Capítulo seis

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Bruna🎭

Milena tava no banho, e eu na cozinha, preparando as coisas que tinha pra comer. Até ser interrompida, ao escutar o meu celular tocando.

Reparei que era o Paulo, e pensei rápido no porque ele tava me ligando. Tínhamos o número um do outro, mas a gente nunca conversava, e ele nem sequer me ligava.

Ligação on📱

Bruna: Fala.

Paulo: Foi mal, por te ligar assim. É que eu preciso da sua ajuda.

Bruna: Ih? Que intimidade é essa? Já chegou ao ponto de achar que pode me pedir alguma coisa?

Paulo: Me ajuda, que eu te ajudo.

Bruna: Eu sou lerda, seja mais claro.

Paulo: Quero voltar com a Milena, e você é a amiga mais próxima que ela tem. Ela sempre escuta as coisas que você tem pra falar, só é saber conversar, assim ela volta pra mim.

Bruna: Nego, eu que incentivei ela a terminar com você, meus pêsames.

Ligação off📱

Desliguei na cara mesmo, e tô nem ai. Uma coisa que eu odeio, é macho que só sabe ficar no pé.

Já percebeu que a mina não quer, e fica em cima, não fode né more.

Deixei o meu celular em cima da bancada, mas depois desbloqueei vendo que tinha mensagem dele no privado.

Mensagens💗

Paulo: Tem certeza? Eu sei que vc tem uma péssima relação com a sua mãe. Eu posso te ajudar nisso, ou até te dar dinheiro. (20h45)

Bruna: Eu tenho uma péssima relação com a minha mãe, mas eu n vou te ajudar. (20h46)

Paulo: Dois mil? Ou até três, coisas simples Bruna.

Bruna: Enfia a porra desse seu dinheiro imundo no rabo, arrombado do caralho. (Áudio) (20h47)

Mensagens💗

Bloqueei o número deixando o meu celular do lado, e depois reparei que a Milena vinha andando.

Mi: Tá brava? Escutei você xingando alguém de arrombado de lá do quarto...- Riu, se apoiando na bancada.

Bruna: Nada demais.

Eu tinha muita vergonha, porque já tinha transado com o Paulo por dinheiro. Isso bem antes dos dois começarem a namorar, minha mãe como sempre passando na minha cara que meu pai é doente, e que eu parecia nem me importar com isso. Então eu dei pra ele, em troca de dinheiro, pra poder comprar os remédios do meu pai.

Nesse dia minha mãe me tratou super bem, só porque a imprestável aqui, tinha levado os remédios que meu pai precisava, mas que ela não tinha dinheiro pra comprar.

Fora essa vez, eu não tive mais relações em troca de dinheiro.

Milena é minha amiga desde pequena, ela sempre me contou tudo, e eu faço o mesmo. Só que isso de verdade, é constrangedor pra mim.

Mi: Você me acharia maluca, se eu falasse que eu estou com vontade de ver um homem, que tá preso? - Perguntou rindo.

Bruna: Não passe vontade, vá e faça.

Mi: Desde a última ligação, eu fico pensando nisso. Sei lá, acho que é só curiosidade, pra ver alguém que até agora eu só ouvi a voz.

Bruna: Ele não pode te fazer nada dentro de um presídio, vai só pra ver como ele é.

Mi: Em presídio não entra qualquer um...- Levantou, indo pra cozinha.- pizza queimada.

Olhei assustada, e corri pro fogão. Não tinha queimado tanto, então dava pra comer de boa. Fazer o que né, se não queima não foi a Bruna que fez.

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