decisão de Jisoo de colocar Changbin no local e das demais coisas que aconteceram. Não havia nada que eu pudesse omitir a Hyunjin - não que eu fosse fazer isso, longe disso - mas tentei não falar mal de Changbin sabendo que ele é o atual namorado do meu melhor amigo.
- Bin hyung não disse nada sobre a participação na sua peça. - era evidente sua expressão de dúvida e confusão diante de meu conto. Balançou a cabeça como se desejasse afastar tais pensamentos, e diz: - Mas, tudo bem, não há problema nenhum nisso. Não sou um namorado ciumento, até porquê são apenas beijos técnicos. Você não sente nada por Changbin, não é mesmo?
- Claro. - estranhamente, eu sentia como se isso fosse uma mentira. Digo, eu realmente não gostava de Changbin mas era muito estranho concordar com isso. Foco, Felix. - Sabe que respeito seu namoro com aquele Comensal. Então, tudo ok.
Vejo Hyunjin sorrir e momentos depois a professora entra na sala.
[...]
- Faça direito, ok? - Tzuyu me aconselha assim que chego no teatro. Ao seu lado estava Yuna e Chaeyoung, e ambas as meninas prestavam atenção em nossa conversa. - Aqui, pra dar sorte. - deixou sob minhas mãos um cupcake enfeitado de azul. Agradeci de modo silencioso e provei do bolinho, pelo menos estava bom.
Changbin já nos esperava e falava animado com Sunmi. Tadinha, tá caindo na lábia de Seo Changbin, que pena.
- Olá, Yongbok. - Changbin me cumprimenta educado assim que nossos olhares se encontram. Forço um sorriso ao ouvir ele dizer tal coisa, como eu detestava esse bendito nome.
- Felix. - o corrijo com evidente irritação em minha voz. Era impressionante que até mesmo falando ele conseguia me irritar. - Por favor, me chame de Felix. Olá, Sunmi noona. - faço um breve cumprimento em sinal de respeito à mais velha. Ela sorri amável e acena para mim.
Sunmi logo pede para que ficássemos em nosso local e Changbin teve a ousadia de se sentar ao meu lado. Com certeza Changbin desconhece a palavra limite, pois sempre tá passando dele. Ela começa a explicar toda a trajetória que iríamos fazer, desde as cenas que representavam o preconceito de diversas famílias diante de seus filhos que assumem sua sexualidade, até mesmo as cenas adocicadas da história.
E com adocicada quero dizer cenas de beijo porque é isso que metade das pessoas no elenco querem ver. Afinal, falamos de Lee Felix trocando carícias com Seo Changbin.
Mereço.
Sinceramente, eu tô achando que o maior conto não é a peça, e sim minha vida que agora tem o Changbin. Só acho.
Estávamos frente a frente enquanto as palavras iam fluindo. Tentei esquecer todos os fatores ruins que eu conhecia a respeito do homem à minha frente, apesar de existirem vários - ou, pelo menos, eu lembrava que sim -, a sensação de ter seus lábios sob os meus afastou qualquer coisa.
Uma fina corrente elétrica começou a se alastrar pelo meu corpo no momento exato que minha boca entrou em contato com Changbin. A princípio, era somente lábios juntos, e após uns três segundos, o beijo começa a ter proporções maiores.
Eu já estava ignorando o mundo e as demais pessoas que ali existiam quando a voz alta de Sunmi me tirou desse estupor.
- Vocês foram ótimos! Meu deus, esse beijo ficou muito realista. Até achei que realmente fosse real. - Sunmi dizia bastante animada. Acho que subi um degrau em sua concepção de atuação. - Realmente, vocês são o par perfeito para essa peça.
Foi naquele momento que eu percebi algumas coisas: Changbin realmente tem uma pegada forte, senti muito o impacto e que Hyunjin me perdoe por pensar assim de seu namorado.
Eu beijei mesmo o Changbin - isso não entra na minha mente, não dá. Não agora, pelo menos - e somente agora percebo que o beijo não foi técnico.
Eu entendo de beijos - o básico, pelo menos - e sei que de técnico, isso não teve nada.
Eu realmente beijei Changbin. E eu tô muito ferrado.
[...]
boa tarde meus amores, como estão? Eu ando bem e bem animada com o desenvolver da estória. Estamos na casa das 200 views e isso me deixa feliz.
sim, podemos dizer que esse é o primeiro beijo do casal. Toda via, as cenas que virão vão narrar de um modo diferente o quesito beijo.
bom, é só isso mesmo. Até a próxima.
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Teatro.
FanficOnde Felix e Changbin não se suportam mas tem de ser o par um do outro em uma peça de teatro da escola. capa por: @httaee.